A Tupperware, icônica fabricante de recipientes plásticos, está à beira da falência devido a uma crise financeira e dívida de US$ 700 milhões.
Fundada em 1946 pelo químico Earl Tupper, a Tupperware rapidamente ganhou popularidade na década de 1950 com as famosas "festas Tupperware", um modelo de vendas diretas realizado em domicílios que proporcionou às mulheres da época uma oportunidade de empoderamento e independência financeira.
No entanto, com o passar dos anos, esse modelo de vendas se tornou insuficiente diante das mudanças no comportamento do consumidor e da ascensão de novos canais de vendas digitais.
As receitas da companhia atingiram o valor recorde de 2,6 bilhões de dólares em 2013, e desde então a companhia vem atravessando um forte declínio.
Com margens historicamente bem baixas e histórico de resultados ruins e alto endividamento, o indicador dívida líquida/Ebitda da companhia está em 7,41x, o que é bastante alto.
Como parte de seus esforços de reestruturação, a Tupperware fechou sua única fábrica nos Estados Unidos em junho deste ano e demitiu cerca de 150 funcionários.
Essas medidas, no entanto, não foram suficientes para reverter a deterioração financeira da empresa. A substituição do CEO em 2022 também não resultou nas mudanças esperadas para melhorar a situação.
De acordo com a Bloomberg News, os preparativos para a falência da Tupperware ocorrem em meio a negociações prolongadas entre a empresa e seus credores para administrar uma dívida estimada em US$ 700 milhões (cerca de R$ 3,8 bilhões).
Apesar de algumas concessões feitas pelos credores ao longo deste ano, a situação financeira da empresa não se estabilizou. Em março, a Tupperware alertou que havia incertezas sobre sua capacidade de continuar operando devido à crise de liquidez.