Lucro da Romi recua 17,7% pressionado por maiores despesas
A companhia apresentou forte crescimento na carteira de pedidos no quarto trimestre, mas cenário local ainda preocupa
A fabricante de máquinas Romi (ROMI3) reportou resultados abaixo do consenso de mercado, com uma receita líquida de R$ 458,6 milhões no 4T24, um crescimento de 18,6% na comparação anual, um Ebitda ajustado foi de R$ 79,1 milhões, um aumento de 37,1%, e o lucro líquido ajustado ficou em R$ 49,3 milhões, alta de 37,6% frente ao 4T23.
Forte crescimento na carteira de pedidos
Os destaques do trimestre ficaram para a entrada de pedidos consolidada de R$ 346,7 milhões, que apresentou crescimento de 26,9% vs. 4T23.
A receita líquida foi impulsionada pelo segmento de máquinas Romi, com R$ 260,2 milhões de receita líquida (+20% YoY), devido à expansão do modelo de locação. Nas Máquinas Burkhardt+Weber, a receita foi de R$ 152,8 milhões, uma alta de +13,4% e no segmento de Fundidos e Usinados a receita foi de R$ 45,6 milhões, um crescimento de +30%.
O Ebitda ajustado cresceu 37,1%, puxado pelo aumento da receita e maior eficiência operacional. A margem Ebitda ajustada subiu para 17,3% (vs. 14,9% no 4T23).
O lucro líquido ajustado foi de R$ 49,3 milhões, um crescimento de 37,6%. A alavancagem segue controlada, com uma dívida líquida de R$ 102,7 milhões.
Os ajustes no Ebitda e no lucro líquido da Romi no 4T24 foram motivados por impactos não recorrentes relacionados ao empreendimento Vila Romi Residence, à venda de um terreno na Avenida JK e ao reconhecimento do ajuste a valor presente (AVP).
Esses ajustes refletem efeitos extraordinários, ou seja, eventos pontuais que não fazem parte da operação regular da empresa.
Se desconsiderarmos os ajustes, os números ficariam:
- Ebitda real (sem ajustes): R$ 72,1 milhões (margem de 15,7% vs. 17,3% ajustada).
- Lucro líquido real (sem ajustes): R$ 42,2 milhões (margem líquida de 9,2% vs. 10,8% ajustada).
A companhia finalizou o trimestre com 0,67x dívida líquida/Ebitda.
Boa perspectiva mas cenário ainda incerto
Para os próximos trimestres, a Romi (ROMI3) deve continuar se beneficiando da expansão do seu modelo de locação de máquinas, que tem se mostrado bem-sucedido e contribuído para o crescimento da carteira de pedidos.
Além disso, a empresa segue fortalecendo sua presença no mercado europeu, com destaque para a subsidiária alemã B+W, que registrou um aumento de 28,9% na entrada de pedidos no 4T24.
No Brasil, apesar da volatilidade no setor de bens de capital, a Romi tem conseguido capturar oportunidades e manter um ritmo sólido de crescimento, impulsionada por sua capacidade de inovação e adaptação ao cenário econômico. Um dos dados mais relevantes a serem acompanhados nos próximos meses é o Índice de Confiança do Empresário Industrial, que segue com ligeira queda na comparação com 2024.
Dos maiores pontos de atenção para o setor em que a companhia atua diante da incerteza do cenário local e as taxas de juros elevadas.
Dividendos e JCP de Romi
A ROMI anunciou Juros sobre Capital Próprio (JCP) de R$ 20,5 milhões (R$ 0,22 por ação), com pagamento em 26/02/25.
Qual o dividend yield da ação da Romi?
O dividend yield dos últimos 12 meses é de 8,6%.
Sobre a Indústria Romi
A Romi iniciou suas atividades em 1930, quando Américo Emílio Romi fundou uma oficina de reparo de automóveis em Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo. Ao longo das décadas, a Romi consolidou-se como uma empresa de renome internacional, fornecendo produtos e serviços para diversos setores industriais, incluindo aeronáutica, defesa, automotivo, bens de consumo, máquinas e implementos agrícolas, e equipamentos industriais. Atualmente, seus produtos são consumidos no mercado nacional e exportados para todos os continentes.
Vale a pena investir na ação da Romi hoje?
No momento, não temos recomendação de compra para Romi (ROMI3).
Como investir nas ações da Romi?
Para investir nas ações do Itaú é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. As ações do banco são negociadas na B3 sob o código ROMI3.