Fundo de pensão do BB acumula prejuízo bilionário e preocupa TCU

Fundo de pensão do Banco do Brasil tem déficit de R$ 14 bi e TCU entra na investigação

Christopher Gomes Galvão 18/02/2025 19:10 3 min
Fundo de pensão do BB acumula prejuízo bilionário e preocupa TCU

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3), registrou um déficit nos planos de previdência, totalizando R$ 14 bilhões entre janeiro e novembro de 2024. 

Essa situação levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a aprovar, em 5 de fevereiro de 2025, a abertura de uma auditoria para investigar a gestão do fundo. 

A Previ, por sua vez, nega riscos financeiros e afirma que a fiscalização de suas atividades cabe à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

Qual o valor do rombo na Previ?

A carteira, sob gestão do sindicalista João Fukunaga, registrou um rombo de R$ 14 bilhões entre janeiro e novembro de 2024. 

Como funciona a pensão da Previ?

A Previ administra planos de previdência complementar para funcionários do Banco do Brasil, sendo o Plano 1 o mais antigo e representativo. Destinado aos funcionários admitidos até dezembro de 1997, o Plano 1 é um plano de benefício definido, no qual os participantes têm a garantia de receber um valor específico na aposentadoria, calculado com base no tempo de serviço e na remuneração.

Principais fatores que contribuíram para o rombo da Previ

Um dos fatores apontados para o rombo da Previ foi a elevada exposição do fundo ao mercado acionário. A Previ possui cerca de 28,8% dos investimentos do Plano 1 alocados em ações, uma porcentagem superior à de outros fundos de pensão em um momento de dificuldades na bolsa local. A Funcef, por exemplo, que esteve entre os fundos de pensão com maiores exposições a ações, contava com uma exposição de 6,2%.

Medidas adotadas pelo TCU e posicionamento da Previ

Diante do rombo registrado, o TCU determinou a realização de uma auditoria para avaliar a gestão da Previ e identificar possíveis irregularidades. O ministro Walton Alencar Rodrigues expressou "gravíssimas preocupações" em relação aos rendimentos do fundo, ressaltando que resultados negativos consecutivos podem exigir aportes da União para garantir os pagamentos aos beneficiários. 

Em resposta, a Previ afirmou que não comenta decisões do TCU, órgão responsável por fiscalizar a aplicação de recursos públicos. A entidade reafirmou o equilíbrio de seus planos e esclareceu que a competência de fiscalização é da Previc.

Além disso, afirmou que não há risco de suspensão dos pagamentos de benefícios ou necessidade de contribuições extraordinárias por parte dos associados ou do patrocinador, o Banco do Brasil

Possíveis impactos para os cotistas do fundo Previ 

A situação da Previ merece acompanhamento, uma vez que pode impactar a sustentabilidade dos benefícios oferecidos aos participantes e assistidos do fundo. Déficits recorrentes podem resultar na necessidade de aportes adicionais por parte do Banco do Brasil ou mesmo dos funcionários, de modo a equilibrar as contas do fundo.

Além disso, o caso destaca a importância de uma gestão prudente dos investimentos e de uma fiscalização eficaz por parte dos órgãos competentes para assegurar a saúde financeira dos fundos de pensão e a proteção dos direitos dos beneficiários.

Rombo na Previ pode prejudicar o resultado do Banco do Brasil?

O rombo na Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BB), pode ter impactos indiretos nos resultados da instituição financeira. No entanto, a magnitude desse impacto depende de diversos fatores, como a necessidade de aportes adicionais, mudanças regulatórias e a forma como o banco contabiliza sua participação no fundo.

O Banco do Brasil, por sua vez, afirmou que não há risco imediato aos investidores e que os dividendos distribuídos não serão impactados no curto prazo.

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