Quais são os tipos de inflação e como afetam a economia
Conhecer todos os tipos de inflação vai te ajudar a investir com mais embasamento em diferentes cenários econômicos. Confira, neste post, os detalhes desse fenômeno econômico!
Você já ouviu falar em inflação e, provavelmente, já sentiu seus impactos no dia a dia. Mas você sabe dizer o que é e quais são os principais tipos? Afinal, existem diferentes causas para o aumento dos preços de bens e serviços.
Neste artigo, conheça quais são os tipos de inflação, como eles afetam a economia e os principais índices a se observar sobre o assunto. Continue a leitura!
Sumário
- O que é inflação?
- Quais são os tipos de inflação?
- Quais são os principais índices de inflação?
- Quais são os índices de inflação das outras instituições?
- Como os tipos de inflação impactam a economia e os investimentos?
O que é inflação?
A inflação é o aumento contínuo do custo de produtos e serviços em uma determinada localidade. Em outras palavras, é a desvalorização de uma unidade monetária, que perde poder de compra. Apesar de existirem diferentes causas para isso, elas costumam ser classificadas da seguinte maneira:
- aumento da demanda;
- aumento dos custos de produção;
- inércia inflacionária;
- aumento da emissão de moeda.
O que é deflação?
A deflação pode ser entendida como o contrário da inflação. Nesse caso, trata-se da queda contínua do custo de produtos e serviços.
É comum que as pessoas considerem a deflação como algo favorável para a economia, no entanto, isso não é necessariamente verdade. Afinal, quando os preços estão mais baratos a cada dia, as empresas e famílias podem preferir adiar suas decisões de investimento e de consumo.
Quais são os tipos de inflação?
Podemos dizer que existem dez tipos de inflação. Veja, a seguir, cada um deles.
Demanda
A inflação de demanda ocorre quando a procura por bens e serviços é maior do que a capacidade das empresas de a atender. Por exemplo, se um país incentiva o consumo pela população, mas não ajusta a produção, é possível que ela ocorra.
Oferta
A inflação de oferta ou inflação de custos ocorre por conta de um aumento nos custos de produção, apesar de a demanda se manter estável. O aumento no preço do petróleo, da água e da energia elétrica, que são insumos básicos, acaba sendo repassado para o consumidor.
Nas últimas décadas, o Brasil enfrentou o apagão de 2001, a crise hídrica de 2014 e a crise hídrica de 2021. Quando a capacidade de produção de energia pelas hidrelétricas é afetada, torna-se necessário o acionamento das usinas termelétricas. O resultado disso é o aumento do custo para produção de energia.
Estrutural
A inflação estrutural tem a ver com a inflação de oferta. Isso porque, quando está difícil adquirir a estrutura para a produção de um determinado item, aumentam as chances de ter que vendê-lo no futuro por um preço mais alto.
A greve dos caminhoneiros em 2018 foi um exemplo disso. A dificuldade de circulação de insumos básicos gerou uma crise no país.
Outra razão para a inflação estrutural são os produtos nacionais direcionados para a exportação, seja por conta do câmbio favorável para isso ou de oportunidades no mercado estrangeiro.
Espiral
A inflação espiral ou espiral inflacionária está relacionada a ciclos em que os empregados têm seus salários reajustados em razão da perda do poder aquisitivo provocada pela inflação.
Com mais dinheiro no bolso, eles gastam mais e mais dinheiro circula entre as pessoas. Já os empregadores precisam elevar o preço dos produtos para pagar esses salários mais altos. O resultado de tudo isso é mais inflação.
Global
A inflação global ocorre quando os índices de inflação das economias mais importantes do mundo aumentam concomitantemente.
Atualmente, no comércio internacional, a maioria dos países compra e vende entre si. Logo, se os custos de produção crescem, isso se traduz nos preços dos produtos. A globalização facilita tal situação.
Inercial
Na inflação inercial, o mercado acredita que a inflação será mais alta no futuro, assim, os preços dos produtos e serviços são corrigidos de maneira antecipada.
Consequentemente, sem motivo aparente, os preços se mantêm nos mesmos patamares com base na inflação do período anterior.
Monetária
A inflação monetária ocorre quando o governo emite moeda de forma descontrolada. Quando há mais moeda em circulação do que bens e serviços, os preços aumentam.
Na passagem da Monarquia para a República, por exemplo, o Brasil viveu uma crise econômica conhecida como a crise encilhamento.
A ideia era emitir dinheiro e aumentar a concessão de crédito para estimular a industrialização. No entanto, o resultado foi a desvalorização da moeda e o aumento da inflação.
Reprimida
A inflação reprimida está relacionada à adoção de política de congelamento de preço ou de definição de preços máximos pelo governo. Afinal, se não há lucro em produzir um certo item, quem trabalha com isso opta por não fazê-lo.
Consequentemente, com menos produto no mercado e muitas pessoas querendo comprá-lo, o seu preço sobe.
Estagflação
A estagflação ocorre quando os preços dos produtos e serviços continuam a subir mesmo diante de um crescimento baixo ou inexistente. Esse termo é a combinação das palavras "estagnação" e "inflação", tendo sido criado por um político inglês na década de 1960.
Na década seguinte, a estagflação ficou conhecida em razão da crise do petróleo. Recentemente, por conta da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia, ela voltou a preocupar o mundo.
Aproveite e confira o vídeo em que a sócia-fundadora da Nord Investimentos, Marília Fontes, explica de maneira clara e concisa o que é o termo estagflação!
Hiperinflação
Na hiperinflação, há um aumento vertiginoso dos preços diariamente. Ela mina o poder de compra das pessoas e provoca a queda do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado disso é recessão e desemprego.
No fim da década de 1980 e início da década de 1990, os brasileiros passaram por tal cenário. Para se ter uma ideia, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve a sua maior taxa de variação mensal em março de 1990, chegando a 82,39%.
Quais são os principais índices de inflação?
O principal índice de inflação do Brasil é o IPCA. Desde 1980, ele vem sendo produzido todos os meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além dessa métrica, o IBGE também produz o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A diferença entre eles é justamente o termo "amplo".
Vale ter em mente que o IPCA é o índice oficial da inflação no Brasil. Assim, ele é utilizado pelo governo no momento de estabelecer o regime de metas de inflação e, também, a taxa básica de juros da nossa economia, a Selic.
Para completar, conheça outros índices calculados pelo IBGE.
IPCA-15
O que diferencia o IPCA do IPCA-15 é o período da pesquisa e sua abrangência. Ele costuma ser calculado do dia 16 do mês anterior até o dia 15 do mês atual, então fornece dados de um recorte temporal distinto.
IPCA-E
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) se refere ao valor do IPCA-15 acumulado no trimestre.
IPP
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) foca na indústria, medindo a variação dos preços de venda de bens e serviços.
Sinapi
O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) calcula, em parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF), a variação dos custos no setor habitacional e de construção.
Quais são os índices de inflação das outras instituições?
Como era de se esperar, além do IBGE, outras instituições também produzem índices de inflação. Veja abaixo.
IGP-M
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Ele é formado pela média ponderada de três índices de preços também produzidos por essa instituição. Confira a porcentagem:
- 60% pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- 30% pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- 10% pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Dependendo do período de pesquisa, os índices são chamados de IGP-M, IGP-10 ou IGP-DI.
IPC-Fipe
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que leva em conta a variação do custo de vida médio de famílias de São Paulo (SP) cuja renda vai de um a 10 salários mínimos.
Como os tipos de inflação impactam a economia e os investimentos?
A inflação afeta diretamente a rentabilidade dos investimentos e também impacta no nível de demanda por determinado produtos financeiros.
Em termos de lucratividade, em cenário de movimentação da inflação, é necessário se atentar à diferença entre rendimento nominal e rendimento real. O primeiro diz respeito ao retorno total do investimento sem descontos. Já o segundo é o rendimento do investimento descontando a inflação do período.
Um alto grau de desvalorização da moeda pode fazer com que um investimento de longo prazo não tenha rentabilidade, caso ele esteja atrelado a uma taxa de juros baixa em comparação à inflação. Nesse caso, na prática, o investidor teria prejuízo.
O impacto desse fenômeno econômico sobre a rentabilidade culmina em outra consequência: o reajuste da carteira dos investidores. Quando a inflação está alta, por exemplo, títulos com pós-fixados, baseadas em índices como o IPCA, passam a ser mais atrativos.
Por outro lado, em cenário de estabilidade, eles podem perder apreço frente a outros títulos de renda fixa e renda variável.
Por fim, tenha em mente que, independentemente do cenário econômico, é essencial analisar e estudar o mercado para tomar decisões de investimento mais embasadas.
O conteúdo foi útil para você? Então, conheça mais sobre o principal índice brasileiro na medição da inflação, o IPCA!
Resumindo
Quais são os principais tipos de inflação?
Há dez principais tipos de inflação. São eles:
- inflação de demanda;
- inflação de oferta ou inflação de custos;
- inflação estrutural;
- inflação espiral ou espiral inflacionária;
- inflação global;
- inflação inercial;
- inflação monetária;
- inflação reprimida;
- estagflação;
- hiperinflação.
Qual é a diferença entre inflação de demanda e oferta?
A inflação de demanda se deve à procura por bens e serviços, quando ela é maior do que a capacidade das empresas de a atenderem. Já a inflação de oferta ou inflação de custos está relacionada ao aumento dos custos de produção, apesar de a demanda se manter estável.