Dívida pública pode chegar a R$ 8,5 trilhões em 2025. O que isso significa para você?

Endividamento do governo segue em alta e pode impactar impostos, inflação e juros. Saiba o que esperar para 2025

Nord Research 05/02/2025 12:18 3 min
Dívida pública pode chegar a R$ 8,5 trilhões em 2025. O que isso significa para você?

A dívida pública brasileira segue em trajetória de alta e pode atingir entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões até o final de 2025, segundo previsões do Tesouro Nacional. 

O endividamento do governo cresceu 12,2% em 2024, fechando o ano acima de R$ 7,3 trilhões. Esse aumento levanta preocupações sobre os impactos na economia e no bolso dos brasileiros.

O que é dívida pública e como ela funciona?

A dívida pública representa o montante que o governo deve a investidores que compram seus títulos para financiar o déficit orçamentário

O Tesouro Nacional emite esses títulos e, em troca, o governo se compromete a pagar juros sobre o valor captado.

Ela pode ser dividida em:

  • dívida interna: emitida no mercado nacional, geralmente em reais;
  • dívida externa: emitida em moeda estrangeira ou tomada de instituições internacionais.

Por que a dívida pública do Brasil está crescendo?

A previsão indica crescimento da dívida pública também para 2025, mas por que isso acontece?

O aumento ocorre quando o governo gasta mais do que arrecada em impostos e precisa se financiar por meio da emissão de títulos públicos. Mesmo com uma arrecadação recorde, as despesas continuam superando as receitas, ampliando o déficit.

Outro fator preocupante é que quase metade da dívida está atrelada à taxa Selic, que está em 13,25% e pode chegar a 15,75% ao final de 2025, de acordo com projeções do mercado. 

Quanto maior a Selic, mais caro fica para o governo pagar os juros da dívida, tornando o cenário ainda mais desafiador.

Além disso, parte da dívida está indexada à inflação. Se o governo continuar gastando sem controle, isso pode elevar os custos do endividamento e prejudicar o poder de compra da população.

Impactos do aumento da dívida pública em 2025

Se a dívida pública brasileira continuar crescendo, conforme a previsão, os impactos podem ser significativos:

  • possível aumento de impostos: o governo pode precisar elevar tributos para equilibrar as contas;
  • cortes em investimentos públicos: menos recursos podem ser destinados para áreas como saúde, educação e infraestrutura;
  • juros mais altos no mercado: para atrair investidores aos títulos públicos, o governo pode oferecer taxas mais altas, encarecendo o crédito para empresas e consumidores;
  • inflação elevada: o descontrole fiscal pode gerar aumento de preços e perda do poder de compra da população.

Como o governo tenta controlar a dívida pública?

Para gerenciar a dívida pública e evitar um colapso fiscal, o governo adota algumas estratégias:

Emissão de títulos públicos

O Tesouro Nacional lança diferentes tipos de papéis no mercado, como:

  • Prefixados (LTNs): com rentabilidade fixa.
  • Pós-fixados (LFTs e NTN-Bs): atrelados à Selic ou à inflação.
  • Atrelados ao câmbio (NTN-C): variam conforme a cotação do dólar.

Manutenção de um colchão de liquidez

Uma reserva financeira para garantir o pagamento da dívida. Em 2024, essa reserva foi de R$ 860 bilhões, equivalente a 7% do PIB.

Mudanças na composição da dívida

Em 2025, o governo pretende reduzir a emissão de títulos prefixados e aumentar a participação dos papéis corrigidos pela Selic para atrair mais investidores.

O que esperar para 2025?

Segundo a previsão do Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro Nacional, a dívida pública pode atingir até R$ 8,5 trilhões em 2025. A composição da dívida deve sofrer ajustes, com um aumento da parcela atrelada à Selic, que pode representar entre 48% e 52% do total.

O grande desafio será equilibrar as contas públicas para evitar um aumento descontrolado da dívida e seus impactos na economia. Se o governo não adotar medidas eficazes para conter o endividamento, os brasileiros poderão sentir os reflexos no aumento dos impostos, na inflação e na redução dos investimentos em áreas essenciais.

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