Você se lembra das Paletas Mexicanas?

Luiz Felippo 23/05/2021 11:40 5 min
Você se lembra das Paletas Mexicanas?

Acredite se quiser, mas em um um certo momento do tempo, as ruas da Faria Lima (centro financeiro de SP) não estavam lotadas de patinetes. Em meados de 2013 e 2014, a febre do momento da capital econômica do país eram as tais paletas mexicanas.

Para quem não se lembra disso, eram aqueles sorvetes artesanais recheados de infinitos sabores e vendidos a 20 reais (o que, corrigido pela inflação, seria algo como 30 reais).

Paleta mexicana de morango com leite condensado.

O sucesso foi tão grande que, em pouco tempo, elas estavam em todos os lugares.

Estavam nos jornais, nos programas de culinária, nas ruas… Se o marketing digital fosse mais forte na época, certamente teria gente vendendo no YouTube a fórmula mágica de enriquecer fabricando paletas.

De fato, dado todo o sucesso, parecia ser uma oportunidade de ouro em formato de sorvete.

É claro que, como em qualquer outro mercado, um segmento pujante e com lucros crescentes traz competição. A cada esquina do glorioso bairro do Itaim Bibi, nós víamos uma nova barraquinha ou ponto comercial vendendo as tais paletas.

Fato é que, na mesma velocidade com que a febre crescia, também avançava a quantidade de estabelecimentos que ofereciam as paletas.

No mercado de fundos de investimento, algo parecido pode estar acontecendo.

Novas gestoras

No passado, a gestão de novas gestoras vinha necessariamente acompanhada da benção de alocadores relevantes. Itaú, Credit Suisse e diversos family offices eram as principais fontes de seed money para esses novos projetos.

Eles ainda são muito relevantes, mas os novos aventureiros nesse mercado possuem uma outra saída: o mundo das plataformas digitais. O juro baixo e o florescimento do varejo têm trazido fluxo para produtos de mais risco, o que inclui gestoras de todos os tipos (crédito privado, ações, multimercados etc.).

Essas gestoras encontram, nas plataformas, uma forma de captar recursos, desde que apresentem bons resultados – uma vez que, infelizmente, o maior motivador de escolha de fundos para muitos ainda é o retorno em 12 meses.

Assim como as paletas mexicanas, a cada novo dia surge uma nova casa no mercado querendo se lançar em mar aberto. É impressionante a velocidade com que as novas gestoras vêm ao mercado, tornando árduo o nosso trabalho de acompanhá-las.

Até brinquei outro dia com um colega da Nord que, se continuar nesse ritmo de abertura de assets, faltarão nomes de índios, peixes ou aves para estampar os nomes das novas casas.

Tudo é lindo. Só existe um problema: não há espaço para todo mundo.

Fim de festa


Não precisa ser muito observador para perceber que não há mais tantas paleterias disponíveis no mercado. A competição tratou de reduzir drasticamente os ganhos dos vendedores, e a atenção do consumidor foi sendo perdida aos poucos.

É claro que elas não foram erradicadas, mas são vistas em quantidades muito menores do que anteriormente. Em meados de 2016, três anos depois do surto, uma matéria da Uol mostrava que 6 em 10 franquias de paletas mexicanas haviam fechado.

Print de manchete Uol: "Seis de cada dez franquias mexicanas fecharam, diz consultoria."
Fonte: Uol

Nos arredores da Faria Lima, os sorvetes artesanais recheados de 30 reais foram substituídos por saladas de 50 reais ou até mesmo brioches com brie e café orgânico de 40 reais.

As modas passam, mas deixam também um rastro de destruição no meio do caminho, com diversos negócios deixando de existir.

A mesma lógica vale para o mercado de fundos de investimento. Nós sabemos que todo ciclo positivo de mercado atrai novos gestores que querem empreender e montar suas próprias gestoras.

Conforme a competição cresce com a entrada de novos gestores, os problemas se iniciam.

Em primeiro lugar, a verdade é que não existe demanda para captação em todos os fundos. Alguns vão ficar pequenos, não chegando a ter massa crítica para manter o negócio em pé (afinal, como o time será remunerado e os talentos serão mantidos?). Eventualmente, eles serão absorvidos por casas maiores.

Muitos também não vão entregar bons retornos, tornando-se apenas coletores de taxa de administração, até porque o negócio de gestão de recursos é extremamente competitivo. Esses fatalmente serão encerrados.

Por fim, teremos o grupo que simplesmente quebrará seus fundos.

Nada disso é conjectura. Já aconteceu no passado e ocorrerá novamente. No último ciclo de 10 anos, 6 em cada 10 gestoras de multimercado deixaram de existir (curiosamente, é o mesmo número das paleterias).

Tudo isso vai se repetir, mas eu posso ajudá-lo.

Fique entre as vencedoras

Nós sabemos que este ciclo deixará cadáveres pelo caminho, assim como o quanto isso pode ser doloroso para o seu patrimônio. Ainda que a gestora não quebre, o fato de escolher uma “gestora ruim” ou que não entrega bons retornos faz com que você perca tempo (e tempo é dinheiro, certo?).

De qualquer modo, nada disso invalida a tese de que investir via fundos pode ser muito lucrativo. A questão primordial é que você escolha justamente os melhores, ou seja, aqueles que sobreviveram incólumes a mais este ciclo e seguirão gerando resultados aos seus cotistas.

Meu trabalho na Nord é dedicado exclusivamente a procurar por essas oportunidades, separando o joio do trigo. Em essência, eu guio você pelo mundo dos fundos de investimentos e tiro as pedras do seu caminho.

No Nord Fundos, trago uma pequena lista de gestores que recomendo (e invisto meu próprio patrimônio) e que tenho convicção que serão vencedores a longo prazo.

Lista de gestores recomendados no Nord Fundos.

Espero você do outro lado.

Abraços,




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