Teoria de Dow: princípios e como aplicar na Análise Técnica

Você conhece a Teoria de Dow? Saiba quais são os princípios desse postulado, suas tendências de preços de ativos e como aplicá-la!

Nord Research 31/08/2023 13:34 6 min
Teoria de Dow: princípios e como aplicar na Análise Técnica

A Teoria de Dow é um meio para se fazer a análise técnica no mercado financeiro, pois ajuda investidores e traders a entenderem os tipos de oscilações em vigor sobre determinado ativo.

Criada por Charles Dow, a Teoria de Dow tem sido utilizada por profissionais do mercado financeiro há décadas para identificar os momentos de alta e de baixa das ações, proporcionando maior embasamento nos investimentos de renda variável.

Mas como interpretar essas mudanças, que podem ser de curto, médio ou longo prazo? Continue lendo e descubra tudo o que você precisa saber sobre a teoria!

O que é a Teoria de Dow?

A Teoria de Dow é um parâmetro de análise técnica que foi desenvolvido por Charles Dow. Ela serve para identificar tendências de ativos e tomar decisões estratégicas de investimento por meio de gráficos e indicadores que demonstram padrões e oscilações nos preços das ações.

Para isso, considera-se o histórico de preços e o volume de ações em negociação. Essa é uma das teorias mais relevantes quando se fala em análise de renda variável. Assim, é amplamente utilizada por investidores e traders. É diferente da análise fundamentalista, que se concentra mais na empresa emissora de ações.

Quem foi Charles Dow?

Charles Henry Dow (1851 — 1902) foi o criador do Wall Street Journal, em 1889, jornal que hoje tem grande circulação nos Estados Unidos. Ele também foi um dos responsáveis pela fundação da Dow Jones Company e do Dow Jones Industrial Average (DJIA), um conhecido indicador de mercado norte-americano.

O índice Dow Jones, um dos mais importantes ao nível internacional, foi criado por Charles Dow e Edward Davis Jones, em 1896. Ele acompanhava as estimativas de alta e baixa nos preços de ativos tendo como referência 12 empresas.

Hoje é composto pelas 30 maiores empresas de capital aberto da NYSE, a bolsa de valores de Nova Iorque. Embora muito pensem que Dow fosse um economista, ele era apenas jornalista, mas tinha amplo conhecimento do mercado financeiro.

Quais são os princípios da Teoria de Dow?

A Teoria de Dow é baseada em alguns princípios que ajudam a avaliar o desempenho do mercado financeiro. Confira quais são!

Existem três tendências de preços

As três tendências de preço são: primária, secundária e terciária. A primária se refere ao longo prazo dos ativos. Em geral, um período de dois ou três anos, com análise de gráficos mensais.

A secundária considera correções de mercado, quando há oscilações de alta ou queda bruscas, tendo em vista um prazo mais curto, com gráficos semanais.

Já a terciária analisa um período ainda mais curto, levando em conta pequenas oscilações de preços dispostos na tendência primária, com gráficos diários.

As tendências primárias têm três fases

Existem três fases nas tendências primárias, que são: acumulação, participação pública e distribuição.

A fase de acumulação é o momento ideal para compra de ativos, pois já houve uma assimilação de informações de baixa e há indicadores de mudança para uma tendência de alta.

Por sua vez, na fase de participação pública acontece a compra de ativos pela maioria dos investidores e ocorrem altas rápidas nos preços.

Já a fase de distribuição ocorre quando o noticiário divulga ganhos expressivos de ativos na bolsa. Assim, acontece aumento de volume de transações e a participação pública se torna ainda mais elevada.

Por outro lado, os investidores que iniciaram na fase de acumulação começam a vender ativos e obtêm lucro.

Descontos no preço

Este princípio indica que todos os fatores relacionados aos ativos ou à empresa estão descontados no preço. Por exemplo, quando uma companhia não está indo bem, haverá uma baixa nos preços. Por outro lado, se o empreendimento está no caminho certo, seu valor tende a subir com o tempo.

Princípio da inércia

Adaptado a partir da 1ª Lei de Newton, na física, o princípio da inércia da Teoria de Dow diz que uma tendência continua verdadeira enquanto não for revertida.

Por conseguinte, há uma interrupção da tendência apenas se o preço de fechamento estiver abaixo ou acima de um parâmetro anterior que indica mudança de tendência.

Princípio do volume

O volume é o número de ativos que são negociados no mercado. Este princípio afirma que o volume ajuda a confirmar a tendência de subida ou de queda, sendo necessário haver uma quantidade considerável de negociações.

Avaliação conjunta das médias

Quando Charles Dow criou o Dow Jones Industrial Average, o indicador avaliava a média ponderada dos empreendimentos do setor industrial, sendo uma forma de acompanhar o desempenho na Bolsa.

Porém, houve a necessidade de criar outro indicador, o Dow Jones Transportation Average, que incluía as empresas de transporte.

Pela avaliação dos dois índices, se ambos caminhassem na mesma direção, significava que havia uma consistência na tendência de mercado. Caso contrário, haveria uma alteração na tendência.

Hoje, entende-se por essa teoria que para haver uma tendência de alta, a média deve subir em relação a uma alta anterior.

Como são as tendências de preço na Teoria de Dow?

A tendência primária é comparada à maré, que representa o maior movimento do mar, e é a tendência de longo prazo do mercado.

A secundária é comparada às ondas, que se formam com a subida ou descida da maré e representam oscilações de alta e baixa no médio prazo. Já a terciária funciona de maneira semelhante às marolas, que surgem entre as ondas e representam oscilações de curto prazo.

Quais são as críticas à Teoria de Dow?

Embora a Teoria de Dow seja amplamente respeitada e utilizada no mundo dos investimentos, ela não é imune a críticas. Algumas dessas incluem:

  • falta de precisão: a Teoria de Dow é baseada em princípios gerais, o que significa que pode haver variações na aplicação desses princípios em diferentes situações;
  • perda de tendências pelo trader: se o trader esperar confirmar a tendência, pode ser que perca oportunidades em prazos mais curtos nas tendências secundárias e terciárias;
  • atraso nos ganhos: a teoria pode ser considerada tardia, uma vez que o investidor pode perder parte de ganhos ao esperar que a tendência se confirme.

Como aplicar a Teoria de Dow na análise técnica?

A Teoria de Dow pode ser aplicada na análise técnica para:

  • identificar tendências: os investidores podem usar gráficos de preços e indicadores técnicos para identificar os pontos de virada nas tendências de mercado;
  • confirmar tendências: você pode usar a relação entre diferentes índices (por exemplo, o Dow Jones) para confirmar uma tendência em um determinado setor ou no mercado na totalidade;
  • identificar pontos de reversão: a teoria também pode ser usada para identificar pontos de reversão em uma tendência de mercado.

Gostou de saber mais sobre a Teoria de Dow? Agora, se aprofunde no já citado Índice Dow Jones, métrica de mercado muito popular nos Estados Unidos que se originou do trabalho do mesmo autor da teoria!

Resumindo

O que diz a Teoria de Dow?

A Teoria de Dow postula uma série de ideias a se considerar na interpretação dos movimentos do mercado de ações como:

  • existem três tipos de tendências de preço: primária (longo prazo), secundária (médio a curto prazo) e terciária (curtíssimo prazo);
  • as tendências primárias contam com três fases: acumulação, participação pública e distribuição;
  • os preços dos ativos já são descontados, ou seja, consideram todos os dados disponíveis sobre o papel em questão;
  • o volume deve corroborar a tendência.

Como usar a Teoria de Dow?

O investidor pode utilizar a Teoria de Dow em sua metodologia de análise técnica para identificar e confirmar tendências de mercado, assim como perceber sinais de reversão no comportamento de ativos. É fundamental, no entanto, que ele se atente ao tempo para realizar as avaliações dos ativos, pois pode perder o tempo ideal para assumir ou deixar posições.

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