Recessão econômica mundial: onde investir para mitigar os riscos?

A recessão econômica é um cenário de desaceleração. Saiba o que é, o que causa, quais são as consequências e como investir em uma recessão econômica mundial.

Nord Research 31/07/2024 07:00 12 min
Recessão econômica mundial: onde investir para mitigar os riscos?

A recessão econômica é um período de incertezas, mas que pode gerar boas oportunidades de investimentos. Entenda.

A recessão econômica se caracteriza por resultados negativos no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Esse é um cenário de crise financeira, que pode afetar apenas uma nação ou várias. Mais precisamente, dizemos que um país entra em recessão técnica quando o seu PIB (Produto Interno Bruto) recua por dois trimestres consecutivos.

O contexto de recessão econômica mundial ocorre devido aos efeitos da macroeconomia. Isso pode ser causado por crises políticas, guerras e pandemias, inclusive as sanitárias, como a da COVID-19.

O que isso tem a ver com os seus investimentos? Bom, um cenário de recessão gera oportunidades para compra a preço baixo, mas também pode levar a perdas significativas.

Por isso, é fundamental entender como esse contexto funciona. É o que explicaremos neste artigo, continue lendo!

Sumário

O que é recessão econômica?

A recessão econômica é um período de queda do PIB de forma consecutiva, por 2 ou mais trimestres. Isso gera impactos negativos nos ciclos de negócios, na produtividade das empresas, no nível de emprego e na renda das famílias. Ou seja, é uma crise que afeta todos os setores do mercado.

Essa situação pode acontecer em um país específico, por exemplo, devido a decisões políticas ou um golpe de estado. No entanto, também pode ser mais ampla, gerando uma recessão econômica mundial. A recessão pode ser provocada por diversos fatores, incluindo choques externos, crises financeiras, políticas monetárias restritivas ou oscilações no nível de confiança dos consumidores. 

Esse contexto de declínio econômico generalizado pôde ser verificado nos anos de 2020 e 2021, especialmente, devido à pandemia de COVID-19. Ainda que tenha sido uma crise sanitária, levou a quedas na produtividade e na economia dos países por conta do isolamento social necessário.

Então, muitas nações tiveram suas economias retraídas, com resultados negativos. Em 2024, algumas estão se recuperando com mais rapidez, enquanto outras apresentam mais dificuldades. Tudo depende de outros fatores que estão interligados.

Portanto, o PIB é o indicador principal de um contexto de crise econômica. Contudo, também são verificados a taxa de desemprego, o nível de produção do país, a renda média das famílias e o nível de consumo ou investimentos da população.

A partir do momento que a recessão é identificada, a tendência é que se vivencie um cenário de bear market. Nesse caso, os preços dos ativos sofrem uma queda generalizada. Isso começa a demonstrar como a economia interfere nos seus investimentos.

Quais são os tipos de recessão econômica?

Recessão estrutural

A recessão estrutural é originada das mudanças significativas causadas na base da economia. Isso acontece, por exemplo, devido à falta de inovação ou a obsolescência das indústrias.

Por estar inserida no cerne da atividade produtiva, ela tende a durar mais tempo e pode haver dificuldade para superá-la. Portanto, é um tipo de recessão econômica que pode levar vários anos.

A recessão enfrentada pelo Japão durante a “Década Perdida” nos anos 1990, resultante de problemas estruturais no sistema financeiro e no mercado imobiliário, é um exemplo de recessão estrutural. 

Recessão cíclica

A recessão cíclica se caracteriza por uma redução na demanda agregada da economia. Normalmente, ela é gerada pela desaceleração no crescimento.

Esse é o tipo de recessão econômica mais comum. Quanto à duração, pode ser apenas alguns meses, mas também pode demorar anos para esse cenário ser superado.

Recessão financeira

A recessão financeira é causada por problemas específicos no segmento financeiro. Por exemplo, crises nos bancos ou no mercado imobiliário. Essa é uma situação nem sempre prevista. Porém, suas consequências costumam ser graves e afetar todos os setores, levando a uma recessão econômica geral no país, à medida que a confiança e a liquidez desaparecem.

A crise financeira global de 2008, que começou com a crise dos subprimes nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo, é um exemplo de recessão financeira. 

Recessão global

A recessão global é a recessão econômica mundial, isto é, que impacta diferentes países. Costuma ser causada por crises políticas, pandemias ou guerras. Seus efeitos são significativos e duram alguns anos. A recessão de 2020 causada pela pandemia de COVID-19 é um exemplo de recessão global. 

Recessão técnica

A recessão técnica ocorre quando o PIB tem uma queda por 2 trimestres consecutivos ou mais. Essa é a explicação do termo recessão econômica, mas pode ser classificada de forma diferente de acordo com sua origem. Embora essa definição seja amplamente usada, uma recessão técnica não necessariamente implica uma crise econômica profunda.

Recessão de fato

A recessão de fato é a técnica complementada por outras variáveis, como perda de renda, de atividade econômica, de emprego, entre outros. Ou seja, ela vai além da retração do PIB e traz um reflexo mais claro da situação do país. De toda forma, ela também pode ter origens diversas.

Quais as causas de uma recessão econômica? 

A recessão econômica pode ser causada por:

  • crises na cadeia produtiva;
  • bolhas econômicas;
  • problemas fiscais;
  • pandemia global;
  • escassez de itens industriais, como de chips e semicondutores;
  • crise logística;
  • guerras;
  • inflação alta nos principais países e mercados do mundo;
  • queda na confiança do consumidor ou empresarial;
  • déficit público elevado.

Essas são as principais causas de uma recessão econômica. Portanto, fica claro que esse cenário pode ocorrer devido a diferentes fatores.

Além disso, os ciclos econômicos interferem nesse processo. Ou seja, a economia cresce, o que leva ao aumento do consumo e da atividade industrial. Como resultado, o desemprego cai ao ponto de ser difícil encontrar trabalhadores qualificados.

O salário também aumenta de forma mais rápida do que a produtividade e isso faz com que a produção fique mais cara. Os importados se tornam mais atrativos, o que prejudica as vendas nacionais e se iniciam as demissões. E assim o ciclo é retomado.

Essa é uma explicação bastante simples e que nem sempre reflete a realidade. No entanto, é uma situação muito comum.

De toda forma, independentemente da causa da recessão econômica mundial ou nacional, a tendência é de redução dos gastos e uma consequente retração da economia. Isso porque o cenário é de incerteza.

Ainda é necessário considerar o papel do governo, especialmente no caso do déficit público. Quando os gastos estão elevados e sem controle, a economia acaba sendo comprometida. Isso pode levar a uma crise, dependendo das políticas públicas adotadas.

Portanto, há diferentes variáveis a considerar. Como esses fatores estão interligados, eles podem atuar em conjunto, em vez de serem isolados. Nesse sentido, identificar e compreender essas causas é fundamental para desenvolver políticas e estratégias eficazes para prevenir os impactos de uma recessão. 

Estamos em recessão econômica mundial?

O contexto econômico de 2024 é marcado por incertezas e desaceleração, mas não pode ser caracterizado como recessão econômica mundial. Embora algumas regiões estejam passando por desafios econômicos significativos, como a Europa e partes da Ásia, a previsão geral é de crescimento moderado.

O crescimento previsto, por mais que caminhe em um ritmo lento, segue positivo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento global de 3,2% para 2024, acima dos 3% de 2023. Essa taxa de crescimento, embora modesta, reflete que a economia global segue em expansão, mesmo frente a condições desafiadoras.

Algumas das razões contribuintes para o crescimento lento envolvem a inflação, políticas monetárias, problemas estruturais, fragmentação geoeconômica e inovações tecnológicas. 

A inflação global está diminuindo, mas ainda é elevada em algumas regiões, levando os bancos centrais a manter políticas monetárias restritivas que limitam o crescimento (World Economic Forum). Além disso, problemas estruturais como baixa produtividade continuam a frear o potencial crescimento, especialmente em economias avançadas (International Monetary Fund).

Tensões geopolíticas também criam incertezas adicionais. Economistas acreditam que tais tensões continuarão a fomentar uma volatilidade econômica, impactando negativamente no crescimento global (World Economic Forum). No entanto, setores como tecnologia e saúde estão crescendo por conta de inovações como a Inteligência Artificial. A adoção dessas tecnologias pode oferecer ganhos de produtividade que ajudam a compensar outros desafios econômicos (Columbia Business School).

Ao considerar as questões regionais associadas a uma eventual recessão econômica mundial, destacam-se locais como Europa, Sul e Leste Asiático e Estados Unidos.

Na Europa, as expectativas de crescimento são fracas devido a crises energéticas e tensões geopolíticas. A crise energética, exacerbada pela guerra na Ucrânia, tem levado a aumentos significativos nos preços de energia, afetando tanto consumidores quanto empresas. Além disso, as tensões geopolíticas têm aumentado a incerteza, reduzindo os investimentos e o consumo.

No Sul e Leste Asiático, a situação é relativamente mais otimista em países como a Índia e a Indonésia devido a fortes investimentos em infraestrutura. No entanto, a China enfrenta uma desaceleração devido a problemas internos relacionados ao mercado imobiliário e ao endividamento excessivo.

Nos Estados Unidos, o crescimento econômico tem sido melhor do que o esperado em 2023, mas há preocupações para 2024. O aumento das taxas de juros pelo FED, destinado a controlar a inflação, elevou os custos de empréstimos para consumidores e empresas, o que pode restringir o consumo e os investimentos.

Embora existam sinais de desaceleração econômica e desafios significativos em várias regiões do mundo, a previsão atual não indica uma recessão econômica global. No entanto, os riscos permanecem altos, e a situação econômica é volátil, exigindo monitoramento contínuo e políticas econômicas adaptáveis para mitigar possíveis impactos negativos e promover um crescimento mais robusto no futuro.     

Quais as possíveis consequências de uma recessão econômica mundial?

As possíveis consequências de uma recessão econômica mundial são a redução do poder de compra e da produtividade e o aumento do desemprego. Para os investidores, é a possibilidade de prejuízos devido a possíveis bear markets subsequentes. Entenda melhor a seguir.

O poder de compra é reduzido

Uma das primeiras consequências da recessão econômica é a redução no poder de compra das famílias. Isso afeta o consumo e, portanto, a demanda. Dessa forma, há queda na produtividade das empresas, diminuição dos salários e aumento do desemprego.

A produtividade diminui

Em uma recessão econômica, as empresas têm dificuldade de manter suas atividades. Com a redução do consumo, a demanda diminui e faz pouco sentido continuar produzindo da mesma forma.

Ao mesmo tempo, problemas financeiros podem começar a surgir. Sem contar que também pode haver dificuldade para conseguir matéria-prima.

Além disso, é mais difícil obter algum tipo de financiamento. Inclusive, os investidores param de aportar capital em negócios que estão iniciando, porque eles tendem a apresentar um risco maior. Dessa forma, os indicadores de produtividade econômica do país diminuem.

O desemprego aumenta

A perda no poder de compra das famílias leva à redução do consumo de produtos e serviços, retração da produtividade econômica e demissões. Afinal, as empresas começam a desligar os colaboradores com salários elevados e/ou baixa produtividade dada uma queda de demanda por seus produtos e serviços. Portanto, o aumento do desemprego é outra consequência da recessão econômica.

Os investidores podem ter prejuízos

O mercado financeiro tende a entrar no bear market em períodos de recessão econômica. Isso significa que os preços dos ativos sofrem uma queda generalizada, o que gera prejuízos aos investidores.

Essa situação também é negativa para as empresas de capital aberto. Afinal, o medo dos investidores de perder dinheiro faz com que eles saiam de suas posições e a bolsa de valores sofra uma queda.

Um exemplo foi na pandemia de COVID-19, quando foram registradas várias ocorrências de circuit breaker, causados em quedas abruptas e repentinas na bolsa de valores. 

A renda fixa pode ser mais atrativa

O investimento em renda fixa é beneficiado com a alta das taxas de juros, que costuma acontecer na recessão econômica mundial. Ao mesmo tempo, as aplicações financeiras em renda variável ficam menos interessantes devido à insegurança do contexto. Assim, há perda do valor dos ativos.

O mercado apresenta alta volatilidade

Os preços dos ativos oscilam mais durante uma recessão econômica. Esses movimentos também tendem a ser mais intensos, o que aumenta os riscos, principalmente no longo prazo.

Como investir durante as recessões econômicas?

Ao investir durante as recessões econômicas, o recomendado é buscar ações desvalorizadas de grandes empresas. O foco deve ser o longo prazo, confiando em uma futura normalização do mercado. Também é interessante investir em setores sólidos, como saúde, bens de consumo e utilidade pública. Ainda é necessário fazer a diversificação de investimentos e possíveis hedges.

Portanto, o ideal é continuar investindo de maneira recorrente, focando sempre o longo prazo. Ainda considere o seu perfil de investidor e os objetivos perseguidos.

A diversificação de investimentos também é relevante, a fim de equilibrar risco e retorno. Já o hedge permite que você proteja o seu patrimônio. Uma forma de fazer isso é aplicar seu dinheiro em ativos internacionais, porque isso traz segurança contra uma possível desvalorização da moeda brasileira.

De toda forma, é fundamental seguir uma estratégia bem definida. Você pode montá-la com a ajuda de especialistas, como os profissionais de uma casa de análise. Assim, será mais fácil saber quais ativos são indicados e o que é válido no momento de uma recessão econômica mundial.

Afinal, um cenário de incertezas muda todo o mercado financeiro, mas é preciso manter a disciplina. Especialmente, porque a recessão econômica vai passar e esse também é um momento de oportunidades. Basta saber escolher os ativos certos com uma orientação na gestão de portfólio de investimentos.

Então, que tal ter esse auxílio especializado? Conheça as assinaturas da Nord Investimentos, veja suas características e escolha a que mais se ajusta ao seu perfil para ter acesso às melhores indicações do mercado financeiro.

Resumindo

O que é uma recessão na economia?

Uma recessão na economia é um período de retração do PIB por 2 ou mais trimestres, aliado a outras variáveis. Isso gera impactos negativos nos ciclos de negócios, na produtividade das empresas, no nível de emprego e na renda das famílias. Ou seja, é uma crise que afeta todos os setores do mercado.

O que significa o mundo entrar em recessão?

O mundo entrar em recessão significa que o poder de compra diminui, o que reduz o consumo e a demanda. Assim, as atividades econômicas começam a retrair e a produção cai. Isso leva ao aumento do desemprego.

Quais as consequências de uma recessão mundial?

As possíveis consequências de uma recessão econômica mundial são a redução do poder de compra e da produtividade e o aumento do desemprego. Para os investidores, é a possibilidade de prejuízos devido ao bear market.

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