Raízen (RAIZ4) tem prejuízo no 2T24. É hora de vender as ações da companhia?
A Raízen (RAIZ4) reportou resultados abaixo do consenso de mercado, com uma receita líquida de R$ 57,8 bilhões no 2T24, crescimento de +18%, um Ebitda de R$ 2,3 bilhões, -29% de baixa e um prejuízo de R$ 7 milhões, frente a um lucro líquido de R$ 527 milhões no período comparável. Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.
Destaques resultados 2T24 Raízen (RAIZ4)
O destaque do trimestre ficou para o prejuízo reportado pela companhia. Vale ressaltar também que a Raízen segue o ano-safra, de modo que o primeiro trimestre tem início em 1° de abril e término em 30 de junho, mas vamos tratar o 1T25 (ano-safra) como 2T24.
A Raízen reportou uma receita líquida de R$ 57,8 bilhões no 2T24, um aumento de +18% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento está refletindo (i) maiores preços de combustíveis vendidos nos postos Shell, (ii) crescimento da comercialização de açúcar de terceiros e (iii) aumento do volume total de etanol vendido.
O custo dos produtos vendidos cresceu +20%, pelo maior volume originado no segmento de açúcar, renováveis e mobilidade. Já as despesas operacionais tiveram um resultado positivo, impactadas pela alta de +45% em outras receitas operacionais.
Já o Ebitda ajustado totalizou R$ 2,3 bilhões, queda de -29%, justificado principalmente pela perda de créditos fiscais no segmento de corporação e resultado mais baixo no segmento de açúcar no trimestre. Com o resultado financeiro (negativo) também registrando aumento (+7%), o lucro líquido da Raízen de R$ 527 milhões foi revertido para um prejuízo de R$ 7 milhões neste trimestre.
A companhia investiu um total de R$ 2,2 bilhões no 2T24, mesmo montante em comparação com o mesmo período do ano anterior, orientados para projetos de expansão e manutenção de ativos.
Por fim, a dívida bruta da Raízen alcançou R$ 43,7 bilhões, um aumento de +32%. Com uma posição de caixa de R$ 12,1 bilhões (3x maior), a dívida líquida (dívida bruta - caixa) ficou em R$ 31,6 bilhões, um crescimento de +7,6%. Dessa forma, a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) da companhia subiu para 2,3x, em comparação a 2x no 2T23.
O que esperar de Raízen (RAIZ4)?
Os resultados do 2T24 refletem a sazonalidade do período e estão em linha com o guidance da Raízen para o ano, com expansão de receita e formação de estoques. Mas destacamos como ponto negativo o prejuízo reportado.
No momento, embora esperemos uma demanda sazonalmente mais forte para o segundo semestre, preferimos as ações de Vibra (VBBR3) para capturar esses ganhos, que, inclusive, integram a carteira Nord Dividendos.
A Vibra é mais rentável (ROIC de 20% vs. 10% da Raízen), distribui mais dividendos (dividend yield de 8% vs. 5% da Raízen) e ainda é menos alavancada (1x dívida líquida/Ebitda vs. 2,3x da Raízen).
Qual o dividend yield de Raízen (RAIZ4)?
O dividend yield de Raízen (RAIZ4) dos últimos 12 meses é de 5,4%.
Quem é Raízen (RAIZ4)?
A Raízen, resultado de uma joint venture entre a Cosan e a Shell, é uma das quatro maiores empresas em faturamento no Brasil. Com uma capacidade de produção de 3 bilhões de litros de etanol e moagem de 105 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em seus 35 parques de bioenergia, a companhia se destaca como a principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar no país. Além disso, a empresa é a segunda maior distribuidora de combustíveis e a maior exportadora individual de açúcar no mercado internacional.
Vale a pena comprar Raízen (RAIZ4)?
No momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.
Como faço para comprar ações da Raízen (RAIZ4)?
Para investir nas ações da Raízen é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker RAIZ4.