Vale a pena comprar Méliuz (CASH3)?
"Ganha-ganha-ganha"
Méliuz (CASH3) é dinheiro de volta, é cashback. O trabalho da Méliuz é conectar vendedores e compradores se utilizando de ofertas de cashback e de cupons de desconto.
O modelo de negócio é simples: é o "ganha-ganha-ganha".
Ganha o cliente com descontos e dinheiro de volta (cashback).
Ganha o e-commerce expondo e vendendo seus produtos e serviços.
Ganha a Méliuz (sua merecida comissão).
Méliuz opera sem fábricas, sem estoques, sem galpões, sem ativos. Méliuz é só uma plataforma e alguns milhares de usuários.
O negócio parece maravilhoso, e Méliuz entendeu cedo que a competição, mesmo que atrasada, chegaria aos seus calcanhares. CASH chegou primeiro no cashback, mas precisaria aumentar suas barreiras de entrada.
A corrida já começou.
A evolução do programa de milhagens
Méliuz é jovem. A companhia foi fundada ainda em 2011, em Belo Horizonte, por Israel Salmen e Ofli Guimarães.
Os dois mineiros, desconfiados que são, estavam inconformados com as enormes dificuldades de utilizar suas milhas – nascia a startup do cupom de desconto e do cashback.
O cashback já existia e se difundia rapidamente nos EUA, mas ainda era desconhecido por aqui. Olhando como ele se difundiu rapidamente nos EUA, entendemos o crescimento vertiginoso de CASH.
A atração das pessoas pelo dinheiro de volta é impressionante. É instantânea. É enorme. Nos EUA, hoje, até o vendedor de pipoca (ok, lá é hot dog) da esquina dá cashback (não é brincadeira!).
CASH saiu na frente. Fez parcerias com algumas das maiores companhias de e-commerce do Brasil, além de centenas de varejistas de vários setores.
Roupas, eletrodomésticos… até sites de viagens e alimentação. O mercado em potencial é imenso. Ainda mais quando olhamos a minúscula representatividade do e-commerce no Brasil (3 por cento).
O potencial é enorme, mas qual é a dificuldade de se criar um programa de cashback?
Para Méliuz, existem barreiras de entrada no cashback?
IPO de +300 por cento
O IPO da CASH, em novembro de 2020, não entusiasmou tanto o mercado, seu preço saiu no piso de sua faixa. Entretanto, de lá para cá, suas ações valorizaram mais de +300 por cento.
Hoje é fácil falar que valeria a pena ter entrado no IPO de CASH.
Contudo, mesmo no piso da oferta e sem acesso a muitas informações (os grandes gestores possuem MUITO mais acesso à empresa no IPO), estaríamos pagando cerca de 45x Ebitda histórico por uma empresa que tinha Ebitda negativo ainda em 2018.
Não olhamos CASH na época. De qualquer modo, assim como o mercado, provavelmente teríamos visto riscos elevados na oferta.
Vivendo e aprendendo.
CASH precisava de cash
Méliuz crescia com suas parcerias no e-commerce até 2019 quando, em conjunto com o Banco Pan (BPAN4), lançou o cartão de crédito com cashback.
CASH queria elevar suas barreiras de entrada oferecendo novos produtos financeiros a seus clientes. A capitalização via IPO fazia sentido.
A empresa vendeu metade de suas ações ao mercado e levantou cerca de 662 milhões de reais no IPO. Metade para o caixa da empresa, metade para dar saída ao fundo de venture capital Monashees.
O interessante é que os fundadores da empresa não venderam, se mantiveram firmes com suas participações.
Capitalizada, CASH foi às compras.
CASH com cash: cupom na Polônia
Méliuz atravessou o oceano Atlântico e adquiriu 51 por cento da plataforma de cupons de descontos e promoções polonesa "Picodi.com".
A Picodi está presente em mais de 40 países e possui mais de 12 mil parceiros (CASH possui 800).
Com a aquisição, CASH reduz bastante sua dependência dos poucos parceiros que possui atualmente (grandes plataformas de e-commerce do Brasil).
Além disso, Méliuz implantará o cashback nas operações da Picodi.
Mas CASH não parou por aí.
CASH com cash: virei banco digital
A empresa percebeu que seus milhões de usuários recebiam o cashback e enviavam para suas contas bancárias. A oportunidade ficou clara – fazia sentido oferecer produtos bancários e, em maio de 2021, CASH adquiriu o banco digital Acesso Bank.
Méliuz comprou o Acesso Bank por 324 milhões de reais, e o pagamento será por troca de ações – os acionistas da Acesso Bank ficarão com cerca de 8 por cento das ações da CASH.
Esta era a ambição de Meliuz pré-IPO:
Após a compra do banco digital, esta é a Méliuz atualmente:
Agregando mais produtos à sua oferta, Méliuz adiciona valor ao seu negócio e cria barreiras de entrada a novos competidores.
Atraindo o cliente com o cashback, Méliuz, hoje, tem grandes oportunidades oferecendo muitos outros serviços.
A evolução da companhia é notável.
"Cashback? Também quero!"
Estão todos de olho no sucesso do cashback. Estão todos de olho no sucesso de CASH. Varejo, bancos, parceiros, amigos, inimigos… todos querem utilizar o cashback para fidelizar seus clientes.
Lojas Americanas (LAME4), com o AME Digital, e a Magazine Luiza (MGLU3), com o SuperApp, entraram no cashback. O BTG (BPAC11) entrou no cashback em parceria com a Mosaico (MOSI3).
Mas o maior concorrente da CASH no país hoje é o Banco Inter (BIDI11). Com mais de 10 milhões de clientes, o banco, além de ter um pequeno e-commerce, dá cashback até para quem faz investimentos na sua plataforma.
A briga é de cachorro grande. Haveria espaço para todo mundo?
CASH + cash = mais CASH
Além de proporcionar uma boa visibilidade de crescimento futuro, CASH vem crescendo forte.
O histórico de resultado ainda é pequeno, mas a empresa cresceu sua receita cerca de +69 por cento em média ao ano desde 2017.
CASH vem acelerando suas despesas com marketing e com a compra de novos usuários (leads). Mesmo com o aumento do marketing, a fintech conseguiu expandir sua margem e crescer seu Ebitda em +186 por cento entre 2019 e 2020.
Os resultados são ótimos. Os resultados são crescentes.
Mas vale a pena investir em CASH3?
CASH com cash gera cash?
Hoje, qualquer um pode dizer o quanto erramos ao entrar no IPO de CASH.
No entanto, sinceramente, a menos que conseguíssemos informações detalhadas dos planos de expansão e confiássemos muito na gestão, não teríamos entrado no IPO.
Após o IPO e tendo implementado todo o crescimento que implementou, CASH é uma empresa completamente diferente do que era em novembro de 2020.
CASH, mesmo com a ameaça da competição atualmente, parece ter muito crescimento contratado apenas oferecendo novos produtos a antigos clientes.
Méliuz, hoje, apresenta alta visibilidade de resultados. Parece, sim, uma oportunidade bastante interessante, mas chegamos atrasados. O mercado já entendeu o potencial de geração de cash (caixa) de CASH.
Negociando a 144x Ebitda, esse crescimento já parece precificado. Mesmo pegando expectativas otimistas de resultados do mercado, CASH negocia a 40x seu Ebitda de 2023 (com a cotação atual e o Ebitda esperado para o ano de 2023).
Gostamos de Méliuz. Gostamos da perspicácia da estratégia da companhia. Gostamos dos resultados.
Gostamos das perspectivas, mas manteremos as probabilidades a nosso favor, continuamos de fora de CASH. Sua cotação atual já parece refletir suas boas perspectivas de resultados.
Por enquanto, apenas observamos e esperamos pacientemente uma oportunidade. Ótimas oportunidades como as que temos no Investidor de Valor.
Boas empresas, com ótimos crescimentos e a preços fascinantes oferecem considerável cashback para seu patrimônio.
Aproveite. Junte-se a nós.