Taxação sobre previdência privada em herança fica de fora da reforma tributária

Câmara tira da reforma tributária taxação sobre previdência privada em herança; Texto segue agora para o Senado.

Guilherme Abreu 31/10/2024 14:18 6 min
Taxação sobre previdência privada em herança fica de fora da reforma tributária

Recentemente, a Câmara dos Deputados derrubou a proposta de taxação sobre a transmissão de previdência privada em herança, que fazia parte da reforma tributária em discussão.

A proposta visava aplicar o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) aos valores de planos de previdência privada deixados como herança, o que gerou forte reação entre investidores e especialistas financeiros. 

Com a decisão da Câmara, os recursos acumulados em planos como PGBL e VGBL permanecem isentos dessa tributação específica, mantendo-se como uma opção vantajosa de planejamento sucessório para aqueles que buscam transmitir patrimônio de forma eficiente e com menor carga tributária.

Essa medida reforça a atratividade da previdência privada no Brasil, uma vez que, além de benefícios fiscais durante o período de acumulação, o investidor também pode assegurar que os beneficiários receberão os valores sem a necessidade de passar pelo inventário e sem incidência do ITCMD.

Entenda a decisão da Câmara

A decisão da Câmara dos Deputados de derrubar a taxação sobre a previdência privada em heranças foi tomada no contexto da reforma tributária, que inclui diversas propostas de revisão de impostos. A proposta original previa a aplicação do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) sobre os valores acumulados em planos de previdência privada, como PGBL e VGBL, que seriam transmitidos a herdeiros.

No entanto, diante de pressões do mercado financeiro e especialistas, a Câmara decidiu excluir essa taxação, mantendo os planos de previdência como alternativas vantajosas no planejamento sucessório. Essa isenção significa que os valores de previdência privada poderão continuar sendo transmitidos aos beneficiários sem necessidade de pagamento do ITCMD e sem passar pelo inventário, o que agiliza o processo de transmissão de patrimônio e reduz a carga tributária.

Conforme apurado pelo G1, a proposta de inclusão de imposto sobre a herança de planos de previdência privada era vista como uma ameaça ao objetivo de promover a cultura de poupança e segurança financeira para o futuro.

Além disso, os críticos apontaram que a medida impactaria de forma desigual os contribuintes, penalizando aqueles que usaram essas estratégias para garantir uma aposentadoria confortável e financeiramente segura.

A decisão foi bem recebida por investidores e por aqueles que utilizam a previdência privada como uma forma de garantir segurança financeira aos herdeiros, reforçando o papel da previdência como uma ferramenta eficaz de planejamento de longo prazo.

Argumentos favoráveis à isenção de taxação sobre a previdência privada

  • Facilidade no planejamento sucessório: A isenção de ITCMD sobre previdência privada torna o planejamento sucessório mais eficiente. Valores de planos de previdência, como PGBL e VGBL, podem ser transmitidos diretamente aos beneficiários sem necessidade de inventário, agilizando o processo e garantindo que os recursos cheguem rapidamente aos herdeiros.
  • Menor carga tributária: Para muitos, a previdência privada já representa uma forma de complementação da aposentadoria. A isenção da nova taxação evita uma dupla tributação sobre esses recursos, que já são tributados durante a fase de acumulação e no momento dos resgates.
  • Incentivo à poupança de longo prazo: A previdência privada é uma forma de poupança incentivada que contribui para a formação de reservas financeiras no longo prazo. A ausência de taxação extra estimula mais pessoas a investirem nesses planos, promovendo a segurança financeira e a estabilidade econômica.

Argumentos contrários à isenção de taxação sobre a previdência privada

  • Equidade tributária: Alguns defendem que a inclusão do ITCMD em planos de previdência privada promoveria mais equidade fiscal, uma vez que a herança em outros ativos é tributada. Manter a isenção cria um diferencial entre a previdência privada e outros tipos de patrimônio, como imóveis e investimentos.
  • Perda de arrecadação para os Estados: O ITCMD é um imposto estadual, e a sua exclusão sobre a previdência representa uma potencial perda de arrecadação. Em um momento de reformas para aumentar as receitas, a isenção representa menos recursos para os estados, que são os beneficiários desse tributo.
  • Possível distorção na estrutura patrimonial: A ausência de taxação pode incentivar a alocação desproporcional de patrimônio em previdência privada para fins sucessórios, em vez de investimentos diversificados, o que poderia criar uma distorção nos objetivos de investimento de longo prazo.

Implicações para os Investidores

A decisão de manter a isenção de ITCMD sobre a previdência privada gera consequências diretas para os investidores. Para aqueles que já possuíam planos de previdência, a não aprovação da taxação traz segurança e continuidade em seus planos de sucessão, permitindo que os beneficiários recebam os valores sem passar pelo inventário e sem imposto adicional.

Para novos investidores, a previdência privada se mantém como uma opção atraente para planejamento sucessório, com a vantagem de transmitir patrimônio de forma ágil e sem custos adicionais de ITCMD. A decisão também reforça a previdência como um instrumento eficiente na alocação de recursos a longo prazo, garantindo benefícios fiscais e menor carga tributária na sucessão.

O que vem a seguir?

Com a exclusão da taxação de herança sobre previdência privada, a discussão da reforma tributária avança para o Senado, já com mudanças em relação à versão anterior, como a unificação de tributos sobre consumo e o regime de impostos para empresas. 

Caso os senadores façam alterações, o texto terá que ser novamente avaliado pela Câmara antes de ir à sanção.

Enquanto isso, o tema da equidade no sistema tributário brasileiro continua em pauta, com a expectativa de novos debates sobre justiça fiscal e incentivo ao planejamento financeiro de longo prazo.

Gestão de heranças e grandes patrimônios

Por meio da gestão de patrimônio, é possível proteger ativos, incluindo aqueles alocados em previdência privada, especialmente diante de possíveis mudanças fiscais futuras. 

Embora atualmente a previdência privada esteja isenta da taxação sobre heranças no Brasil, essa realidade pode mudar caso o governo decida revisar a legislação.

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