A Selic vai subir? Veja que influencia o aumento da taxa de juros

A taxa de câmbio é uma das variáveis que podem influenciar na retomada do ciclo de alta da taxa Selic.

Marilia Fontes 25/07/2024 09:55 4 min Atualizado em: 25/07/2024 20:13
A Selic vai subir? Veja que influencia o aumento da taxa de juros

Após a depreciação recente do real e as comunicações confusas do governo em relação à necessidade de cortes de gastos, vimos diversos gestores profissionais se pronunciarem sobre uma possível elevação da taxa Selic na próxima reunião do Copom, marcada para o dia 31 de julho (próxima quarta-feira). 

Com base nas estimativas do mercado embutidas nas taxas de juros futuras, há uma probabilidade, ainda que baixa, de uma alta de 25 bps na próxima reunião e uma alta de quase 2 pontos percentuais ao longo dos próximos anos, o que levaria a Selic para 12,22%

Fonte: Bloomberg

Para que esse prêmio fizesse sentido, o Copom já deveria dar indícios do início desse ciclo de alta na próxima reunião, trazendo para o comunicado a possibilidade de isso acontecer. Ou, pelo menos, as variáveis que fariam com que isso se tornasse mais provável. 

Mas quais seriam essas variáveis?

O que influencia o aumento da taxa Selic?

Aqui estão quatro variáveis intervenientes que podem influenciar na política monetária:

  • Taxa de câmbio
  • Piora fiscal
  • Dados de emprego
  • Juros americanos

A taxa de câmbio

Um real indo para patamares muito acima de 5,5, faria com que o mercado revisasse as expectativas de inflação futura para mais próximo de 4% do que da meta de 3%. Isso exigiria que o Banco Central retomasse o ciclo de alta para desaquecer a inflação e convergir novamente para a meta. 

Recentemente, o câmbio subiu para níveis de 5,7, o que assustou bastante o mercado. 

A piora fiscal

Caso o governo não levasse a sério a necessidade de corte de gastos, teríamos muita dificuldade para cumprir a meta fiscal do ano que vem. Isso significaria não somente a descredibilização completa do arcabouço, como também uma pressão inflacionária importante. 

Lembrando que a piora fiscal também foi um dos maiores influenciadores para a desvalorização cambial. 

Inicialmente, o governo tentou controlar o fiscal por meio do aumento da arrecadação. No entanto, o impacto real acaba sendo menor que o estimado, uma vez que os contribuintes acabam encontrando outras formas de não pagar mais tributos.

A tributação de fundos exclusivos, por exemplo, fez os ultra ricos saírem desses fundos e migrarem para ativos isentos, como CRIs, CRAs, Debêntures de Infra e FIIs.   

Após diversas tentativas para aumentar a arrecadação, sem o resultado final almejado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acabou virando um grande meme e, finalmente, mudou o discurso para o corte de gastos. 

 Fonte: @LordTravequeiro na rede social X, o antigo Twitter

Dados de Emprego

O mercado de trabalho brasileiro tem se mostrado bastante resiliente e, apesar dos juros altos e restritivos, temos visto os menores patamares de desemprego da história. 

 Fonte: Marcio Nascimento

Um mercado de trabalho assim significa uma pressão altista nos salários, o que, por sua vez, torna a inflação de serviços mais resiliente. 

Os últimos dados de inflação mostram uma melhora nos preços de serviços. Todavia, se o mercado de trabalho continuar forte, essa melhora pode ser apenas temporária. 

Juros americanos

O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, tem sinalizado que pode iniciar o ciclo de queda dos juros em setembro, uma vez que os dados de inflação vêm mostrando melhoras. 

A queda dos juros americanos reduz a pressão de alta do juro no Brasil porque reduz a pressão no câmbio. Se a Selic cai com o Fed Funds ainda em 5,5%, ela pressiona o real. Mas, se a Selic cai com o Fed Funds também caindo, o câmbio pode seguir estável. 

Uma melhora nas taxas nos EUA pode ajudar o BC do Brasil a não ter que subir os juros este ano. 

Todas essas variáveis serão cuidadosamente estudadas pelo Banco Central até a próxima reunião. Para a próxima semana, se o comitê achar que a probabilidade maior é de ter que subir novamente a Selic, irá imediatamente antecipar no comunicado pós-decisão. 

Convite live pós-Copom 

É importante lembrar que, toda quarta-feira, após a decisão do Copom, por volta das 19 horas, faço uma transmissão ao vivo pelo Instagram (@mariliadfontes) para comentar a decisão. 

Se você está tão curioso quanto eu em saber o que vai acontecer, não deixe de participar da live pós-Copom

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