Selic em alta: como a taxa de 11,25% impacta os CDBs

Com Selic em alta, descubra o que esperar do mercado de renda fixa e como escolher o CDB ideal para o seu perfil

Nord Research 13/11/2024 13:20 4 min
Selic em alta: como a taxa de 11,25% impacta os CDBs

Ontem, dia 12, tivemos a divulgação da ata da decisão do Copom do dia 6 de novembro, em que a Selic foi elevada em 0,50 ponto percentual, alcançando 11,25%. Mas o que isso quer dizer na prática? E o que levou o Copom a endurecer o aperto?

Selic em alta: entenda esse movimento

A ata é um documento no qual o Copom explica o contexto e os motivos de sua decisão — e nos ajuda a entender os próximos passos do comitê. 

Nessa última divulgação, ficou claro que o Banco Central está com o radar ainda mais ligado sobre o risco de inflação. Estamos em um cenário de grandes incertezas, tanto no cenário doméstico quanto no internacional, e o BC fez questão de deixar isso muito bem sinalizado. 

Do ponto de vista doméstico, as principais fontes de preocupação apontadas são:

  • (i) a resiliência da atividade econômica;
  • (ii) as pressões no mercado de trabalho;
  • (iii) o crescimento do produto acima do potencial;
  • (iv) uma desancoragem adicional das expectativas, que pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto;
  • (v) os efeitos do aumento das perspectivas do risco fiscal, que se relaciona com o aumento dos prêmios de risco, desancoragem das expectativas e deterioração cambial. 

Esses sinais de alerta levaram o Banco Central a endurecer sua postura, aumentando o ritmo de alta da Selic de 0,25 p.p. para 0,50 p.p. 

Para a próxima decisão, o Comitê não forneceu uma antecipação da decisão e permaneceu com uma postura dependente da evolução da dinâmica da inflação e dos componentes de incerteza. 

Agora, com a Selic mais alta, investimentos em renda fixa, como os CDBs atrelados ao CDI, tendem a ficar mais atrativos, já que a rentabilidade aumenta.

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é uma taxa que acompanha a Selic de perto e é usada para calcular o rendimento de muitos investimentos de renda fixa, como os CDBs. Basicamente, quanto maior o CDI, maior a rentabilidade desses produtos.

Mas ficam as perguntas: será que os CDBs são a melhor opção no momento, ou existem outras oportunidades na renda fixa que também podem ser interessantes? 

Como escolher o CDB ideal para o seu perfil

Para começar, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são uma ótima escolha para diversificar sua carteira de investimentos. Mas, para encontrar o ideal para seu perfil, é importante entender como cada tipo de CDB funciona. Vamos ver as principais características:

Tipos de CDBs:

  • Pós-fixados (atrelados ao CDI): nesse tipo, o rendimento acompanha a taxa CDI, que varia junto com a Selic. É uma ótima opção para quem quer aproveitar um cenário de alta de juros.
  • Indexados ao IPCA: oferecem uma taxa fixa mais a variação do IPCA, garantindo proteção contra a inflação. São uma escolha intermediária, oferecendo previsibilidade com um potencial de ganho real.
  • Prefixados: pagam uma taxa fixa, permitindo que você saiba exatamente o quanto vai receber ao final.

Momento atual e oportunidades de investimentos em CDBs

Com a Selic alta (em dois dígitos), os CDBs pós-fixados têm mostrado grande potencial para compor a carteira. 

O próximo passo na escolha de um CDB é verificar o prazo de vencimento, pois alguns CDBs não permitem resgate antecipado, portanto, esteja atento ao período de carência.

Preferimos alocações em CDBs que possuam vencimento ou prazo de carência de até 1 ano. Isso proporciona flexibilidade para aproveitar novas oportunidades no futuro, enquanto você se beneficia do CDI elevado.  

Por fim, ao analisar os CDBs disponíveis, busque opções que ofereçam retorno acima de 100% do CDI. Mas lembre-se de sempre avaliar o risco de crédito do emissor para investir com segurança. 

Se você busca um investimento mais conservador e/ou que ofereça liquidez diária, o Tesouro Selic é uma ótima escolha entre os pós-fixados. 

E as oportunidades de longo prazo?

Com o cenário repleto de incertezas, o Tesouro Direto permanece oferecendo oportunidades com juros reais acima de 6,5% ao ano. Esta é uma boa alternativa para quem tem um horizonte de longo prazo e deseja aproveitar o potencial de ganhos com a marcação a mercado. Então, como aproveitar essa oportunidade?

Opção atrativa na renda fixa

Atualmente, as taxas de juros estão elevadas, mas podem cair no médio prazo conforme as oscilações dos ciclos econômicos. Isso abre uma oportunidade em títulos públicos de longo prazo indexados ao IPCA, que podem se beneficiar da marcação a mercado.

De forma simples, a marcação a mercado ajusta o valor dos títulos de acordo com as taxas de juros vigentes. Quando as taxas caem, o valor desses títulos aumenta; quando sobem, os títulos se desvalorizam na carteira. Títulos com vencimento mais longo são mais sensíveis a essas variações.

Essa volatilidade afeta apenas quem decide vender o título antes do vencimento. Quem mantém o título até o fim recebe a rentabilidade contratada no momento da compra, independentemente das variações de mercado.

Para os títulos atrelados à inflação, temos preferência pelo Tesouro IPCA+ 2035, que oferece uma relação interessante entre risco (volatilidade) e retorno.

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