VAMO3: a Vamos pisou no freio?

Mesmo com resultados mais fracos na sua unidade de concessionárias de caminhões e de máquinas agrícolas, a Vamos (VAMO3) novamente entregou um trimestre com crescimento de top line, mas com uma pequena queda nos lucros diante das pressões com despesas financeiras.

No 2T23, a receita consolidada da companhia teve um crescimento de receita de +22,5%, o Ebitda +47,7% e o lucro líquido uma queda de -25,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já na comparação com o 1T23, a receita teve uma queda de -12,7%, o Ebitda cresceu em +0,9% e o lucro líquido uma queda de -37%.

O que movimentou os resultados de VAMO3?

Do lado positivo, a companhia segue crescendo sua frota de ativos. No 2T23, a Vamos atingiu a marca de 45 mil ativos, crescimento de +33,4% comparado ao mesmo período do ano anterior . Sendo desses 35,4 mil caminhões e 9,9 mil máquinas.

Detalhe interessante é que a companhia conseguiu aumentar em 6,6 p.p a sua taxa de ocupação, atingindo a marca de 84,5%.

Os novos contratos de locação da companhia foram firmados com um yield de 2,65%, valores abaixo dos 2,72% do 2T22, devido à menor participação de contratos com manutenção entre o mix. Ainda assim, o spread entre esses contratos e o custo de capital seguem bem interessantes em +11 p.p.

Enquanto o segmento de locação teve mais um bom trimestre, as vendas mais fracas de caminhões e de máquinas agrícolas no país ao longo do 2T23 tiveram um impacto negativo no segmento de Concessionárias. Enxergamos que o atraso do anúncio do novo Plano Safra, atrasou o investimento de produtores e com isso ainda temos uma demanda represada que deve ser retomada no segundo semestre de 2023.

Nossa visão para VAMO3 após os resultados

Apesar de um resultado mais fraco do que os últimos que a empresa apresentou, vemos os números que vieram em linha com o esperado. A desaceleração das Concessionárias já era amplamente antecipado por conta dos números do setor como um todo.

Em compensação, a companhia segue investindo alto em seu crescimento. No 2T23, investiram mais de R$ 1,3 bilhões — que permitirá que a empresa continue entregando crescimento ao longo dos próximos trimestres.

Esses investimentos se refletem em um backlog (receitas futuras contratadas) de mais de R$ 16 bilhões, crescimento de 50% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Atrelado ao crescimento contratado, a companhia tem tudo para melhorar ainda mais seus resultados diante da queda dos juros. Fazendo com que a pressão sobre as despesas financeiras seja menor, e consequentemente um lucro maior.