VIVA3 vale a pena? Não mais!

Vivara relatou forte crescimento no quarto trimestre, mas o CEO, Paulo Kruglensky, renunciou ao cargo

Rafael Ragazi 29/03/2024 07:36 4 min
VIVA3 vale a pena? Não mais!

Com o ruído após a substituição do CEO, nossa confiança na gestão da Vivara (VIVA3) mudou. Assim, revisamos nossa recomendação de Compra para Venda.

Por que estamos rebaixando nossa recomendação agora?

A Vivara relatou forte crescimento no quarto trimestre, mas a renúncia de Paulo Kruglensky, do cargo de CEO, levantou questões sobre a governança e a estratégia de crescimento da empresa. 

E não queremos pagar para ver o que a nova gestão fará com a companhia, razão pela qual recomendamos zerar a posição.

2023, mais um ano memorável para a Vivara

A Vivara relatou forte crescimento de receita no quarto trimestre (+24%), explicado pelo aumento de 18% na área de vendas, pelo crescimento de 12% nas vendas de mesmas lojas (SSS), e pelo acerto no estoque das lojas Vivara (com itens mais tradicionais), e pela força das vendas na Black Friday e no Natal

Nas lojas físicas o crescimento foi de +22,5%, sendo que a receita das lojas Vivara cresceu +13% e das lojas Life +77%. No digital, o crescimento foi de +33%.

No período, o crescimento do volume de peças foi de +17% e o do preço médio foi de +6%

Com relação ao mix de vendas, o destaque continua sendo a marca Life, que cresceu +32% e alcançou 40% das vendas (+2,4 p.p.), impulsionado pela abertura de 45 lojas nos últimos 12 meses. 

A categoria de Joias cresceu +19% e foi responsável por 46% das vendas (-2 p.p).

As despesas com vendas subiram +31%, por conta da reclassificação de despesas antes classificadas como administrativas, pela abertura de 61 lojas, pela aceleração do digital e pelos investimentos na infraestrutura de TI das lojas. 

As despesas administrativas, por sua vez, subiram +16%, com a rubrica de despesas com pessoal sendo beneficiada pela reclassificação. Desta forma, o Ebitda da Vivara subiu +13% (margem Ebitda de 26%, - 1,9 p.p.).

Impactado pelo desempenho operacional, pela alta de 40% nas despesas financeiras e pelo salto de +170% da linha de IR/CSLL, o lucro da Vivara caiu -9%, com uma margem líquida de 18,5% (-6 p.p.).

A companhia investiu R$ 39 milhões (+24%) com foco na abertura de novas lojas, na fábrica e em sistemas/TI. 

Por fim, com uma forte geração de caixa, a Vivara encerrou o trimestre com um caixa líquido de R$ 33 milhões, revertendo a posição de dívida líquida do trimestre passado.

Direto ao ponto

Apesar de entregar um bom desempenho de vendas, ao contrário do que estávamos observando nos últimos trimestres, a Vivara registrou uma contração de margens no 4T23, explicado em sua maior parte pelo cenário fiscal desafiador.

A má notícia é que o cenário fiscal deve continuar desafiador em 2024 e a companhia está acelerando o ritmo de abertura de lojas e do digital, que também pressionam as margens. 

Isso sem contar a expansão internacional, a principal bandeira defendida pela nova gestão.

Desde o dia 15 de março de 2023, as ações da Vivara acumulam uma queda de -33%, demostrando que o mercado não gostou nem um pouco da mudança repentina na gestão, nem do resultado que foi reportado no 4T23.

Devido o que a gestão do Paulo Kruglensky, ex-CEO, entregou, a Vivara negociava com um prêmio em relação as demais varejistas da bolsa (14x Ebitda antes da queda, vs. 8x Ebitda de Lojas Renner (LREN3), como referência), mas o humor do mercado em relação à empresa parece ter virado.

Com isso, a companhia pode deixar de negociar com esse prêmio daqui em diante.

Dez dias após ter anunciado seu retorno, Nelson Kaufman “ouviu o mercado” renunciou, em 25 de março, o cargo de diretor presidente da Vivara. 

Otavio Chacon do Amaral Lyra, que é o diretor financeiro e de relações com investidores, foi eleito para a posição, enquanto Kaufman presidirá o conselho. 

É possível que, no futuro, nossa confiança em Vivara retorne, mas, por enquanto, acompanhemos essa história do lado de fora.

Venda VIVA3 e compre INBR32

O Inter (INBR32) desenhou um plano ambicioso de crescimento e, em 2023, conseguiu subir o primeiro degrau com sucesso.

No primeiro ano do plano de cinco anos, denominado 60/30/30, o Inter avançou em linha com o esperado em relação ao número de clientes (30 milhões), consideravelmente acima do esperado em relação ao índice de eficiência (51%) e também acima do esperado em relação ao ROE (8,5%), retorno sobre patrimônio.

O cenário para o banco em 2024 segue positivo, com a redução dos juros nos EUA e no Brasil, a melhora nos indicadores de crédito, o maior engajamento, a mudança do foco para produtos com alto ROE e a diluição de despesas.

Mantemos recomendação de Compra para as ações do Inter (INBR32).

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