Value Investing: como funciona essa estratégia de investimento?

Investidores que consideram ter rendimentos a longo prazo podem utilizar a estratégia de Value Investing. Ela aposta no potencial das empresas de capital aberto e com ações na bolsa de valores.

Quem está começando no mundo dos investimentos perceberá que no mercado financeiro existem diversos termos importantes. O Value Investing é um deles e representa uma estratégia voltada para a aquisição de ações em baixa. Com ela, se o investidor estiver com razão na análise, é possível ter rendimentos muito acima da média.

Neste artigo, você conhecerá detalhes dessa tática: como funciona, riscos, vantagens, principais influências, livros sobre o tema e muito mais. Confira tudo abaixo!

Sumário

• O que é Value Investing?
• Como funciona o Value Investing?
• Quais são os tipos de Value Investing?
• Quais são suas vantagens e riscos?
• Como calcular o Value Investing?
• Quem é o pai do Value Investing?
• Quais são os principais investidores que usam Value Investing?
• Dicas de livros sobre Value Investing
• Como investir usando Value Investing?

O que é Value Investing?

O Value Investing é uma técnica de investimento que analisa o potencial de uma determinada companhia, em vez de considerar o valor definido pelo mercado financeiro em sua ação. Dessa forma, os investidores procuram comprar ativos depreciados, mas que podem se valorizar a médio e longo prazo. As análises por trás das decisões, no entanto, são individuais.

Como funciona o Value Investing?

O funcionamento do Value Investing pode ser resumido nos seguintes passos:

Análise

O primeiro passo que o investidor precisa dar no Value Investing é encontrar ações que estejam com o valor abaixo do que seria o normal para esses ativos. Para chegar a essa conclusão, é necessário realizar uma análise financeira das aplicações envolvidas na operação.

O interessado deve acompanhar demonstrativos contábeis que ajudem a esclarecer se as ações em questão estão realmente com os valores depreciados.

Compra das ações

Caso a resposta do exame da companhia seja positiva, basta prosseguir com a compra dos papéis na bolsa de valores.

Acompanhamento da dinâmica de mercado

Com os ativos adquiridos, o acionista deve mantê-los consigo até que haja uma valorização por parte do mercado. O indicado é que a venda só aconteça depois disso, pois é nesse momento que há a obtenção de lucro.

Outra possibilidade de ganho é segurar as ações a longo prazo com o intuito de gerar renda por meio da distribuição de rendimentos.

Para que essa estratégia funcione adequadamente é necessário que o investidor tenha o timing perfeito. Caso o próprio espere demais, ele pode perder uma oportunidade de venda com boa lucratividade.

Em contrapartida, se vender antes do tempo certo, o acionista pode ter lucro abaixo do esperado. Por isso é muito importante acompanhar os indicadores e se manter conectado ao que acontece no mercado de investimentos.

Quais são os tipos de Value Investing?

No Value Investing existem dois tipos de abordagens que podem ser utilizadas pelo investidor:

Deep Value Investing

Essa é uma modalidade mais arriscada, ao ser voltada para a aquisição de ações com o valor muito abaixo do mercado. Nesse caso, falamos de empresas em processo de recuperação judicial ou em início de liquidação.

A estratégia segue a premissa de que algumas companhias têm mais validade mortas do que vivas. Essa é uma ideia abordada por Benjamin Graham, autor de vários livros sobre o mercado financeiro e conhecido como pai do Value Investing.

É preciso ressaltar que esse método tem diversos riscos, afinal, é preciso ter muita confiança de que há salvação para a companhia em questão.

High Quality Investing

A High Quality Investing é pensada de forma totalmente contrária à estratégia anterior. Nessa opção, o objetivo é adquirir ações de empresas com solidez no mercado, mas que estão em um momento difícil. Com isso, os investidores estão menos expostos aos riscos.

Aqui, se encaixam empresas com boa reputação, mas que podem apresentar algum problema na gestão, levando à queda dos preços dos ativos. Sendo assim, é possível entender que a companhia passa por problemas específicos, mas continua com sua credibilidade em alta.

Quais são suas vantagens e riscos?

Como em qualquer outra estratégia de investimentos, no Value Investing há vantagens e riscos. Acompanhe cada um deles abaixo:

Vantagens

Os principais benefícios de utilizar essa tática na seleção de suas aplicações são:

• Altos ganhos: com a valorização das ações a longo prazo, é possível conseguir bons rendimentos;
• Valor baixo de aquisição: um dos principais benefícios é poder comprar ativos de grandes empresas com valores abaixo do mercado;
• Mais tempo para análise: essa estratégia trabalha com objetivos a longo prazo, oferecendo mais tempo para o investidor poder estudar suas ações.

Riscos

Em contrapartida, os riscos de destaque que recaem sobre o Value Investing são:

• Sem previsão: assim como acontece em qualquer investimento de renda variável, aqui, o investidor não consegue prever quais serão seus resultados;
• Prejuízo: outro problema a ser considerado é a possibilidade de ter prejuízos, caso as projeções feitas sobre o ativo não se realizem;
• Prazo para retorno: outra desvantagem do Value Investing é que se trata de uma técnica voltada apenas para aplicações com retorno a longo prazo.

Como calcular o Value Investing?

O primeiro passo para realizar os cálculos do Value Investing consiste em encontrar exatamente o que seria o preço justo do ativo. Além disso, o investidor precisa ter certeza de que a empresa tem condições de apresentar resultados positivos a longo prazo. Nas duas situações é necessário utilizar indicadores financeiros para chegar a uma resposta clara.

O P/L é uma dessas métricas, com seu cálculo realizado a partir do valor do ativo pelo lucro do papel. Nesse caso, o ideal é achar empresas que tenham o P/L baixo. Com a análise correta, o investidor consegue identificar se a ação desejada está com o preço ideal para ser adquirida.

Quem é o pai do Value Investing?

Benjamin Graham é considerado o pai da estratégia de Value Investing. Ele é autor de dois dos principais livros desse nicho: “O Investidor Inteligente” e “Security Analysis”.

Com esses trabalhos, Graham começou a desenvolver a ideia de que comprar ações com valor abaixo do mercado era uma forma de reduzir os riscos dos investimentos. Também difundiu que essas aplicações são negociadas com preços abaixo do real.

Nascido na Inglaterra, em 1894, Graham também é conhecido por ser mentor de Warren Buffett, tido por muitos como um dos maiores investidores de todos os tempos.

Quais são os principais investidores que usam o Value Investing?

Benjamin Graham e Warren Buffett estão diretamente ligados ao Value Investing, fazendo com que sejam considerados os principais ícones dessa estratégia. Além deles, podemos considerar Seth Klarman como um nome de destaque.

Warren Buffett nasceu em 1930 e teve Benjamin como mentor. Fez seu primeiro investimento aos 14 anos e se tornou milionário aos 30. Atualmente, ele é CEO da holding Berkshire Hathaway, proprietária de marcas como GEICO e Duracell.

Já Seth Klarman nasceu 27 anos depois, em 1957. Ele investe sempre seguindo as ideias de Graham, ou seja, faz a aquisição de ativos quando estão subvalorizados. Ele administra o Baupost Group, um dos principais fundos de investimento do mercado financeiro, que acumula um capital de US$ 32 bilhões.

Dicas de livros sobre Value Investing

Existem diversos livros interessantes para quem quer investir utilizando a estratégia de Value Investing.

O Investidor Inteligente, de Benjamin Graham

“O Investidor Inteligente” é uma obra do próprio Benjamin Graham. Sua publicação aconteceu no fim dos anos 1940, sendo considerado um dos livros mais importantes sobre o assunto.

A Fórmula Mágica para Bater o Mercado de Ações, de Joel Greenblatt

Lançado em 2020, o livro pretende ensinar o investidor a utilizar uma fórmula simples, com bons resultados a longo prazo.

Investimento em Valor: de Graham a Buffett e além, de Bruce Greenwald

Livro do professor da Universidade Columbia Bruce Greenwald cujo objetivo é mostrar todo o processo necessário para identificar as melhores ações a serem adquiridas no modelo Value Investing.

Apesar do destaque dado a Greenwald como autor, visto que a produção partiu das aulas ministradas por ele, a obra também contou com a participação de Judd Kahn, Erin Bellissimo, Mark A. Cooper e Tano Santos.

Investindo em Ações no Longo Prazo, de Jeremy Siegel

Obra importante, datada de 1994, para mostrar como analisar as fontes do crescimento e enriquecimento com ativos a longo prazo. Fundamental também para dicas de como se proteger dos riscos desse tipo de investimento.

Como investir usando Value Investing?

Para aplicar o Value Investing nos seus investimentos é preciso estar disposto a analisar a estratégia individualmente. Ela serve para o investidor poder acompanhar empresas e projetos utilizando a ótica fundamentalista.

Isso significa identificar quais ações tem potencial necessário para crescimento, tornando uma boa oportunidade de negócio. Outra forma de usar essa técnica é baseá-la em estimativas de crescimento, visando boa lucratividade no futuro.

Gostou de saber mais sobre o Value Investing? Para ter mais informações, acompanhe nosso conteúdo sobre Stock Picking.

Resumindo

Como funciona o Valeu Investing?

Trata-se de uma estratégia que visa investir em ações com valores abaixo do que realmente valem para revendê-las, futuramente, por preços mais altos. Essa técnica, aplicada em contexto de longo prazo, tem como primeiro passo a análise dos ativos, seguida da compra dos papéis para, em um último momento, aguardar as movimentações do mercado.

Como calcular o Valeu Investing?

O cálculo do Value Investing considera a perspectiva de crescimento da companhia e a base em seus fundamentos. Na busca por precificar uma ação de forma justa, o investidor deve ter como referência os indicadores financeiros da empresa e sua confiabilidade.

Quem é o pai do Valeu Investing?

Benjamin Graham é considerado o pai da estratégia Value Investing. Os conceitos dessa estratégia foram introduzidos no mercado por meio de seu primeiro livro, “O Investidor Inteligente”, lançado em 1949.