Receita Federal mira cartões e Pix: saiba como isso pode afetar seu bolso

Novas regras da Receita Federal ampliam fiscalização financeira, incluindo cartões de crédito e pagamentos acima de R$ 5 mil

Nord Research 02/01/2025 10:45 4 min
Receita Federal mira cartões e Pix: saiba como isso pode afetar seu bolso

Entraram em vigor, desde 1 de janeiro de 2025, as novas regras que intensificam o controle das operações financeiras no Brasil.

A medida amplia a obrigatoriedade de envio de informações por administradoras de cartões de crédito e instituições de pagamento, reforçando o combate à sonegação fiscal e promovendo maior transparência nas transações.

Como funcionam as novas regras da Receita Federal

A Receita Federal exige que administradoras de cartões e instituições de pagamento enviem semestralmente à "e-Financeira" sempre que:

  • pessoas físicas movimentarem acima de R$ 5 mil por mês;
  • empresas movimentarem valores superiores a R$ 15 mil mensais.

Esses dados se somam a informações já monitoradas, como Pix, investimentos e previdência privada.

Objetivos das novas exigências

O principal objetivo da Receita é identificar irregularidades tributárias e aumentar a eficiência na arrecadação fiscal. Além disso, o Brasil cumpre compromissos internacionais no Padrão de Declaração Comum (CRS), garantindo alinhamento com práticas globais de transparência.

Impactos no combate à sonegação

Profissionais e empresas que sonegam impostos por meio de movimentações "sem nota" estão sob maior vigilância.

O Fisco pode cruzar informações dos cartões de crédito com declarações de Imposto de Renda, identificando disparidades e aplicando multas que variam entre 75% e 150% do valor omitido.

Histórico da fiscalização financeira no Brasil

Desde o fim da CPMF em 2008, a Receita Federal adotou mecanismos para monitorar movimentações financeiras. Em 2015, a introdução da "e-Financeira" consolidou esses esforços, substituindo a antiga Dimof e permitindo maior eficiência no combate à evasão fiscal.

Cartões de crédito na mira do Fisco

Gastos realizados com cartões de crédito são um foco importante. A Receita já conduziu operações em que milhares de contribuintes foram intimados a justificar disparidades entre movimentações e declarações.

Empresas que não declaram corretamente os valores recebidos via cartão também estão sob vigilância, sendo passíveis de multas e processos criminais.

Como isso pode afetar seu bolso?

A partir de agora, que a Receita Federal exige um controle mais rigoroso sobre os dados financeiros, pode haver uma série de implicações para os contribuintes Confira a seguir.

Aumento de multas por sonegação

Se a Receita identificar discrepâncias entre o que foi movimentado e o declarado no Imposto de Renda, o contribuinte pode ser multado entre 75% e 150% do valor omitido.

Risco de devolução de restituições

Caso irregularidades sejam encontradas, o contribuinte pode ter que devolver restituições recebidas indevidamente, aumentando o custo inesperado.

Gastos com regularizações

Quem for autuado terá que pagar os tributos atrasados, acrescidos de juros e correções, impactando significativamente o orçamento.

Impactos na organização financeira

Com maior exigência de documentos, será necessário manter comprovantes e notas fiscais bem organizados. Isso pode gerar gastos extras com contadores ou sistemas de gestão.

Diminuição de práticas informais

Pagamentos "sem nota" podem ser facilmente identificados, especialmente em serviços como médicos e freelancers. Isso força uma maior formalização e, em alguns casos, aumento de custos pela inclusão de impostos.

O que os contribuintes devem fazer?

  • Organizar documentos: manter recibos, notas fiscais e comprovantes organizados.
  • Declarar corretamente: evitar omissões nas declarações de Imposto de Renda.
  • Consultar especialistas: buscar orientação de contadores ou advogados tributários para garantir conformidade.

Com essas mudanças, a Receita Federal espera reduzir fraudes e promover um ambiente tributário mais justo e transparente no Brasil.

Perguntas frequentes

O que é e-Financeira e para que ela serve?

A e-Financeira é um relatório enviado à Receita Federal por instituições financeiras, contendo informações sobre movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas. Ela serve para combater a sonegação fiscal, monitorar transações e cumprir compromissos internacionais de transparência.

As novas regras se aplicam a pequenos negócios e profissionais autônomos?

Sim, as novas regras de fiscalização da Receita Federal, que entram em vigor em 2025, aplicam-se a todos os contribuintes, incluindo pequenos negócios e profissionais autônomos. A obrigatoriedade de envio da e-Financeira abrange movimentações financeiras que excedam os limites estabelecidos.

É possível contestar multas aplicadas pela Receita com base nos dados da e-Financeira?

Sim, é possível contestar multas aplicadas pela Receita Federal. O contribuinte tem o direito de apresentar defesa administrativa, fornecendo justificativas e documentos que comprovem a regularidade de suas operações financeiras. É importante observar os prazos e procedimentos estabelecidos pela Receita para a apresentação de recursos.

Em casos de divergências ou inconsistências nos dados da e-Financeira, recomenda-se buscar orientação de um profissional especializado em direito tributário para auxiliar no processo de contestação e garantir a defesa adequada dos direitos do contribuinte.

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