Vale a pena investir em BAZA3?
70% em 12 meses
O Banco da Amazônia (BAZA3) acumula um excelente histórico de ganhos para os seus acionistas.
Nos últimos 5 anos, a empresa saiu de R$ 20 para R$ 80. Nos últimos 12 meses, a companhia deu uma pernada e subiu altos +70%.
Mesmo com a recente queda, que nos pareceu mais uma realização dos ganhos dos antigos investidores, o que justifica o aumento de volume repentino nas ações que negociam abaixo de R$ 500 mil por dia, alguns investidores ainda estão de olho na companhia.
Será que a alta foi apenas um “pump and dump” ou existe algum fundamento?
Um banco fora do radar
Uma prática famosa no Brasil, de “bombar e largar” (pump and dump), consiste basicamente em disseminar informações sobre a companhia (muitas vezes inverdades) para elevar o volume de negócios, o que permite que o investidor saia da posição com altos ganhos.
No caso do Banco da Amazônia, isso nos pareceu improvável.
A companhia vem valorizando de forma consistente nos últimos anos, e nos últimos 3 anos os seus resultados deram uma forte guinada, acima da média de seu histórico.
Pelo longevo histórico de resultados do Banco, fica fácil perceber que existe bastante volatilidade em seus lucros, mas de 2020 para cá, os resultados começaram a atrair mais os acionistas.
O Banco da Amazônia é um banco estatal, majoritariamente com participação do Governo Federal (~73%), fundos de investimentos da Caixa e do Banco do Brasil (~24%), e apenas 3% em ações do mercado, o que justifica sua baixa liquidez e suas movimentações nas cotações.
O banco atualmente fomenta todo o desenvolvimento da região norte por intermédio do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), o que consiste em ceder crédito com maior foco em segmentos produtivos de menor porte, em especial o agronegócio.
Mas todos os demais créditos cedidos pelo governo, como Pronampe, Microcrédito Produtivo Orientado (MPO), e demais fundos que norteiam o plano Safra 2023/2024, passam recursos utilizando o Banco da Amazônia.
É um banco completamente voltado para iniciativas do governo, que vem se beneficiando dos fortes resultados do agronegócio nos últimos 3 anos.
Vale a pena investir no Banco da Amazônia?
No contexto nacional, a economia teve ótimo desempenho em virtude do expressivo crescimento do setor agrícola, principalmente dos aumentos na produção de soja, milho e arroz.
Na Amazônia Legal, cerne dos resultados de BAZA, a economia pujante diante do aumento de exportações de grãos e minérios vem apresentando resultados acima dos últimos anos, proporcionando um crescimento de +11% na carteira de crédito da companhia no 1S23, com inadimplência de 1,87%.
Para comparação, a carteira de crédito do Banco do Brasil (BBAS3), instituição que mais financia o agronegócio brasileiro, cresceu apenas +3,4% no 1S23 em relação ao 1S22 e a inadimplência 2,65%, excluindo o “efeito Americanas”.
Banco do Brasil ou Banco da Amazônia?
Em termos de múltiplos, Preço/Lucro (P/L) e preço sobre patrimônio líquido (P/B), o Banco do Brasil (BBAS3) e o Banco da Amazônia (BAZA3) negociam exatamente nos mesmos múltiplos.
A rentabilidade do Banco da Amazônia tem sido superior, dado seu maior foco em um único segmento, uma vez que Banco do Brasil possui as demais operações, inclusive as recém-impactadas pela RJ das Lojas Americanas.
O crescimento médio dos lucros de ambas as companhias, mesmo em dimensões absolutas muito diferentes (lucro de R$ 1 bilhão para o Banco Amazônia e lucro de R$ 33 bilhões para Banco do Brasil), é exatamente o mesmo, cerca de um crescimento médio de 25% ao ano nos últimos 5 anos.
Com relação aos riscos, as duas companhias possuem riscos de interferência do governo, o que justifica negociarem a múltiplos com um certo desconto do seu patrimônio líquido (P/B), que o mercado busca ajustar no preço.
Ações para lucrar com o agronegócio
Entendemos que, para investir em ações que se beneficiam do agronegócio, vemos opções mais interessantes como Kepler Weber (KEPL3), que está inserida diretamente na solução de armazenagem e transporte de grãos para o Agro.
Nossa preferência em bancos vai para o BTG Pactual (BPAC11), um banco de investimentos que possui maior resiliência mesmo com a economia mais fraca, em especial em suas linhas de gestão de fundos (Asset Management) e gestão de fortunas (Wealth Management).
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