Fundo Garantidor de Créditos: entenda riscos e limites reais
O FGC protege seu dinheiro, mas há limites. Descubra como ele funciona, riscos sistêmicos e o impacto dos bancos médios
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é amplamente conhecido por oferecer segurança a quem investe em produtos como CDB, LCI e LCA. Mas será que essa proteção é absoluta? Após a recente compra do Banco Master pelo BRB, especialistas voltaram a discutir os riscos sistêmicos e a real capacidade do FGC de honrar suas garantias.
Neste artigo, você vai entender como o fundo funciona, sua evolução, limites, e por que é cada vez mais importante avaliar o risco de crédito do banco antes de investir.
Como funciona o Fundo Garantidor de Créditos
O FGC é uma entidade privada mantida por instituições financeiras que recolhem contribuições mensais. Sua função é cobrir perdas de investidores caso um banco quebre. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, ele não é uma garantia do governo. Ele funciona como uma seguradora e só cobre prejuízos enquanto houver recursos disponíveis em caixa.
O que mudou na proteção do fundo desde 2008
Em 2013, o valor garantido por CPF por instituição subiu de R$ 70 mil para R$ 250 mil. Isso aumentou o comprometimento do fundo com o sistema bancário, passando a cobrir mais de 50% do total de depósitos, contra cerca de 30% antes da mudança. Agora, tramita um projeto de lei para elevar essa garantia para R$ 1 milhão, o que aumentaria ainda mais o risco de sobrecarga.

A fragilidade diante de grandes conglomerados
Bancos médios vêm ganhando participação de mercado, reduzindo o domínio dos 10 maiores bancos, que hoje respondem por apenas 66% dos depósitos a prazo. O Banco Master, por exemplo, saltou da 72ª posição em 2013 para a 11ª em 2024. Somado ao BRB e à WH, esse grupo representa 64% da liquidez total do FGC, segundo dados de junho de 2024.
Por que o risco aumentou nos últimos anos?
O avanço de bancos digitais e plataformas de distribuição aumentou o número de emissores de produtos bancários, muitos dos quais com estrutura financeira menos robusta. O índice de cobertura do FGC, que era de 35% em 2017, caiu para menos de 20% em 2024. Isso significa que, em caso de quebra de bancos entre os 10º e 50º maiores, o fundo teria dificuldades para cobrir as perdas.
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O FGC pode não pagar mesmo estando em vigor
Um ponto pouco discutido é que o fundo só garante depósitos até o limite disponível em caixa. Se a liquidação ultrapassar os R$ 107 bilhões (última estimativa), ele pode simplesmente não pagar. Isso reforça a importância de investir com critério, sem confiar cegamente na garantia.
Como avaliar o risco de crédito antes de investir
Ao considerar um investimento em renda fixa bancária, analise o Retorno sobre Patrimônio (ROE), o índice de Basileia (deve ser acima de 15%) e a qualidade da carteira de crédito da instituição. Evite emissores com ROEs inconsistentes ou índices abaixo de 10,5%, que podem entrar em processo de liquidação.
Conclusão: o fundo não substitui uma boa análise de crédito
O FGC é um mecanismo importante para evitar pânico e corridas bancárias. No entanto, sua cobertura tem limites claros. O crescimento de bancos médios e a maior pulverização do mercado exigem do investidor mais atenção na hora de aplicar em CDBs, LCIs e LCAs. Ser conservador e analisar a saúde financeira do banco emissor pode evitar grandes dores de cabeça no futuro.
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