Retorno sobre Ativos (ROA): como avaliar a eficiência de uma empresa em gerar lucros

Descubra o que é o Retorno sobre Ativos (ROA), como ele funciona e sua importância na análise de eficiência e rentabilidade de uma empresa

Nord Research 23/10/2024 17:12 7 min
Retorno sobre Ativos (ROA): como avaliar a eficiência de uma empresa em gerar lucros

Entender a rentabilidade de uma empresa é fundamental para qualquer investidor. Entre as diversas métricas utilizadas para avaliar essa performance, algumas se destacam por oferecer insights valiosos sobre a eficiência na utilização de recursos — como é o caso do Retorno sobre Ativos (ROA).

Neste artigo, vamos explicar o que é esse indicador, como calculá-lo, além de discutir suas implicações na análise de investimentos.

Sumário

O que é Retorno sobre Ativos (ROA)?

O Retorno sobre Ativos (ROA), ou Return on Assets, é um indicador financeiro que mede a eficiência de uma empresa em utilizar seus ativos para gerar lucro. Ele é amplamente utilizado por gestores e investidores para avaliar a rentabilidade da organização, mostrando o percentual de retorno obtido sobre o total de ativos.

O que são os ativos de uma empresa?

Os ativos de uma companhia são todos os recursos que ela possui e utiliza para gerar receita.

Eles podem ser tangíveis, como imóveis, equipamentos e dinheiro em caixa, ou intangíveis, como patentes e marcas registradas.

De maneira geral, os ativos representam os investimentos que a empresa fez e que são essenciais para o seu funcionamento.

O que é ativo total médio?

O ativo total médio é a média do valor dos ativos de uma empresa em um determinado período, geralmente um ano fiscal.

Ele é usado no cálculo do ROA para proporcionar uma visão mais precisa da rentabilidade, especialmente em companhias onde os ativos podem variar significativamente ao longo do tempo. Para calcular o ativo total médio, somam-se os valores dos ativos no início e no final do período e divide-se o resultado por dois — também é possível encontrar esse valor no balanço patrimonial da empresa.

Qual a diferença entre ROA, ROE e ROI?

Embora ROA, ROE e ROI sejam métricas de rentabilidade, cada uma mede aspectos diferentes da performance financeira de uma empresa:

  • ROA (Retorno sobre Ativos): avalia o lucro gerado pelos ativos da empresa;
  • ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido): mede a capacidade da companhia de gerar lucro em relação ao seu patrimônio líquido;
  • ROI (Retorno sobre Investimento): avalia a rentabilidade de um investimento específico, calculando o retorno em relação ao valor investido.

Cada indicador tem sua função específica e é importante usar essas métricas de forma complementar na análise financeira.

Como calcular o ROA

Para calcular o ROA, você precisa do lucro líquido da empresa e do valor total dos ativos. A fórmula é:

ROA = (Lucro Líquido / Ativos Totais) x 100.

Os dados do lucro líquido podem ser encontrados em relatórios financeiros, como a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), que detalha as receitas e despesas de uma empresa em um determinado período. Já os ativos totais estão geralmente disponíveis no balanço patrimonial da companhia, que apresenta todos os bens e recursos que ela possui.

Essa fórmula resulta em um percentual que mostra quanto o negócio está gerando de lucro para cada R$ 1,00 investido em seus ativos. Quanto maior o ROA, maior a eficiência da empresa em utilizar seus recursos.

Exemplo prático de cálculo

Vamos supor que uma companhia tenha um lucro líquido de R$ 500.000 e ativos totais de R$ 5.000.000. Usando a fórmula do ROA:

ROA = (500.000 / 5.000.000) x 100 = 10%.

Nesse exemplo, a empresa obteve um retorno de 10% sobre seus ativos totais durante o período analisado.

Qual é a fórmula do ROA no Excel?

Para facilitar o cálculo do ROA, você pode usar uma fórmula simples no Excel. Supondo que o lucro líquido esteja na célula A1 e os ativos totais na célula B1, a fórmula seria:

= (A1 / B1) * 100.

Isso permitirá calcular o ROA automaticamente a partir dos dados inseridos, agilizando a análise financeira.

Qual é o ROA ideal?

Não existe um valor fixo de ROA que seja ideal, pois ele varia de acordo com o setor e o tipo de negócio.

Empresas de tecnologia, por exemplo, podem ter um ROA mais elevado devido à menor necessidade de ativos físicos, enquanto setores industriais, que exigem grandes investimentos em infraestrutura, tendem a ter um Retorno sobre Ativos menor.

O mais recomendado é comparar o ROA da empresa com o de seus concorrentes diretos para entender sua eficiência relativa.

O que é ROA negativo?

Um ROA negativo ocorre quando um negócio não está gerando lucro, ou seja, seu lucro líquido é menor que zero.

Isso pode ser um indicativo de problemas financeiros, má gestão de ativos ou dificuldades econômicas externas, como uma crise de mercado. Um ROA negativo por longos períodos é um sinal de alerta para investidores, pois indica que a empresa não está utilizando seus ativos de forma eficaz.

Qual a importância do ROA para a análise de investimento

O ROA é uma métrica importante para investidores que buscam entender a capacidade de uma empresa em gerar valor a partir de seus recursos.

Ao analisar o indicador, é possível verificar se a companhia está utilizando seus ativos de maneira eficiente e rentável.

Um ROA consistentemente alto indica que a empresa tem um bom controle sobre seus recursos e é capaz de gerar retornos sólidos, o que pode ser um bom indicativo para decisões de investimento.

Avaliações não devem ser isoladas: conheça outros indicadores importantes

Embora o ROA seja uma métrica valiosa, ele deve ser analisado em conjunto com outros indicadores financeiros para oferecer uma visão mais completa da empresa. Entre os principais estão:

  • P/L (Preço sobre Lucro): mede a relação entre o preço da ação e o lucro por ação, ajudando a identificar se um papel está sub ou supervalorizado;
  • DY (Dividend Yield): indica o retorno que o investidor recebe em dividendos, proporcional ao preço da ação, importante para quem busca renda passiva;
  • ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido): avalia a eficiência da empresa em gerar lucro com o capital dos acionistas;
  • ROI (Retorno sobre Investimento): mede a rentabilidade de um investimento específico, útil para avaliar projetos internos;
  • ROIC (Retorno sobre Capital Investido): indica a eficiência da empresa em gerar lucro com o capital total investido (próprio e de terceiros).

Como explicamos, analisar o ROA em conjunto com outros indicadores, como P/L, DY, ROE, ROI e ROIC, oferece uma visão mais holística da saúde financeira da empresa.

Essas métricas avaliam diferentes aspectos, desde a rentabilidade operacional até a valorização das ações e o retorno sobre o capital investido. Além disso, eles ajudam a identificar pontos fortes e fracos que podem não ser visíveis ao considerar apenas o ROA.

Por exemplo:

  • um ROA alto pode indicar que a empresa está sendo eficiente com seus ativos, mas um ROE baixo pode sugerir que ela está subutilizando seu patrimônio;
  • um DY elevado pode atrair investidores em busca de rendimentos, mas um P/L muito baixo pode sinalizar que o mercado não tem grandes expectativas de crescimento para a companhia;
  • o ROIC oferece uma visão mais ampla de como a empresa gera valor com todos os recursos disponíveis (capital próprio e dívidas), enquanto o ROI pode ser útil para avaliar o sucesso de projetos ou campanhas específicas.

Cada um desses indicadores traz uma peça do quebra-cabeça da saúde financeira da empresa. O segredo está em combinar essas métricas para tomar decisões de investimento mais embasadas, equilibrando o potencial de crescimento com a rentabilidade e a gestão eficiente dos recursos.

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