Tolerância vs. capacidade para tomar risco
Capacidade para tomar risco
Você sabia que os tipos de ativos (e o peso de cada um deles no portfólio) que são apropriados para você dependem significativamente das suas fontes de renda fora do mundo dos investimentos? E que, além da sua renda fora dos investimentos, fatores como a sua idade também determinam a sua capacidade de tomar risco?
Com alguns exemplos, tudo fica mais fácil.
Roberta, uma viúva de 65 anos de idade, foi forçada a parar de trabalhar como enfermeira por conta de um caso severo de artrite. Ainda resta a maior parte do financiamento da casa dela a pagar que, apesar de ter sido contratado com uma baixa taxa de juros, demanda pagamentos mensais substanciais. Além dos recursos da sua aposentadoria forçada, tudo o que ela tem são os ganhos sob os 500 mil reais que ela recebeu do seu seguro e uma carteira de 100 mil reais alocada em ações de small caps e growth, que herdou de seu marido.
Está claro que a capacidade de tomar risco da Roberta está seriamente limitada, por conta de sua situação financeira. Além de já ter uma idade avançada, ela simplesmente não tem condições físicas de obter uma renda fora de seus investimentos. Ainda, ela tem elevados gastos fixos com o financiamento de sua casa.
Em resumo, ela não teria como se recuperar de uma grande perda em seu portfólio e precisa de uma carteira focada na geração de renda passiva e com baixa exposição a risco, composta primordialmente por títulos de renda fixa e ações de dividendos ou FIIs, por exemplo.
Julia tem apenas 28 anos, acabou de concluir seu MBA e está trabalhando em um grande banco de investimentos. Ela não tem dívidas e acabou de herdar 200 mil reais de sua avó. Seu objetivo é multiplicar seu patrimônio para garantir uma aposentadoria tranquila no futuro.
Ela tem capacidade para montar uma carteira de investimentos com perfil mais agressivo. Possui tanto uma expectativa de vida quanto uma renda com o seu trabalho que a permitiriam manter o seu padrão de vida caso venha a incorrer em uma perda nos seus investimentos. Uma carteira de small caps ou ações de crescimento poderia ser recomendada para a Julia, mas é a personalidade dela que realmente determinará a quanto risco a carteira pode estar exposta.
O casal Pedro e Nádia está na casa dos 45 anos e tem uma renda anual de 220 mil reais com o salário de engenheiro do Pedro na Vale sendo complementado pela venda de produtos da Avon da Nádia. Eles têm 4 filhos, com idade entre 3 e 12 anos e querem ter dinheiro suficiente para pagar a universidade de todos. Eles já estão quase acabando de pagar o financiamento de sua casa e a carteira de investimentos da família tem cerca de 700 mil reais, mas todo esse dinheiro está investido em ações da Vale.
O maior problema nesse caso é que, apesar de já possuírem um património em linha com o seu objetivo financeiro, tanto a renda quanto os investimentos da família estão atrelados a uma empresa específica. Ações seriam uma classe de ativos recomendada nesse caso, mas com a elevada concentração, uma adversidade negativa pode causar grandes perdas em seu portfólio e ainda comprometer a principal fonte de renda da família.
Tolerância para tomar risco
Enquanto a capacidade de tomar risco depende de fatores como a sua renda, idade ou a necessidade de alcançar um determinado montante de recursos, a tolerância ao risco vai depender da sua atitude frente às incertezas e oscilações naturais do mercado.
Por isso é comum dizer que um planejamento financeiro bem-sucedido envolve ciência, mas também é uma arte. Diretrizes gerais de alocação entre as diferentes classes de ativos são de extrema importância, mas o segredo para determinar a tolerância ao risco é descobrir o nível de risco que permita que a pessoa durma em paz.
A tolerância ao risco é um aspecto essencial do planejamento financeiro e, apesar de um consultor poder ajudar, somente o próprio investidor tem a resposta sobre quanto risco tolera.
É fato que quanto maior o horizonte de investimentos, menor a chance de se perder dinheiro investindo em renda variável. Mas ainda assim é preciso ter estabilidade psicológica para aceitar e enfrentar as flutuações de valor do portfólio que ocorrem no curto prazo.
A bolsa pode cair -50 por cento e se recuperar rapidamente, como ocorrido na crise de 2008-09 ou na do ano passado, ocasiões nas quais em 1 ano ou menos ela se recuperou. Mas a bolsa também pode ficar por vários anos no vermelho, entre os anos de 2010 e 2015, por exemplo, foram 6 anos consecutivos de bolsa em queda.
“Panicar” ou ficar fisicamente/mentalmente afetado por conta de ter mais ações do que deveria é algo que simplesmente não pode ocorrer. Então, se um investidor está perdendo o sono por conta de sua posição em ações, mesmo quando está tudo bem, ele certamente tem mais ações do que a sua tolerância a risco permite.
No fim das contas, tanto fatores objetivos quanto subjetivos precisam ser levados em consideração na hora de determinar a alocação entre classes de ativos na carteira de qualquer investidor.
A alocação da carteira nos níveis de risco é mais importante do que escolher entre investir na ação X ou na Y. Porém, a maioria dos investidores só percebe que vinha com uma alocação inadequada nos momentos mais difíceis.
Para quem já possui um bom patrimônio investido, faz total sentido se dedicar a entender se a carteira atual está em linha com os seus objetivos e com o nível de risco que cada um pode tolerar. Nesses casos, uma consultoria personalizada pode fazer uma diferença enorme ao longo do tempo.
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Um abraço,