SLC Agrícola (SLCE3) tem fraco desempenho no 2T24 como reflexo do El Niño
A SLC Agrícola (SLCE3) reportou resultados um pouco abaixo do consenso de mercado, com uma receita líquida de R$ 1,3 bilhão no 2T24, uma queda de -6%, um Ebitda de R$ 258 milhões, -53% de baixa e um lucro líquido de R$ 321 milhões, -8% de queda. Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.
Destaques resultados 2T24 SLC (SLCE3)
Do lado negativo, destacamos a menor produtividade da soja e do lado positivo o incremento do volume faturado de algodão.
A companhia sofreu com as adversidades climáticas devido ao fenômeno El Niño, o que impactou a produtividade da SLC, que atingiu 3.276 kg/ha, uma redução de -17% do que foi orçado. Com isso, o volume faturado apresentou uma retração de -27%. Já a receita líquida da soja caiu -43% na comparação anual.
Entre os destaques positivos, destacamos o bom desempenho na cultura de algodão, que atingiu uma produtividade de 2.025 kg/ha de pluma, em linha com o orçado pela companhia.
A maior produtividade de algodão, refletiu em um aumento de +59% do volume faturado do algodão em pluma, e, consequentemente, em um incremento de +73% da receita da cultura.
Mesmo com o bom desempenho no algodão, a SLC reportou uma receita líquida total de R$ 1,3 bilhão (-6,4% a/a.).
O Ebitda ajustado ficou em R$ 258 milhões (-53,4% a/a), diante do crescimento das despesas com vendas impulsionada pelos maiores gastos com frete e exportação.
A maior queda do Ebitda ocorreu devido ao ajuste com a realização do Valor Justo dos Ativos Biológicos (basicamente uma marcação entre os preços mensurados na formação da lavoura até a colheita) pelos preços dos produtos faturados. Desse modo, a margem Ebitda ficou em 19%, ante 38% no 2T23.
O lucro líquido da SLC Agrícola totalizou R$ 321 milhões no 2T24 (-7,8% a/a) devido aos fatores comentados acima.
A companhia finalizou o 2T24 com uma alavancagem de 2x dívida líquida/Ebitda, aumento em relação ao 1,6x Ebitda reportado no mesmo período do ano passado. O aumento da alavancagem ocorreu devido à necessidade maior de capital de giro para a safra de 2023/24.
O que esperar de SLC (SLCE3)?
Os impactos do El Niño ainda pesam sobre a safra da SLC e pressionam as expectativas para os resultados de 2024.
A expectativa para o acumulado deste ano é uma queda de -21% da receita, -24% do Ebitda e de -12% do lucro.
Negociando a 12x lucros e 7x Ebitda, o ciclo não é favorável para a SLC, que depende dos preços internacionais mais elevados.
Dividendos e JCP de SLC (SLCE3)
A SLC não anunciou pagamento de proventos após os resultados do 2T24.
Qual o dividend yield de SLC (SLCE3)?
O dividend yield de SLC (SLCE3) dos últimos 12 meses é de 5%.
Quem é SLC (SLCE3)?
A SLC Agrícola, fundada em 1977, é uma das maiores produtoras de grãos do Brasil, com atuação voltada para o cultivo de soja, milho e algodão. A empresa começou como uma operação agrícola familiar e, ao longo dos anos, se transformou em uma das maiores companhias do setor agrícola do país, sendo pioneira na abertura de capital em 2007, quando passou a ser negociada na bolsa de valores.
A SLC é reconhecida por seu modelo de negócio eficiente e de alta produtividade com práticas sustentáveis de manejo do solo e uso de tecnologia avançada. Atualmente, a SLC Agrícola possui mais de 22 unidades de produção espalhadas por várias regiões do Brasil, totalizando uma área cultivada de mais de 672 mil hectares.
Vale a pena comprar SLC (SLCE3)?
No momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.
No passado, a SLC fez parte de uma das nossas carteiras devido à elevada produtividade que a coloca como uma das principais companhias no setor de agronegócio.
A perspectiva ainda para a próxima safra (2024/25) é positiva, com condições climáticas favoráveis. Contudo, preferimos ficar de fora neste momento.
Como faço para comprar ações da SLC (SLCE3)?
Para investir nas ações da SLC é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker SLCE3.
Reiteramos que, no momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.