Privatização da Copel entra na reta final
Os investidores da Copel (CPLE6) aprovaram em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na segunda-feira, 10, o novo modelo de empresa de capital disperso e sem acionista controlador.
Com esse movimento, a companhia entrou na reta final para ser uma corporation, diluindo a participação do governo na empresa (que terá uma participação menor e deixará de ser o acionista controlador).
É importante destacar que uma corporation é uma empresa que não apresenta um sócio controlador.
O que mudou?
Com a aprovação da reforma do estatuto, foram indicadas: i) a criação de um golden share, que dá poder de veto ao estado do Paraná; ii) a limitação para que nenhum acionista possa ter votos acima de 10% do total; e iii) a criação de uma poison pill para uma eventual aquisição de 25% das ações da companhia.
Próximos passos da privatização da Copel
Como próximos passos, a empresa deve organizar uma oferta de ações (“follow-on”) para a capitalização da empresa.
Ruído com BNDES
Uma outra questão observada foi o fato de o BNDES (acionista com 24% da empresa) ter se posicionado de forma contrária ao retirar os pontos com relação à proposta de migração para o Novo Mercado.
Uma privatização diminui os pontos referentes à interferência política (sempre um grande ponto de atenção quando o assunto são estatais), além de, geralmente, agregar maior eficiência à operação.
Portanto, nesse sentido, é um grande benefício para os acionistas da empresa o avanço da privatização, pensando em resultados, nos dividendos e no desempenho das ações.
Sobre a Copel
A Copel é uma empresa de energia focada no estado do Paraná, atuando nas diferentes frentes: geração, transmissão e distribuição. É uma companhia integrada no setor elétrico.
Em se tratando de uma estatal, vale destacar que o case de Copel é bem diferente e com menor complexidade, por exemplo, de uma Eletrobras (uma empresa que tem/teve mais valor a destravar com as melhorias oriundas da privatização).
Vejo uma empresa com bons ativos e com uma geração de caixa que se traduziu em bons dividendos e que pode surfar uma boa onda com todo esse processo de privatização.
A grande questão é que, nos níveis atuais, não vejo tanta margem de segurança para novos aportes.