Tesouro Direto registra maior onda de resgates em cinco anos
O Tesouro Direto, um dos principais produtos de renda fixa no Brasil, registrou o maior volume de resgates dos últimos cinco anos. O volume de recompras em 2024 foi de quase R$ 37 bilhões, uma alta de 28% em relação ao registrado em 2023.
Os dados são do Ministério da Fazenda, disponíveis no Portal de Dados Abertos do governo federal.
Resgates do Tesouro Direto têm a maior alta desde 2019
Ano | Resgates em bilhões R$ |
2019 | 28,60 |
2020 | 31,30 |
2021 | 22,70 |
2022 | 26,80 |
2023 | 30,30 |
2024 | 36,90 |
Fonte: Ministério da Fazenda. Elaboração: Nord Research
Por que o Tesouro Direto teve recorde de resgates?
O aumento significativo nos resgates do Tesouro Direto pode ser explicado por diversos fatores, como a alta na taxa Selic, a volatilidade econômica e a necessidade de liquidez dos investidores. A alta dos juros torna outras modalidades de investimento, como os CDBs, LCIs e LCAs, mais atrativas no curto prazo, reduzindo o interesse por manter os recursos aplicados em títulos públicos.
Além disso, a busca por liquidez imediata em tempos de incerteza econômica também contribui para o aumento dos resgates.
Como a alta da Selic impacta os resgates?
Com a Selic em patamares elevados, os títulos atrelados à taxa básica de juros ganham destaque, enquanto títulos prefixados e atrelados à inflação podem perder competitividade. Investidores que optaram por títulos de longo prazo em momentos do passado podem estar antecipando resgates para aproveitar melhores retornos de curto prazo em outras opções, como CDBs ou fundos DI.
Quais títulos foram os mais resgatados em 2024?
O título público prefixado foi o investimento mais resgatado no ano passado devido à projeção de mais juros em 2025 e 2026.
Os investidores estão abandonando o Tesouro Direto?
Apesar do aumento nos resgates, isso não significa necessariamente que os investidores estão abandonando o Tesouro Direto. Muitos investidores ainda veem os títulos públicos como uma alternativa segura e acessível. O movimento atual reflete, em grande parte, uma reavaliação de estratégias de alocação de ativos em um cenário de alta de juros e inflação controlada.
Ainda que em 2024 tenha ocorrido um volume maior de resgates, também é válido observar que também houve um aumento significativo no número de novas vendas do Tesouro Direto, as quais somaram R$ 68 bilhões no ano.
Fluxo anual do Tesouro Direto
R$ Bi | 2023 | 2024 | Y/Y (%) |
Vendas (I) | 46,6 | 67,9 | 46% |
Resgates (II) | 34,7 | 52,3 | 50% |
Vencimentos (II.I) | 5,8 | 15,4 | 164% |
Recompras (II.I) | 28,9 | 36,9 | 28% |
Vendas líquidas (I.II) | 12 | 16 | 31% |
Fonte: Portal de Dados Abertos Governo Federal. Elaboração Nord Research
Ainda vale a pena investir no Tesouro Direto em 2025?
Sim! Observamos o cenário econômico atualmente pressionado como uma boa oportunidade para investidores de renda fixa se posicionarem. O ano de 2025 começa com a perspectiva de uma taxa Selic mínima de 14,25% ao ano, tornando as aplicações no Tesouro Selic especialmente vantajosas. Paralelamente, os títulos atrelados ao IPCA+ oferecem juros reais superiores a 7,5% ao ano, representando uma excelente oportunidade para valorizar o patrimônio com retornos ajustados pela inflação.