Entenda as recentes quedas no mercado financeiro global
Descubra os principais fatores que levaram às quedas nos mercados globais, incluindo o índice Nikkei, Bitcoin e moedas emergentes.
O indice Nikkei sofreu uma queda de 12,4%, marcando a maior desvalorização diária desde a crise do "Black Monday" de 1987.
Esse circuit breaker foi impulsionado por preocupações com a economia japonesa e global, além de tensões geopolíticas que afetaram a confiança dos investidores.
Bitcoin cai -10%
O mercado de criptomoedas também foi afetado, com o Bitcoin caindo mais de 10%. A desvalorização da criptomoeda está ligada à atenção dos investidores às políticas econômicas do Japão e dos Estados Unidos. A volatilidade do Bitcoin é uma característica bem conhecida, mas a magnitude desta queda levanta preocupações sobre a estabilidade dos ativos digitais.
Ibovespa cai -2% na abertura
As ações de Vale (VALE3) recuam 2,53% e as da Petrobras (PETR4) caem 2,85%. Bancos operam mistos: BB (BBAS3), -0,84%; Itaú (ITUB4), -1,46%; Bradesco (BBDC4), +0,40%; e Santander (SANB11), -1,49%.
Moedas de mercados emergentes em baixa
As moedas de mercados emergentes registraram fortes quedas no mercado asiático. A valorização do dólar e as incertezas econômicas globais contribuíram para esse cenário, prejudicando as economias desses países. As moedas que mais sofreram foram as de países com forte dependência de exportações, como Brasil e África do Sul.
Queda do Dow Jones futuro e temores de recessão nos EUA
Nos Estados Unidos, o Dow Jones futuro caiu mais de 1%, refletindo os temores de uma possível recessão. As preocupações com a desaceleração econômica dos EUA e a resposta do Federal Reserve às pressões inflacionárias são fatores que influenciam essa perspectiva pessimista.
Impacto nas ações brasileiras e ETFs
No Brasil, o ETF EWZ, que representa o mercado de ações brasileiro, chegou a cair 4%. Grandes empresas como Petrobras, Vale e bancos também registraram baixas significativas. Esses movimentos refletem a aversão ao risco dos investidores estrangeiros, que retiraram capital dos mercados emergentes em busca de segurança.
Vix salta +111%
O VIX é amplamente utilizado por investidores e analistas para monitorar o clima do mercado e como um indicador de possíveis movimentos de mercado.
No cenário atual, o índice de volatilidade saltou fortes +111%, representando o medo do mercado do que está por vir.
Esse salto foi o maior nível já visto desde março de 2020, período da pandemia da COVID-19.
O que é VIX?
O VIX, também conhecido como Índice de Volatilidade ou Índice do Medo, é um indicador financeiro que mede a expectativa de volatilidade do mercado de ações dos Estados Unidos, especificamente do S&P 500, para os próximos 30 dias. Ele é calculado com base nas opções do S&P 500 e é usado como uma medida do sentimento dos investidores em relação ao risco.
Quando o VIX está alto, geralmente indica que os investidores esperam uma alta volatilidade nos mercados, o que pode estar associado a incertezas ou turbulências econômicas. Quando o VIX está baixo, sugere que os investidores esperam um mercado mais estável e menos volátil.
O que é uma recessão?
Recessão econômica é um momento dos ciclos de mercado que marca a redução prolongada da atividade econômica de um país. Tecnicamente, a recessão é definida por dois trimestres consecutivos de queda no PIB.
A recessão também traz consigo uma queda relevante em índices relevantes da economia, como o aumento do desemprego, diminuição na atividade industrial, atividade econômica, entre outros fatores.
Em resumo, a recessão é um momento em que a economia de um país está contraindo, em vez de crescer, como é desejável.
Resumo das quedas do mercado
Existem muitas variáveis influenciando os mercados hoje, mas elencamos algumas:
- Desaceleração da Economia Americana
- Elevação das Taxas de Juros no Japão
- Realização de Lucros no Setor de Tecnologia
- Tensões Geopolíticas no Oriente Médio
- Movimentos do grande investidor Warren Buffett
Desaceleração da Economia Americana
Dados mais fracos do mercado de trabalho divulgados ao longo da última semana aumentaram os receios de uma recessão mais intensa nos Estados Unidos.
Elevação das Taxas de Juros no Japão
O aumento das taxas de juros no Japão pode reduzir as operações de carry trade (operação de tomar dinheiro em um país com uma taxa de juros mais baixa e aplicar em outro país com taxa de juros mais alta), fortalecendo o iene. Essa valorização de 14% em relação ao dólar nas últimas três semanas pode prejudicar empresas japonesas que dependem fortemente de exportações.
Realização de Lucros no Setor de Tecnologia
Após altas significativas nos últimos 12 meses e diante de valuations elevados, investidores estão realizando lucros no setor de tecnologia.
Tensões Geopolíticas no Oriente Médio
Há preocupações em relação a uma possível escalada das tensões geopolíticas na região, o que poderia impactar negativamente os mercados.
Movimentos de Warren Buffett
A notícia de que Warren Buffett reduziu significativamente sua exposição em algumas de suas principais posições aumentou a percepção de que a relação atual entre risco e retorno no mercado pode não ser favorável.
O que fazer quando o mercado cai?
Nossa recomendação atual é manter exatamente os investimentos feitos até hoje, sem mudanças bruscas em momentos de estresse do mercado.
Embora isso não signifique que o mercado esteja errado ou que a situação mudará amanhã, os preços de mercado não refletem necessariamente a expectativa real dos agentes em um período de alta volatilidade.
Essa situação pode afetar a percepção sobre as trajetórias da política monetária, o equilíbrio entre moedas e o valor justo das ações na bolsa. Normalmente, isso leva os agentes a serem mais cautelosos, mas também abre oportunidades para aproveitar distorções de mercado.