Spin-off: o que é e como funciona esse tipo de operação?

Empresas spin-off podem gerar boas oportunidades de investimento. Entenda o conceito e os desafios envolvidos.

Nord Research 01/10/2024 10:46 4 min

Spin-off: o que é e como funciona esse tipo de operação?

Na indústria cinematográfica, um spin-off é um filme derivado de uma obra original. No mercado financeiro, o termo também é popular. Trata-se de uma empresa que separa uma de suas divisões, subsidiárias ou unidades de negócios em uma nova empresa listada (NewCo).

O que é um spin-off empresarial e como funciona?

Um spin-off empresarial é uma operação em que uma empresa decide separar uma parte de seus negócios, criando uma nova entidade independente. Essa nova empresa, derivada da original, herda parte dos ativos, operações ou unidades de negócios da "empresa-mãe".

O spin-off pode ocorrer por diversos motivos estratégicos, incluindo focar a atuação em mercados específicos, melhorar a eficiência operacional ou maximizar o valor das partes separadamente.

Como funciona o spin-off?

O processo de spin-off envolve algumas etapas importantes:

1. Criação de uma nova empresa: A empresa principal separa parte de suas operações ou ativos e forma uma nova companhia. Essa nova empresa é completamente independente em termos de governança, operações e finanças, embora os acionistas da empresa original geralmente recebam ações na nova empresa.

2. Distribuição de ações aos acionistas: No processo de spin-off, as ações da nova empresa são distribuídas proporcionalmente aos acionistas da empresa original. Por exemplo, se um acionista possui 5% da empresa-mãe, ele também receberá 5% de participação na nova empresa.

3. Motivações estratégicas: O spin-off é frequentemente utilizado para que a empresa principal possa se concentrar em suas atividades principais, enquanto a nova empresa, geralmente uma divisão, pode buscar sua própria estratégia de crescimento aproveitando nichos e segmentos de mercado que não são core business da empresa principal. A separação permite que ambas as empresas tenham mais flexibilidade e eficiência para inovar e alocar seus recursos.

4. Valorização de mercado: Muitas vezes, o mercado pode avaliar as duas empresas separadamente de forma mais positiva do que quando faziam parte de um conglomerado. Isso pode gerar aumento de valor tanto para a empresa-mãe quanto para a empresa desmembrada.

Exemplo de spin-off

Um exemplo clássico de spin-off foi a separação da PayPal do eBay em 2015. A PayPal, que começou como um braço de pagamentos do eBay, tornou-se uma empresa independente, permitindo que ambos os negócios focassem em suas próprias estratégias de crescimento.
Outro exemplo conhecido envolve o Banco do Brasil (BBAS3) que separou a sua divisão de seguros em uma nova empresa de capital aberto. A BB Seguridade (BBSE3) atua de maneira independente e hoje é uma das empresas do ramo mais rentáveis do mundo.
Em 2020, acompanhamos o spin-off em envolvendo o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e Assaí (ASAI3), separando os negócios de mercado e hipermercado do GPA do atacadista Assaí.
Um exemplo interessante, foi o spin-off, ou cisão, do investimento do Itaú (ITUB4) na XP (XPBR31). Observando que o seu investimento na XP no foi precificado pelo mercado, o Itaú decidiu fazer o spin-off da sua participação na corretora.
Recentemente, a Simpar (SIMH3) anunciou o spin-off da divisão de Concessionárias da Vamos (VAMO3) e a combinação com a Automob, que resultará na criação de uma nova empresa listada (NewCo). A Simpar é uma especialista nessas operações, a Vamos foi um dos grandes spin-offs na holding.

Vantagens de um spin-off

Maior foco operacional: Cada empresa pode focar em seu próprio negócio e mercado.
Criação de valor: O spin-off pode desbloquear valor ao permitir que o mercado precifique as empresas separadamente.
Flexibilidade estratégica: Empresas independentes podem perseguir objetivos de crescimento distintos e tomar decisões mais ágeis.

Conclusão

O spin-off é um movimento estratégico poderoso para empresas que desejam se reorganizar, destravar valor para acionistas e operar com mais foco em seus segmentos principais. No entanto, esse processo também envolve desafios, como a gestão da transição e a necessidade de garantir que ambas as empresas possam prosperar após a separação.