Vale a pena comprar as Ações de Oi (OIBR3)?
Resultados do 4T20
A Oi (OIBR3) divulgou ontem, antes da abertura do mercado, os seus resultados do 4T20.
Em linhas gerais, a Companhia apresentou resultados razoáveis, seguindo a execução que já vinha sendo adotada nos trimestres anteriores. Como principais destaques para os números, aponto:
A Receita Líquida foi de R$ 4,8 bilhões no 4T20 (-2,8 por cento ano contra ano), influenciada principalmente por queda nas linhas de Residencial e Mobilidade Pessoal. Por outro lado, o faturamento foi positivamente impactado pelas receitas com B2B.
Os Custos e despesas operacionais totalizaram R$ 3,3 bilhões no período (-6,1 por cento ano contra ano), seguindo com boa atuação nas frentes de redução de custos, simplificação operacional e eficiência.
Com redução de custos, a Oi entregou um EBITDA de R$ 1,5 bilhão, com margem de 31,2 por cento, uma evolução de +5,5 por cento ano contra ano no EBITDA e +2,4 pontos percentuais ano contra ano na margem.
Apresentando um melhor resultado financeiro e maior resultado tributário, a Companhia obteve um Lucro Líquido de R$ 1,8 bilhão, contra um prejuízo de -R$ 2,3 bilhões no mesmo período do ano passado.
No 4T20, o fluxo de caixa operacional consolidado apresentado pela Companhia foi negativo em R$ 245 milhões. Não só no 4T20, mas também durante todo o ano de 2020, esse resultado se demonstrou negativo principalmente em função do elevado volume de investimentos no projeto de expansão de Fibra (FTTH), para garantir a execução de seu plano de transformação.
Apesar da queima de caixa, entendo que é positivo o investimento em fibra que está sendo realizado, visto que a penetração nessa linha é considerada futuro no setor. Além disso, com as vendas de ativos recentes já divulgadas e concretizadas no 1T21, a Companhia apresenta recursos para fazer frente às perdas, podendo contar também com eventuais alternativas de financiamento.
Os números da Companhia seguem refletindo a estratégia de substituição dos serviços de cobre por Fibra no segmento residencial, a migração de clientes pré-pago para pós-pago no segmento de mobilidade pessoal, expansão dos serviços de Fibra, uma maior comercialização de serviços Corporativos e Atacado no B2B e redução de custos, eficiência e simplificação operacional. Apesar dos razoáveis resultados operacionais obtidos, o principal motivador para a lucratividade no trimestre foi impulsionado por fatores não oriundos da operação, no caso, na linha de resultado tributário.
Seguindo conforme o planejado
Fato tão ou até mais importante que os resultados do 4T20, contudo, é o cumprimento do cronograma de venda dos ativos estipulado no âmbito da Recuperação Judicial – uma das maiores e mais desafiadoras ao longo dos últimos tempos.
Entendo que a Companhia vem apresentando sucesso nesse sentido, com muitas conquistas ao longo do ano de 2020, mas ainda existem passos importantes a serem alcançados. Basicamente, falo da i) aprovação dos órgãos reguladores, ainda a ser obtida, no caso da venda da Oi Móvel; e ii) do leilão da UPI InfraCo, unidade de ativos de fibra, esperado para o 1S21. Adicionalmente, considero que o prazo da recuperação judicial já contempla prováveis prazos máximos de análise no caso da Oi móvel, o que é positivo para a tese. Destaco, por fim, que a InfraCo já está operando como empresa independente e já firmou os primeiros contratos de grande porte com provedores de internet.
Seguindo com a forte estratégia que já vem sendo executada e com a aprovação/venda dos ativos nos prazos e valores esperados, a Companhia espera que a finalização da sua Recuperação Judicial se torne realidade ainda no final deste ano.
Dito isso, ressalto que, até então, vejo a Oi no caminho certo, fazendo exatamente o que tinha sido proposto ao considerar o aditamento do seu plano de recuperação judicial.
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