Entenda os motivos

O dólar está subindo?

Com a moeda norte-americana ultrapassando a marca de R$ 5,76, o cenário reflete tanto as incertezas fiscais no país quanto as tensões no cenário internacional, principalmente em relação às eleições nos Estados Unidos.

O cenário fiscal brasileiro é um dos principais motivos para a valorização do dólar.

O governo tem enfrentado dificuldades para definir um pacote de cortes de gastos que satisfaça o mercado. Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda não há previsão para o anúncio dessas medidas, o que gerou frustração entre investidores.

Especialistas apontam que, sem um ajuste fiscal sólido, as perspectivas de recuperação da economia ficam comprometidas.

A ausência de uma política fiscal definida reduz a confiança no mercado brasileiro, levando à desvalorização do real em relação ao dólar.

Além das questões internas, o cenário externo tem afetado o valor do dólar. A disputa eleitoral nos Estados Unidos, com o crescimento das intenções de voto para o republicano Donald Trump, causa apreensão entre investidores.

Como as eleições nos Estados Unidos influenciam o câmbio

As políticas econômicas propostas por Trump, que incluem corte de impostos e medidas protecionistas, são vistas como potencialmente inflacionárias e podem levar o Federal Reserve (Fed) a manter os juros elevados por mais tempo.

Outro fator que contribui para a alta do dólar é o déficit nas contas externas do Brasil. Segundo o Banco Central, o déficit em transações correntes atingiu US$ 45,8 bilhões, o equivalente a 2,07% do PIB nos últimos 12 meses.
 
Esse desequilíbrio reflete a saída de capital estrangeiro
e a menor atratividade de investimentos no país, o que também pressiona o câmbio.

O Boletim Focus, que reúne projeções de mercado, indica que o dólar deve fechar o ano em torno de R$ 5,45, caso o cenário fiscal se estabilize.

No entanto, caso as incertezas continuem, a cotação pode se aproximar de R$ 6, segundo estimativas de analistas.

Para os investidores e consumidores, o momento é de cautela, pois a alta do dólar tende a impactar o custo de vida e o poder de compra no país.

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