Vale a pena comprar ELET com o FGTS?
Vale a pena comprar ELET com o FGTS?
Vale.
As cotações das ações seguem os resultados a longo prazo, e resultados crescentes fizeram o investimento valer a pena com Petrobras (PETR4):
E com Vale (VALE3):
A longo prazo, os resultados de Eletrobras deverão ser crescentes e puxarão as ações da companhia bem acima do rendimento do FGTS (como foi para Petro e Vale).
Sugiro alocação de 10 por cento do total do saldo do seu FGTS (o máximo é 50 por cento) nas ações de Eletrobras (ELET3).
O governo estima que a oferta será no próximo dia 13 de junho.
Para participar, você deve autorizar, usando o aplicativo do FGTS, a instituição que administra o fundo mútuo de privatização (FMP) para que ela possa consultar o saldo e solicitar reserva de parte do saldo da sua conta FGTS para privatizações.
Uma dica é escolher o FMP com menor taxa de administração (aumenta seu retorno).
Lembrando que você só poderá vender ELET após 12 meses, e o dinheiro volta para a sua conta do FGTS.
Vale a pena comprar ELET sem o FGTS?
Não. Não vale.
Sem as "travas" do FGTS, você possui opções de investimento muito melhores que Eletrobras.
Por exemplo: PetroRio (PRIO3), Unidas (LCAM3) e Taurus Armas (TASA3), entre outras várias opções melhores do ANTI-Trader.
A Eletrobras é melhor que os +3 por cento ao ano de rendimento do FGTS (perde para a inflação), mas não é melhor que diversas ótimas empresas que podemos adquirir na bolsa.
Quem é a Eletrobras?
É um colosso.
É a maior empresa do setor na América Latina e líder em geração e transmissão de energia elétrica no nosso país.
É responsável por 38 por cento da geração de energia do Brasil, com 90 por cento em energia limpa.
E não é só. É também responsável por 40 por cento das linhas de transmissão do nosso país.
A ELET é um gigante. O Brasil não funciona sem Eletrobras. A Eletrobras é absolutamente essencial ao país.
MUITO está em jogo nesse processo de privatização.
Como será a privatização?
Hoje, a Eletrobras é controlada pela União, como vemos abaixo. Apenas 38 por cento das ações estão na mão de investidores privados.
A proposta de privatização é vender ações e diluir a fatia do governo para 45 por cento (ou menos) do capital com direito a voto (ações ordinárias ou ON), retirando o Estado do controle da Eletrobras.
Essa oferta transformaria a Eletrobras em uma corporation – empresa sem acionista controlador definido (assim como a Vale e diversas outras companhias na bolsa).
Por que privatizar a ELET?
Para elevar a capacidade de investimento da nossa maior geradora e transmissora.
Energia abundante e barata é essencial para o desenvolvimento do Brasil.
O Brasil, apesar de possuir energia limpa e abundante (hidrelétricas), ainda possui energia cara.
Energia cara tira a competitividade da nossa indústria em relação ao resto do mundo.
Além disso, a falta de investimentos nos deixa em constante risco de apagões.
A Eletrobras estima que, com a privatização, poderá investir mais do que o dobro nos próximos 15 anos.
Nosso Estado não possui capacidade de investimento nem de gestão.
Por isso, a Eletrobras vem sendo preparada para a privatização há anos.
A Eletrobras é importante demais para o país.
Por que muitos são contra a privatização?
Como vimos no Petrolão e no governo Dilma (subsidiando os combustíveis), a poderosa Petrobras, a maior empresa do país, quase sucumbiu.
Empresas estatais são uma enorme oportunidade de corrupção e de populismo político.
A CUT é contra a privatização, é claro.
Mas, ao contrário do que alega a CUT, as privatizações brasileiras trouxeram melhora significativa nos serviços de telefonia, na Vale, nas Siderúrgicas e em muitas outras empresas.
O Estado não tem capacidade de gestão.
E a energia é importante demais para o país.
A Eletrobras sofre com uso político?
A Eletrobras está presente em muitos estados da federação.
Suas geradoras possuem cotas de venda de energia que amarram o potencial das geradoras de conseguir contratos de fornecimento mais vantajosos.
Imagino que esse sistema deva ter sido criado para que os políticos distribuam energia mais barata para os "amigos do rei" – mas não posso afirmar categoricamente.
As cotas são enormes: mais de 40 por cento de toda a geração.
Com a privatização, 20 por cento ao ano da energia deixará de ser cota e vai para o preço de mercado.
Livre de cotas, em 5 anos, toda a energia passaria a ser comercializada a preço de mercado.
Não é garantia de melhores resultados, mas é um risco a menos.
Mas esse não é o único risco.
Quais os riscos de comprar ELET?
A Eletrobras vem sendo preparada para a privatização há anos.
Seu balanço está ajustado, não apresenta prejuízo, a dívida está em patamar confortável.
O problema atual é a falta de crescimento de resultados.
No entanto, mesmo com com lucros estáveis desde meados de 2002 (20 anos), as ações se recuperaram recentemente com a arrumação da casa e a esperança da privatização.
Inclusive, o competente Wilson Ferreira Júnior, ex-CEO da companhia, desistiu de esperar pela privatização e, após arrumar a casa, pediu demissão em janeiro de 2021.
A privatização pode simplesmente não sair.
Além disso, mesmo após a privatização, o governo federal terá uma "golden share", uma ação que dá poder de veto (padrão para outras empresas privatizadas).
Mas o grande risco é que não conhecemos os "novos donos" da Eletrobras.
Assumimos que, sob a gestão privada, a companhia melhore sua governança e volte a crescer, mas não sabemos nem quem serão.
E teremos eleições ainda em 2022 – podemos ter rediscussão da privatização (improvável).
Além, é claro, dos riscos "normais" de execução do negócio.
São os riscos que vejo.
Por que não comprar ELET sem FGTS?
Este é o resumo da privatização da companhia.
Sim, vemos a privatização da Eletrobras como uma boa oportunidade de melhora na governança e nos resultados da companhia.
Em um mercado super regulado (energia), o simples retorno da capacidade de investimento de ELET já deve trazer boas perspectivas para a companhia.
Mas existem riscos e, a 7x EBITDA, o mercado já precifica essa melhora.
A 7x Ebitda, sem crescimento e sem saber quem serão os "novos donos", vemos oportunidades muito maiores (e mais baratas) em outras empresas na bolsa.
(7x Ebitda é uma forma de entender o quanto você paga pelos resultados – quanto menor melhor. Se o Ebitda é 10 milhões de reais, pagando 7x, você paga 70m pela empresa. Pagando 5x, você paga "só" 50m).
Sim, é um bom investimento para quem "só ganha" +3 por cento ano no FGTS.
Mas para quem pode investir com o ANTI-Trader não é.
De qualquer forma, a privatização será extremamente benéfica para o Brasil.
Nossas ótimas empresas do ANTI-Trader crescem e agradecem.
Junte-se a nós.