STJ condena KPMG a indenizar investidor por aprovar balanços do Banco BVA
STJ condena KPMG a pagar indenização milionária por aprovar demonstrações financeiras do Banco BVA, resultando em prejuízo ao investidor

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou a empresa de auditoria KPMG, integrante do grupo "Big Four", e um de seus sócios a pagar uma indenização milionária a um investidor. A decisão é inédita, pois responsabiliza uma auditoria externa por ter emitido pareceres sem ressalvas sobre as demonstrações financeiras de um banco que posteriormente sofreu intervenção do Banco Central, prejudicando terceiros.
Responsabilidade da auditoria nas demonstrações financeiras
A KPMG foi considerada responsável por emitir pareceres sem ressalvas sobre as demonstrações financeiras do Banco BVA, que posteriormente entrou em colapso financeiro. Essa conduta levou investidores a acreditarem na solidez da instituição, resultando em prejuízos significativos.
Consequências para investidores do Banco BVA
Com base nos pareceres da KPMG, uma holding familiar do setor agropecuário investiu R$ 3,5 milhões em Certificados de Depósito Bancário (CDB) do Banco BVA. Meses depois, o banco sofreu intervenção do Banco Central, culminando em sua falência em 2014.
A decisão do STJ determinou que a KPMG e seu sócio paguem mais de R$ 10 milhões à holding, considerando o total investido, atualização monetária e honorários de sucumbência, descontando o valor recebido do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Implicações para o mercado de auditoria
Esta decisão estabelece um precedente importante ao atribuir responsabilidade civil às empresas de auditoria por negligência e imperícia na avaliação das demonstrações financeiras de instituições financeiras. Destaca-se a importância de uma atuação diligente e transparente das auditorias para garantir a confiança no mercado financeiro e proteger os investidores.
Repercussão no setor financeiro
A condenação da KPMG ressalta a necessidade de rigor e ética nas práticas de auditoria, reforçando a confiança dos investidores nas informações financeiras divulgadas pelas instituições. Espera-se que essa decisão incentive uma maior responsabilidade e transparência no setor, contribuindo para a estabilidade do mercado financeiro.

