PRIO3 vale a pena? Entenda a história, potencial e desafios da PRIO
A PRIO (PRIO3) tem se destacado no setor de petróleo e gás com um crescimento expressivo nos últimos anos, tornando-se uma das principais opções de investimento na Bolsa de valores brasileira.
Desde sua transformação e reposicionamento no mercado, a empresa tem atraído a atenção de investidores em busca de ativos com alto potencial de valorização.
Neste conteúdo, vamos abordar sua história, resultados financeiros, além de discutir se ainda vale a pena investir em PRIO3.
Sumário
- O que é a PRIO?
- História da PRIO
- Quando a PRIO estreou na bolsa de valores?
- O que influencia o preço das ações da PRIO3?
- Qual o preço alvo da PRIO3?
- Quais os pontos positivos da PRIO?
- Quais os pontos negativos da PRIO?
- Por que PRIO3 não paga dividendos?
- O que você precisa saber sobre debêntures da PRIO
- Como investir em ações da PRIO?
- PRIO e o setor de petróleo e gás
- Principais concorrentes da PRIO
- Resultados financeiros recentes da PRIO
- Aquisição do campo de Peregrino por US$ 1,9 bilhão
- Expectativas futuras para PRIO
- Como a PRIO se posiciona no mercado internacional?
- Afinal, PRIO3 vale a pena?
- Considerações finais
O que é a PRIO?
A PRIO, anteriormente conhecida como PetroRio, é uma empresa brasileira de petróleo e gás natural que foca na operação e redesenvolvimento de campos de petróleo maduros offshore (operação em alto mar).
A estratégia da companhia envolve revitalizar campos que já estão em produção, aplicando novas tecnologias e otimizando processos para aumentar a eficiência e prolongar a vida útil dos ativos e consequentemente buscando novos picos de produção.
História da PRIO
Fundada em 2008 com o nome de BN 16 Participações, a PRIO passou por diversas transformações. A primeira foi no ano seguinte, onde passou a ser chamada de HRT Participações em Petróleo.
Inicialmente, a empresa se dedicava à exploração de petróleo em áreas de maior risco, como a Bacia Amazônica e a Namíbia, mas sem sucesso nas primeiras tentativas.
Em 2014, com a entrada de Nelson Tanure, a companhia adotou uma nova estratégia, focando em campos de petróleo já produtores, o que impulsionou uma recuperação significativa.
Em 2015, a empresa mudou seu nome para PetroRio, refletindo sua nova fase de atuação voltada para a otimização de campos maduros.
Posteriormente, em 2022, a companhia foi rebatizada como PRIO, consolidando sua marca no mercado de petróleo e gás. Desde então, suas ações acumulam mais de 5.000% de valorização, destacando-se na Bolsa brasileira.
Quando a PRIO estreou na bolsa de valores?
A PRIO abriu seu capital em 2010, e suas ações são negociadas na B3 sob o código PRIO3.
Desde sua estreia, a empresa passou por altos e baixos, mas conseguiu se reestruturar e acumular uma forte valorização, especialmente a partir de 2014, com a mudança de sua estratégia de negócios.
O que influencia o preço das ações da PRIO3?
O preço das ações da PRIO3 é influenciado por diversos fatores, incluindo o preço internacional do barril de petróleo (Brent), os resultados operacionais da companhia e o desempenho de seus campos de produção.
Além disso, o cenário macroeconômico e o interesse dos investidores no setor de energia também desempenham um papel essencial. Vale destacar que, como empresa de crescimento, o mercado está sempre atento às aquisições, novos projetos e expansão de produção da PRIO.
Qual o preço alvo da PRIO3?
Analistas do mercado financeiro têm mantido uma visão otimista sobre o futuro da PRIO3. Após a recente decisão favorável no processo de arbitragem sobre o campo de Wahoo, eles reforçaram as expectativas de crescimento significativo da empresa nos próximos anos.
Desse modo, o preço-alvo da ação é constantemente revisado, garantindo um upside relevante para as ações da petroleira.
Quais os pontos positivos da PRIO?
Confira o que a PRIO tem feito para se posicionar como uma das favoritas dos investidores que buscam alta valorização:
- crescimento sólido: a empresa tem demonstrado crescimento expressivo, com a produção de petróleo aumentando significativamente nos últimos anos;
- lifting cost competitivo: a PRIO tem um dos menores custos de extração por barril (US$ 7,5), o que aumenta suas margens;
- aquisições estratégicas: a compra de campos com viabilidade comprovada, como Albacora Leste, fortalece sua posição no mercado;
- expansão de produção: com o campo de Wahoo e novos projetos de revitalização, a produção da PRIO tem grande potencial de crescimento para os próximos anos.
Quais os pontos negativos da PRIO?
Confira os principais desafios que a companhia enfrenta e que podem impactar seu desempenho no longo prazo:
- dependência do preço do petróleo: como qualquer empresa do setor, a PRIO está sujeita à volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional;
- risco regulatório: a companhia tem enfrentado obstáculos com órgãos reguladores, como o Ibama, o que pode atrasar projetos importantes;
- campos maduros exigem mais investimento: embora sejam produtivos, esses campos demandam investimentos constantes para manutenção e revitalização.
Por que PRIO3 não paga dividendos?
A empresa adota uma estratégia de reinvestimento de seus lucros em novos projetos e aquisições, focando no crescimento de longo prazo. Por isso, a PRIO não distribui dividendos regularmente, preferindo usar o capital para expandir sua produção e melhorar seus ativos, o que tende a gerar maior valorização das ações ao longo do tempo.
O que você precisa saber sobre debêntures da PRIO
Em 2022, a PRIO emitiu debêntures no valor de R$ 2 bilhões para financiar suas operações, especialmente no Campo de Frade.
Esses títulos têm prazos de vencimento até 2032 e oferecem rentabilidade atrelada ao IPCA e à taxa DI.
Além da emissão de debêntures em 2022, a PRIO também concluiu uma nova de R$ 2 bilhões em debêntures em 2024, destinada a financiar suas operações e projetos, como o desenvolvimento do Campo de Wahoo.
A emissão foi dividida em duas séries, com a primeira no valor de R$ 800 milhões e a segunda de R$ 1,2 bilhão, com um custo médio dolarizado de 6,15% ao ano e prazo médio de 5,9 anos.
Os recursos obtidos são utilizados para alongamento do endividamento, redução do custo das dívidas, e para cobrir despesas operacionais e investimentos em novos projetos.
É importante notar que a remuneração das debêntures da PRIO em 2024, embora competitiva, não se destaca em relação a outras opções no mercado. A nosso ver, apesar de ser uma alternativa interessante para diversificar a carteira, o investimento direto nas ações da PRIO (PRIO3) oferece maior potencial de retorno a longo prazo, especialmente considerando o crescimento esperado da produção de petróleo.
A PRIO emitiu, ainda, bonds no mercado internacional, captando US$ 600 milhões, com vencimento em 2026, para fortalecer seu caixa e financiar novos projetos.
Como investir em ações da PRIO?
Para investir em PRIO3, basta ter uma conta em uma corretora de valores e acessar o home broker da B3.
As ações são negociadas no segmento Novo Mercado, o que garante altos padrões de governança corporativa. Além disso, é importante acompanhar os fundamentos da empresa e as análises de mercado para tomar decisões mais informadas.
PRIO e o setor de petróleo e gás
A PRIO atua em um setor altamente estratégico para a economia global: o petróleo e gás natural.
Embora haja uma transição energética em curso para fontes renováveis, o petróleo ainda desempenha um papel essencial no fornecimento de energia mundial.
A companhia tem aproveitado o cenário para crescer, especialmente ao focar em campos maduros, otimizando sua produção e mantendo custos baixos.
Principais concorrentes da PRIO
No Brasil, entre as juniors oils (empresas menores do setor), as principais concorrentes são a Brava Energia (BRAV3) e Petroreconcavo (RECV3) que possuem da capital aberto na B3. A Petrobras, gigante do setor de petróleo e gás, também pode ser considerada como uma das suas competidoras.
Internacionalmente, empresas como Shell, ExxonMobil e Chevron também competem no mercado de exploração e produção de petróleo. No entanto, a estratégia de focar em campos maduros e reduzir riscos de exploração dá à PRIO uma posição diferenciada.
Resultados financeiros recentes da PRIO
Os resultados financeiros da PRIO nos primeiros dois trimestres de 2024 continuam a demonstrar o sucesso da estratégia da companhia, com forte crescimento em produção e receita, além de uma notável eficiência operacional. Abaixo, destacamos os principais números do 1T24 e 2T24 — além da previsão para o 3T24.
Primeiro trimestre de 2024 (1T24)
No primeiro trimestre de 2024, a PRIO registrou um forte crescimento, impulsionado pelo aumento da produção e por ganhos operacionais significativos nos campos de Frade e Albacora Leste. Mesmo com a volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional, a empresa conseguiu entregar resultados sólidos, mostrando sua capacidade de adaptação.
- Receita líquida: crescimento de 13% em relação ao 1T23, alcançando US$ 639 milhões.
- Ebitda ajustado: alta de 23%, com US$ 467 milhões no trimestre.
- Lucro líquido: queda de 3%, atingindo US$ 224, milhões.
- Produção: a média de produção diária foi de 88,3 mil barris de petróleo, puxada pelo aumento nas operações dos campos de Frade e Albacora Leste.
- Lifting cost: reduziu para US$ 7,5 por barril, mantendo a eficiência nos custos de produção.
Segundo trimestre de 2024 (2T24)
No segundo trimestre de 2024, a PRIO continuou a expandir sua produção, apesar de enfrentar alguns desafios, como a greve do Ibama, que atrasou a manutenção de plataformas e a aprovação de licenças ambientais. No entanto, a empresa conseguiu se manter lucrativa e registrar crescimento nas principais métricas financeiras.
- Receita líquida: chegou a US$ 727 milhões, um crescimento de 37% em comparação ao 2T23.
- Ebitda ajustado: marcou US$ 546,08 milhões, aumento de 64% no segundo trimestre em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior;
- Lucro líquido: subiu 48%, com US$ 273 milhões.
- Produção: a produção de petróleo alcançou 89.886 mil barris, uma leve queda de 1,3% em comparação ao 2T23.
- Lifting cost: manteve-se competitivo em US$ 7,6 por barril, um aumento de 3% na comparação anual.
Terceiro trimestre de 2024 (3T24)
No terceiro trimestre de 2024, a PRIO (PRIO3) registrou resultados abaixo das expectativas, impactados por diversos desafios operacionais e uma queda geral nos principais indicadores financeiros.
- Receita líquida: US$ 474 milhões, uma redução de 40% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.
- Ebitda ajustado: US$ 328 milhões, com uma queda de 48%.
- Lucro líquido: US$ 165 milhões, representando uma queda de 52%.
- Produção: 70 mil barris por dia, uma redução de 30% devido à impossibilidade de realizar intervenções necessárias por conta da greve no Ibama.
- Lifting cost: US$ 9,8 por barril, aumento de 40% decorrente da menor diluição de custos com a queda na produção.
A PRIO se manteve firme em seu compromisso com o crescimento, apesar dos desafios. No trimestre, a empresa investiu US$ 112 milhões e adiantou parte do pagamento para a aquisição do campo de Peregrino. Esses esforços são parte de uma estratégia de longo prazo que, quando combinados com a retomada da produção e a conclusão de novas aquisições, podem gerar crescimento e valor aos acionistas nos próximos anos.
Aquisição do campo de Peregrino por US$ 1,9 bilhão
Uma das principais estratégias da PRIO para expandir sua produção e reduzir custos é a aquisição de campos de petróleo com viabilidade comprovada.
Um exemplo recente e de grande relevância é a compra de 40% da participação da Sinochem no campo de Peregrino, localizado no Rio de Janeiro.
Esse negócio, fechado por US$ 1,9 bilhão e anunciado em 26 de setembro de 2024, adicionará 36 mil barris diários à produção da companhia, representando um crescimento de 40% em comparação à média de produção registrada no segundo trimestre de 2024.
Além de ser um campo já em operação, o que gera caixa imediato, a aquisição de Peregrino se alinha à estratégia da PRIO de buscar oportunidades de revitalização.
A empresa também mantém o direito de preferência para comprar os 60% restantes da Equinor, o que lhe permitiria se tornar a operadora do campo e implementar seu plano de otimização da produção e corte de custos.
Se a PRIO efetuar a compra total do campo de Peregrino, a empresa dobrará de tamanho em termos de produção, consolidando ainda mais sua posição de destaque no setor de petróleo e gás no Brasil. A geração de caixa dessa operação também será crucial para a redução rápida da alavancagem, que passaria de 0,4x para 1,2x Ebitda após o M&A.
Expectativas futuras para PRIO
A PRIO está em uma trajetória de crescimento acelerado. Além do incremento ao longo do tempo com os redesenvolvimentos dos seus campos atuais, a companhia deve alcançar novos patamares de produção com o início da operação do campo de Wahoo em 2025.
A expectativa é que a produção aumente em mais 40 mil barris por dia — o que pode fazer com que sua produção alcance 250 mil barris/dia.
Esse crescimento praticamente “contratado” deve ter um impacto significativo no lucro e na geração de caixa da empresa. O campo de Wahoo será operado por meio de um cluster com Frade, ou seja, com o compartilhamento da infraestrutura entre os campos os custos serão muito mais baixos e as margens maiores.
Como a PRIO se posiciona no mercado internacional?
A PRIO vem fortalecendo sua presença no mercado internacional, especialmente com a emissão de bonds no exterior e a criação da Prio Trading, uma unidade focada em melhorar as condições de comercialização de seu petróleo.
A empresa está cada vez mais consolidada no setor, com uma estratégia agressiva de crescimento.
Afinal, PRIO3 vale a pena?
A PRIO3 continua sendo uma excelente oportunidade de investimento, especialmente para investidores com perfil arrojado ou moderado que buscam crescimento de capital no médio e longo prazo.
A empresa tem demonstrado forte capacidade de execução, com resultados financeiros sólidos e um pipeline de crescimento bem definido.
Principais motivos para investir em PRIO3:
- crescimento robusto da produção: a PRIO está aumentando significativamente sua capacidade produtiva com a expansão dos campos de Frade e Albacora Leste e a futura operação de Wahoo, o que deve impulsionar as receitas e o Ebitda da companhia;
- baixo custo de produção: o lifting cost da PRIO está entre os mais baixos do setor, atualmente em torno de US$ 7,6 por barril, o que confere à empresa uma vantagem competitiva mesmo em cenários de baixa no preço do petróleo;
- gestão eficiente: a PRIO tem um histórico comprovado de sucesso em aquisições e revitalização de campos maduros, garantindo alta rentabilidade com baixos níveis de risco exploratório.
Considerações finais
Apesar de não distribuir dividendos, a PRIO oferece um potencial de crescimento significativo, apoiado por sua estratégia eficiente de expansão e controle de custos.
Para investidores dispostos a lidar com a volatilidade natural do setor de petróleo e gás, PRIO3 é uma opção sólida com perspectivas de valorização nos próximos anos.
Contudo, é importante estar atento aos riscos do setor, como a volatilidade no preço do petróleo e possíveis entraves regulatórios, como a recente greve do Ibama.
Vale ressaltar, que a combinação entre a expansão da produção e o baixo lifting cost (custo de extração), são fatores que reduzem os impactos da volatilidade da commodity nos resultados da companhia.
Se você está em busca de uma ação com potencial de crescimento acelerado, PRIO3 vale a pena ser incluída na sua análise de investimentos.