Private Equity: como investir em fundos de empresas de capital fechado?

Entenda como funcionam os fundos de private equity e quais são as vantagens e desvantagens de investir em empresas de capital fechado!

Nord Research 22/07/2024 15:18 11 min
Private Equity: como investir em fundos de empresas de capital fechado?

O private equity é o investimento em empresas privadas por meio de fundos destinados a investidores profissionais ou qualificados. Assim, possibilitam a busca de oportunidades fora da bolsa de valores, com riscos e retornos elevados.

É uma alternativa para investidores experientes, geralmente com perfis arrojados e moderados. Esses fundos investem em empresas privadas, buscando oportunidades com potencial de crescimento elevado.

Os riscos são elevados, e o investidor deixará os recursos paralisados por um longo período. Em contrapartida, o fundo pode identificar negócios de sucesso e gerar um retorno expressivo para os cotistas.

O investimento em private equity é tipicamente de longo prazo, e os investidores esperam obter retornos substanciais quando a empresa é vendida ou quando suas ações são lançadas ao público por meio de uma oferta pública inicial (IPO).

Entenda tudo sobre os fundos de private equity e descubra se você tem o perfil para realizar esse investimento!

Sumário

O que é private equity?

Private equity é o investimento em empresas de capital fechado. Essas organizações admitem a participação de sócios-investidores por meio da compra de cotas de fundos, que compram empresas não negociadas na bolsa de valores.

Embora a tradução para o português seja "capital privado", o termo não se confunde com a diferença entre empresas públicas e privadas no Brasil. Aqui, as organizações privadas são aquelas que não contam com a participação do governo.

O mais adequado é entender o private equity como "capital fechado". Uma empresa de capital aberto tem suas ações em circulação no ambiente de bolsa de valores, com acesso a investidores em geral. Logo, qualquer pessoa interessada pode adquirir as ações e ter uma participação na companhia.

Por sua vez, as empresas de capital fechado captam recursos em negociações diretas com os proprietários. São pessoas ou organizações selecionadas que farão os aportes, em condições especificadas nos seus respectivos acordos.

Diferença para venture capital

Private equity (PE) e venture capital (VC) são ambos tipos de investimentos em empresas privadas, mas diferem significativamente em termos de estágio de investimento, tamanho do investimento, risco e envolvimento na gestão das empresas investidas.

Imagine, por exemplo, um investimento em cinco startups de tecnologia. O investidor de venture capital sabe que, a maioria dessas empresas não terá sucesso. Contudo, aquela que vingar gerará recursos mais que suficientes para suprir as perdas e dar um retorno adicional aceitável

O private equity busca empresas com modelos de negócios consolidados. É comum que a organização precise dos recursos para financiar o crescimento ou reestruturar suas finanças. No entanto, apesar do risco, acredita-se que a maioria delas se tornará uma organização lucrativa.

Característica Private Equity (PE)Venture Capital (VC)
Estágio de InvestimentoEmpresas maduras e em dificuldadesStartups e empresas em crescimento
Tamanho do Investimento Grande (centenas de milhões a bilhões)Menor (centenas de milhares a milhões)
RiscoModeradoAlto
Envolvimento na GestãoAtivo e controladoSuporte estratégico e mentoria
Estratégia de SaídaVenda ou IPOAquisição ou IPO

Diferença para o investimento semente

Há situações em que os investidores realizam aplicações antes mesmo de existir um negócio, sendo o estágio inicial de financiamento para startups e empresas emergentes.

Este tipo de investimento é crucial para transformar uma ideia ou um protótipo em um produto ou serviço viável e levá-lo ao mercado.”, convivendo com o private equity e o venture capital entre as opções de investimento privado.

Podemos dizer que o investimento semente é uma forma de financiar o empreendedor e a sua ideia, e não necessariamente em algo concreto.

Como funcionam os fundos de private equity?

O investimento é desenhado para ocorrer em três etapas: captação, investimento e desinvestimento.

Captação

Fundos de private equity são criados por empresas de gestão de ativos que levantam capital de investidores institucionais (como fundos de pensão, seguradoras, endowments) e investidores em geral. Esse processo envolve a criação de um fundo fechado, no qual os investidores comprometem capital por um período específico (geralmente de 5 a 15 anos). 

Cabe mencionar que os públicos de fundos de PE (Private Equity) variam muito. Casas mais renomadas possuem filas e mais filas de clientes interessados no fundo, portanto, limitam a entrada a apenas investidores estratégicos ou de patrimônio elevado. Outras casas, no entanto, montam fundos de PE mais voltados ao varejo (o que nem sempre é o mais adequado).

Geralmente, o instrumento financeiro utilizado é a compra de ações da empresa. Após a averiguação dos riscos do negócio e conformidade legal, o fundo adquire participação nas organizações selecionadas.

Em alguns casos, podem ser utilizados outros instrumentos para captação de recursos. Debêntures, bônus de subscrição e opções são exemplos.

Investimento

Os valores são disponibilizados para uso no projeto. Nesta etapa, os fundos podem contribuir não apenas financeiramente, mas também com capital intelectual. Entre as mudanças, os padrões de governança costumam ser ajustados para se aproximarem mais dos exigidos pelas empresas de capital aberto. 

Os gestores do fundo utilizam o capital arrecadado para adquirir participações significativas ou controle total de empresas de capital fechado, as aquisições podem envolver compra de ações diretamente dos proprietários ou compra de novas ações emitidas pela empresa.

Desinvestimento

O último passo é obter o retorno do investimento com a venda das participações na empresa. Esse procedimento pode utilizar diferentes métodos, como a venda direta para interessados, ou a realização da oferta pública inicial (IPO) na bolsa de valores.

Resumidamente, na fase de captação, o caixa do fundo de private equity tem um crescimento nos recursos disponíveis. A seguir, ocorre um decréscimo com a aplicação na empresa. Por fim, o retorno obtido na fase de desinvestimento ocasiona um aumento exponencial na liquidez.

Por isso, o fluxo de caixa de um private equity bem-sucedido é simbolizado por um gráfico em linha, formando um "J".

O objetivo final é aumentar o valor da empresa e realizar lucros significativos na "saída" do investimento.

Quem pode investir?

Os fundos de private equity são destinados a investidores qualificados. Esse requisito é preenchido com R$1 milhão de patrimônio em ativos financeiros ou por meio de certificação profissional reconhecida pela CVM.

Também podem participar os investidores profissionais, presentes em pessoas físicas ou jurídicas com R$10 milhões disponíveis. Instituições financeiras, fundos, seguradoras, clubes de investimento e assessores de investimento preenchem os requisitos, entre outros.

Em resumo, o investimento em private equity é uma opção geralmente reservada para investidores institucionais, indivíduos com alto patrimônio líquido e investidores qualificados, devido aos altos requisitos de capital, complexidade e horizonte de investimento a longo prazo.

Estes investidores buscam retornos superiores e diversificação, mas devem estar preparados para os riscos e a iliquidez associados a esses investimentos.

Fundos restritos e exclusivos

Alguns fundos são destinados a um cotista (fundo exclusivo) ou a grupos de cotistas (fundo restrito). Assim, não há abertura para negociação das cotas no mercado.

Fundos mútuos

Os fundos mútuos, por sua vez, possibilitam o investimento por terceiros. Contudo, a compra das cotas dependerá da condição de investidor profissional ou qualificado.

Exchange Traded Funds (ETFs)

No mercado dos EUA, os ETFs dão acesso ao private equity até mesmo para o investidor comum. Esse investimento ocorre em índices de empresas ou fundos do setor.

Quais são as vantagens do investimento em private equity?

Os fundos de private equity possibilitam o investimento em negócios fora da bolsa de valores.

Ter acesso a retornos mais expressivos

As empresas utilizam os recursos para o crescimento ou reestruturação dos negócios. Portanto, é uma oportunidade de participar de empreendimentos que podem ser lucrativos no futuro, gerando retornos elevados aos cotistas. Dado o porte menor das ‘investidas’, a capacidade de participar de um crescimento exponencial em companhias é maior.

Minimizar as oscilações no mercado

O fator decisivo para o private equity é o sucesso nos negócios e a saúde financeira das empresas investidas. Isso reduz as preocupações com as oscilações dos preços das ações, como ocorre na bolsa de valores. Via de regra, as marcações de fundos de Private Equity são feitas em prazos pré-definidos (mensalmente ou semestralmente), reduzindo o impacto emocional cotidiano dos investidores.

Participar de fundos alavancados

Os fundos podem utilizar outros instrumentos para captação de recursos. Essa dívida será usada para potencializar os negócios realizados e pode gerar ganhos ainda mais expressivos para o investidor.

Diversificar os investimentos

Os fundos de PE podem ser formados para atuação em diferentes segmentos da economia. Isso permite que o investidor encontre opções para diversificação, assim como priorize os setores e negócios que conhece.

Resumindo as vantagens

Investir em private equity pode oferecer vantagens significativas, incluindo potencial de altos retornos, diversificação de portfólio, envolvimento ativo na gestão das empresas, acesso a oportunidades exclusivas, flexibilidade estrutural, incentivos alinhados e resiliência em ciclos econômicos.

No entanto, é importante lembrar que esses investimentos também vêm com riscos substanciais, incluindo iliquidez, riscos operacionais e de gestão, e a necessidade de um horizonte de investimento a longo prazo.

Investidores devem estar preparados para realizar uma due diligence abrangente e compreender plenamente os riscos e recompensas antes de se comprometerem com investimentos em private equity.

Quais são as desvantagens dos fundos de private equity?

As desvantagens do private equity estão associadas ao alto risco para o investidor.

Riscos de mercado

O retorno do investimento depende do sucesso das empresas que receberam os recursos. É crucial conhecer a estratégia do fundo, as empresas selecionadas e a capacitação dos gestores antes de tomar a decisão.

Risco de liquidez

Os recursos destinados ao private equity são alocados em empresas. Por isso, é difícil para o investidor resgatar o valor antecipadamente. Além disso, como não há negociação em bolsa, o mercado secundário é mais restrito.

Risco de crédito

O fundo em si precisa ter uma boa gestão financeira e de negócios. Aliás, o private equity possibilita a atuação com alavancagem, o que também significa a existência de obrigações que precisam ser suportadas pela operação.

Complexidade da operação

A compreensão da estratégia do fundo de private equity, a avaliação da gestão e a análise dos projetos que receberão os recursos podem ser complexas para o investidor. Assim, há a chance de investir sem o entendimento adequado dos riscos envolvidos na operação.

Resumindo as desvantagens

Investir em private equity envolve desvantagens como baixa liquidez, alto risco, altos custos, complexidade e necessidade de due diligence, risco de alavancagem, possíveis conflitos de interesse e incerteza nas estratégias de saída.

É crucial que os investidores estejam cientes dessas desvantagens e considerem seu perfil de risco, horizonte de investimento e capacidade de conduzir uma análise detalhada antes de se comprometerem com investimentos em private equity.

Como investir em fundos de private equity?

O investimento em fundos de private equity é intermediado por corretoras de valores. O caminho mais acessível é comprovar R$1 milhão de patrimônio em investimentos, obtendo acesso à condição de investidor qualificado. Fundos mais exclusivos, no entanto, possuem formas de captação diferentes, muitas vezes precisando ‘transferir’ o capital para contas dos fundos diretamente, sem o intermédio de corretoras.

ETFs nos EUA

Nos EUA, o mercado de ETFs é mais desenvolvido, e o investidor comum tem acesso a diversas oportunidades no private equity.

Exemplos de ETFs de Private Equity:

  • S&P Listed Private Equity Index;
  • ProShares Global Listed Private Equity ETF (PEX);
  • Invesco Global Listed Private Equity Portfolio (PSP);
  • FlexShares Listed Private Equity UCITS ETF (FLPE).

Os índices apresentados são exemplos de ETFs e não constituem recomendações de investimento. É fundamental analisar as taxas, riscos, rentabilidade, histórico e diversos outros fatores antes de tomar decisões de investimento.

Investidores moderados e arrojados geralmente buscam ganhos mais expressivos. Contudo, nem sempre é fácil analisar títulos, ações, fundos mútuos, FIIs e outros instrumentos complexos no mercado financeiro.

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Sendo assim, você tem o benefício de obter recomendações que passaram pela análise rigorosa de profissionais certificados pela CVM. Assim, pode identificar  produtos que ofereçam rentabilidades expressivas, indo além do private equity.

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Resumindo

O que é private equity?

O private equity é o investimento em participações nas empresas que não são negociadas na bolsa de valores. Assim, os investidores assumem riscos mais elevados, ao mesmo tempo em que podem encontrar negócios de sucesso e ter ganhos expressivos.

Qual a diferença de venture capital e private equity?

O venture capital busca negócios em fase inicial com potencial de crescer exponencialmente. Por sua vez, o private equity atua com modelos consolidados no mercado, auxiliando o crescimento ou reestruturação das empresas.

Quem pode investir em private equity?

O investimento em fundos de private equity exige a condição de investidor profissional ou qualificado. Contudo, o investidor comum pode realizar aplicações financeiras no setor por meio de ETFs negociados no mercado dos EUA.

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