Reforma do Imposto de Renda: entenda a tributação da alta renda

O Projeto de Lei isenta quem ganha até R$ 5 mil mensais e traz tributação sobre dividendos acima de R$ 50 mil mensais

Guilherme Abreu 23/03/2025 09:10 5 min
Reforma do Imposto de Renda: entenda a tributação da alta renda

A cada novo anúncio de mudança tributária no Brasil, investidores e empresários são forçados a revisitar seus planejamentos financeiros. 

O mais recente capítulo dessa história veio com a apresentação do projeto de lei da Reforma da Renda, que altera regras de tributação sobre salários, investimentos e empresas. Mas essa não é uma novidade isolada. 

Nos últimos anos, vimos um verdadeiro turbilhão de alterações fiscais que impactaram diretamente o bolso dos investidores.

Em pouco tempo, a taxação de fundos exclusivos entrou em vigor, offshores passaram a ser tributadas anualmente, e agora discute-se um aumento significativo no ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), o que pode encarecer a sucessão patrimonial. 

O ritmo das mudanças tem sido tão intenso que o que parece uma regra definitiva hoje pode ser revisto amanhã. Isso faz com que planejar para o futuro no Brasil seja um desafio constante.

O grande problema dessa instabilidade tributária é que, quem não se mantém atento, acaba pagando mais impostos do que deveria. 

Regras que mudam de uma hora para outra podem inviabilizar estratégias que antes eram eficientes. E, enquanto alguns investidores se antecipam e ajustam suas estruturas, outros apenas percebem o impacto quando já é tarde demais.

Diante desse cenário, acompanhar a tramitação do Projeto de Lei da Reforma da Renda e os próximos passos da tributação no Brasil se torna essencial para qualquer pessoa que deseja preservar seu patrimônio e garantir a eficiência fiscal dos seus investimentos.

O que muda no Imposto de Renda com a nova reforma tributária?

O Projeto de Lei apresentado pelo governo em março de 2025 propõe mudanças significativas na tributação da renda das pessoas físicas no Brasil. O principal objetivo é aumentar a progressividade do sistema tributário, garantindo isenção para rendas mais baixas e introduzindo novas regras para altas rendas e dividendos. As principais mudanças propostas envolvem:

Ampliação da faixa de isenção do IRPF

A isenção do Imposto de Renda passará para R$ 5.000 mensais a partir de janeiro de 2026. Essa mudança beneficiará cerca de 10 milhões de brasileiros, elevando o percentual de contribuintes isentos para 65%.

Quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.000 terá uma transição escalonada com descontos progressivos.

Introdução de uma alíquota mínima progressiva sobre rendas elevadas

Quem tiver renda anual superior a R$ 600 mil estará sujeito a um imposto mínimo a pagar, que seguirá uma escala progressiva de até 10%.

A tributação será calculada considerando todos os rendimentos, exceto:

  • ganho de capital na venda de bens e heranças;
  • rendimentos de títulos isentos (LCI, LCA, CRI, CRA, debêntures incentivadas);
  • aposentadorias e pensões de pessoas com moléstias graves.

Tributação de dividendos

Dividendos distribuídos por empresas acima de R$ 50 mil/mês para pessoas físicas no Brasil passarão a ter retenção na fonte de 10%.

Dividendos pagos a não residentes no Brasil também serão tributados em 10% na fonte, independentemente do valor.

Se a soma da tributação efetiva paga pela empresa e pela PF ultrapassar o teto de 34% (empresas gerais), 40% (seguradoras) ou 45% (instituições financeiras), o imposto retido na fonte será devolvido no ajuste anual. 

Veja todos detalhes sobre a taxação de dividendos no Brasil.

Tributação da alta renda: entenda o novo imposto mínimo 

A reforma proposta traz benefícios para trabalhadores de baixa e média renda, especialmente aqueles que terão uma ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, reduzindo significativamente sua carga tributária. 

Além disso, investidores que possuem aplicações financeiras isentas, como LCI, LCA e debêntures incentivadas, não sofrerão impactos, já que a reforma não altera a tributação desses ativos.

Por outro lado, a proposta gera desafios para investidores de alta renda que, até então, utilizavam estruturas para otimizar sua carga tributária, como a distribuição de lucros via empresas ou o recebimento de dividendos isentos. 

A tributação sobre dividendos acima de R$ 50 mil/mês e a introdução de uma alíquota progressiva para rendimentos mais elevados tendem a aumentar a carga fiscal desse grupo. Profissionais liberais e empresários que organizam seus recebimentos por meio de empresas também precisarão reavaliar suas estratégias tributárias.

É importante destacar que essa reforma ainda é um projeto de lei, ou seja, está sujeita a debates e alterações no Congresso antes de sua possível aprovação. 

Como já vimos em outras tentativas de mudanças tributárias, ajustes podem ser feitos ao longo da tramitação, tanto em relação às alíquotas quanto às regras de isenção. 

O acompanhamento desse processo será essencial para entender quais pontos serão mantidos e quais podem ser modificados antes da implementação definitiva.

Com planejamento, você protege seu patrimônio das mudanças do IR

Navegar pelo cenário tributário brasileiro é um desafio constante. As regras mudam, novas propostas surgem e, sem um acompanhamento próximo, o investidor pode se ver pagando mais impostos do que deveria — ou pior, sendo pego de surpresa por tributações inesperadas. 

Em momentos como este, em que um novo projeto de reforma da renda está em tramitação, a diferença entre um planejamento bem estruturado e uma decisão precipitada pode custar caro.

Atuamos ao lado de investidores que buscam mais do que performance: querem solidez, previsibilidade e eficiência tributária. Em um cenário de constante mudança nas regras fiscais, estar bem assessorado deixou de ser um diferencial — passou a ser essencial.

Nos últimos anos, estruturamos e reestruturamos patrimônios relevantes, sempre com o foco em minimizar a carga tributária de forma estratégica e segura. Acompanhamos cada nova proposta de lei, cada alteração regulatória e transformamos essas informações em ação — com inteligência e agilidade.

Enquanto muitos investidores são pegos de surpresa por mudanças tributárias, nossos clientes já estão posicionados. A antecipação é o maior ativo de quem quer preservar patrimônio no longo prazo.

Se você quer garantir que sua estrutura esteja atualizada, blindada e preparada para os próximos movimentos do Fisco, fale com um de nossos consultores no link abaixo. 

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