VALE3 é uma boa opção de investimento?
VALE3: conheça a história da Vale, seus resultados financeiros recentes e descubra se vale a pena investir nas ações da mineradora
A Vale, antiga estatal Vale do Rio Doce, é uma das maiores mineradoras do mundo, com destaque global na produção de minério de ferro de alta qualidade e níquel.
Desde sua fundação, até os dias atuais, a companhia passou por transformações que a posicionaram como líder no setor, enfrentando desafios históricos e ambientais. Confira os marcos da sua trajetória e sua relevância na economia global.
Sumário
- História da Vale
- Principais produtos e operações
- Ações VALE3 na Bolsa de Valores
- Vale (VALE3) paga dividendos?
- Pontos positivos da Vale
- Quais são os riscos de investir na Vale?
- Comparando a Vale com concorrentes
- Resultados financeiros recentes da Vale
- Expectativas para o futuro da Vale
- Expansão em metais básicos
- Sustentabilidade e reaproveitamento de recursos
- Produção de minério de ferro
- Estratégias de governança e parcerias
- Projeções financeiras e dividendos
- Adaptação ao cenário global
- Vale a pena investir em VALE3?
- Perguntas frequentes
História da Vale
Fundada em 1942, a Vale do Rio Doce surgiu como uma estatal brasileira com a missão de explorar as ricas reservas de minério de ferro no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Inicialmente voltada para atender à demanda global durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa rapidamente se consolidou como um pilar estratégico da economia brasileira.
A privatização em 1997 transformou a companhia em Vale S.A., permitindo maior eficiência e expansão global. Hoje, a Vale é referência mundial no setor de mineração, especialmente na produção de minério de ferro e níquel.
Marcos históricos
- 1956: estreia na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
- 1967: descoberta das minas de Carajás.
- 1997: privatização e início das exportações para a China.
- 2000: estreia na Bolsa de Valores de Nova York.
- 2006: Brucutu, a maior mina de ferro de Minas Gerais entra em operação. Além disso, houve a aquisição da Inco.
- 2007: a companhia passa a se chamar apenas Vale.
- 2015 e 2019: desastres de Mariana e Brumadinho.
Principais produtos e operações
A Vale é líder mundial na produção de minério de ferro, utilizado na fabricação de aço. Além disso, atua em outros segmentos:
- níquel: essencial para baterias de veículos elétricos;
- cobre: usado em construção e tecnologias industriais;
- pelotas de minério de ferro: alta demanda em siderurgia;
- carvão e manganês: produtos estratégicos para a indústria.
Com operações no Brasil, Canadá, Austrália e outros países, a Vale possui infraestrutura integrada que inclui ferrovias, portos e uma frota de navios Valemax, reduzindo custos e emissões de carbono.
Ações VALE3 na Bolsa de Valores
As ações da Vale, negociadas sob o ticker VALE3, são listadas na B3 (Brasil) e na NYSE (EUA) via ADRs. Com alta liquidez, fazem parte do índice Ibovespa, atraindo investidores interessados em mineração e dividendos robustos.
Vale (VALE3) paga dividendos?
Sim, a Vale é reconhecida por distribuir dividendos consistentes, especialmente em períodos de alta no preço do minério de ferro. Em 2024, a companhia apresentou um dividend yield superior a 10%, sendo uma das melhores opções de renda passiva na B3.
Pontos positivos da Vale
- Liderança global: uma das maiores mineradoras do mundo.
- Dividendos atraentes: alto rendimento para investidores.
- Infraestrutura robusta: logística integrada reduz custos.
- Diversificação de produtos: mitiga impactos de volatilidade no mercado de commodities.
Quais são os riscos de investir na Vale?
- Exposição ao mercado chinês: a dependência da China pode ser arriscada diante de desacelerações econômicas.
- Volatilidade das commodities: preços instáveis podem impactar a receita.
- Desafios ambientais: histórico de desastres e aumento da pressão por práticas sustentáveis.
Comparando a Vale com concorrentes
A Vale compete diretamente com empresas como BHP e Rio Tinto.
Enquanto a BHP e a Rio Tinto têm operações mais diversificadas, a Vale se destaca pela qualidade de seus depósitos de minério de ferro e eficiência logística.
Resultados financeiros recentes da Vale
1º Trimestre de 2024 (1T24)
No 1º trimestre de 2024 (1T24), a Vale registrou uma receita líquida de US$ 8,4 bilhões, enquanto o Ebitda atingiu US$ 3,3 bilhões, uma queda de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O lucro líquido foi de US$ 1,6 bilhão, representando uma redução de 7,3%, pressionado pelos preços mais baixos do minério de ferro.
2º Trimestre de 2024 (2T24)
Já no 2º trimestre de 2024 (2T24), os resultados foram mais robustos, com uma receita líquida de US$ 9,9 bilhões, crescimento de 3% em relação ao trimestre anterior.
O lucro líquido subiu significativamente, alcançando US$ 2,8 bilhões, um aumento de 210% devido a melhores margens operacionais e desinvestimentos estratégicos.
A Vale também anunciou US$ 1,6 bilhão em dividendos, com um dividend yield acima de 10% no acumulado do ano.
3º Trimestre de 2024 (3T24)
No 3º trimestre de 2024 (3T24), a Vale registrou uma produção recorde de 91 milhões de toneladas de minério de ferro, a maior desde 2018.
Apesar da queda de 14% nos preços do minério, a receita líquida somou US$ 9,5 bilhões, representando uma redução de 10%.
O lucro líquido foi de US$ 2,4 bilhões, uma queda de 15% em comparação ao 2T24, mas acima das expectativas do mercado. O custo C1 também caiu para US$ 20,6 por tonelada, refletindo melhorias operacionais.
Esses resultados demonstram a resiliência da Vale frente aos desafios do mercado global, com foco em eficiência operacional, redução de custos e distribuição consistente de dividendos. A empresa segue ajustando suas projeções para atender às demandas do mercado e manter a rentabilidade.
Expectativas para o futuro da Vale
O futuro da Vale (VALE3) está pautado em uma estratégia que combina crescimento sustentável, diversificação de operações e adaptação às demandas globais por recursos estratégicos, especialmente no contexto da transição energética e adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança).
Expansão em metais básicos
A Vale está direcionando esforços para fortalecer sua posição em metais essenciais para a transição energética, como níquel e cobre, que são amplamente utilizados na fabricação de baterias para veículos elétricos e outras tecnologias renováveis. Até 2030, a empresa projeta:
- produção anual de 420 a 500 mil toneladas de cobre, com potencial de alcançar 700 mil toneladas até 2035;
- aumento da produção de níquel, especialmente com a expansão da mina de Voisey’s Bay, no Canadá, que consolidará sua liderança global nesse mercado.
Sustentabilidade e reaproveitamento de recursos
A Vale está investindo em iniciativas de sustentabilidade, como o reaproveitamento de rejeitos de mineração.
Sua meta é incluir 30 milhões de toneladas de rejeitos reciclados na produção até 2030, reduzindo o impacto ambiental e gerando valor com resíduos anteriormente descartados.
A empresa também busca reduzir emissões de carbono e intensificar o uso de energias renováveis em suas operações, alinhando-se aos compromissos globais de sustentabilidade e descarbonização.
Produção de minério de ferro
Para o minério de ferro, carro-chefe da Vale, a projeção é atingir uma produção entre 325 e 335 milhões de toneladas em 2025, com avanços em projetos estratégicos como o Sistema Norte (S11D), o maior complexo de minério de ferro do mundo, e o comissionamento do projeto Capanema, em Minas Gerais, que adicionará 15 milhões de toneladas à produção anual.
Estratégias de governança e parcerias
A Vale está ampliando parcerias estratégicas para financiar e acelerar projetos, especialmente no setor de cobre.
Essa abordagem colabora para mitigar riscos financeiros e aumentar a competitividade global. Além disso, a empresa está revisando constantemente suas práticas de governança para fortalecer a segurança operacional e melhorar sua imagem perante investidores e a sociedade.
Projeções financeiras e dividendos
Financeiramente, a Vale continua a priorizar a eficiência operacional. A projeção para o custo caixa C1 em 2030 é de US$ 18 a 19,5 por tonelada, reforçando seu foco na competitividade. A empresa também deve manter uma política de dividendos atraente, com distribuições consistentes e yield próximo de dois dígitos, conforme mostrado nos últimos anos.
Adaptação ao cenário global
Apesar dos desafios, como a dependência do mercado chinês e a volatilidade dos preços das commodities, a Vale segue bem posicionada para aproveitar as oportunidades no cenário global.
A transição energética, a alta demanda por metais estratégicos e o crescimento sustentável são pilares que devem sustentar sua trajetória no longo prazo.
Vale a pena investir em VALE3?
Sim, a Vale (VALE3) apresenta fundamentos sólidos que justificam sua inclusão em uma carteira diversificada.
Combinando dividendos consistentes, eficiência operacional e múltiplos atraentes, a mineradora oferece um bom equilíbrio entre risco e retorno, principalmente para quem busca diversificação e exposição ao setor de commodities.
Hoje, a Vale negocia a um múltiplo P/L próximo de 5x e EV/Ebitda abaixo de 4x, bem abaixo da média histórica da Bolsa brasileira. Isso cria uma assimetria favorável para investidores, tornando-a uma das ações mais baratas em relação aos seus pares. Além disso, o dividend yield da empresa está em torno de 10%, um dos mais altos entre as ações listadas na B3, sustentado pela forte geração de caixa, mesmo em cenários desafiadores.
A diversificação da Vale em metais estratégicos, como níquel e cobre, reforça sua posição para capturar as tendências globais de transição energética e eletrificação. A empresa tem planos ambiciosos, incluindo o aumento significativo na produção desses metais até 2030, o que deve agregar valor a médio e longo prazo.
Embora existam riscos relacionados à volatilidade das commodities e à dependência da China, a Vale continua sendo uma das empresas mais rentáveis e competitivas do setor de mineração. Portanto, sua inclusão em uma carteira diversificada pode oferecer uma relação equilibrada entre risco e retorno.
Perguntas frequentes
O que significa VALE3?
VALE3 é o ticker usado para as ações ordinárias da Vale na B3.
Quando a Vale estreou na Bolsa de Valores?
A Vale estreou na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em 1956, quando ainda era uma estatal e se chamava Companhia Vale do Rio Doce.
Qual é a política de dividendos da Vale?
A política de dividendos da Vale prevê a distribuição de no mínimo 30% do Ebitda ajustado menos investimentos. Os pagamentos são realizados duas vezes ao ano, em março e setembro.
O que são ADRs da Vale?
Os ADRs (American Depositary Receipts) representam as ações da Vale negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE) com o código VALE.
