Positivo (POSI3) tem queda de -77% no lucro, mas vislumbra um 3T24 melhor. Hora de comprar?
A Positivo (POSI3) reportou resultados em linha do consenso de mercado, com uma receita líquida de R$ 813,1 milhões no 2T24, um crescimento de +7,8%, um Ebitda de R$ 84,3 milhões, -12,8% de baixa e um lucro líquido de R$ 4,9 milhões, -77,2% de queda. Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.
Destaques resultados 2T24 Positivo (POSI3)
A receita líquida foi impactada pela queda de receita bruta em computadores (-10%) que foi compensada pelo aumento de receita bruta em celulares (+14,7%), tablets (+17,9%) e soluções de pagamentos (+53%).
Além disso, a companhia apresentou forte queda de Hardware as a service (-32,4%), mas que também foi totalmente compensada pelo aumento de serviços em tecnologia e correlatos (+187,4%).
Apesar de um trimestre sazonalmente mais fraco, a companhia apresentou crescimento de receita líquida de +5,7% no consolidado.
Com a variação do dólar no período, além dos custos maiores com fretes globais, os custos totais da companhia foram impactados, o que gerou pressão nas margens. Com a pressão mencionada, mesmo com despesas em vendas e pessoal estáveis na comparação anual, o Ebitda consolidado da companhia sofreu queda de -12,8% ante 2T23, e a margem Ebitda ficou em 10,8% ante 12,8%.
A variação cambial impactou o resultado do trimestre de duas formas: i) parte menor no CPV, com reflexo na margem bruta, e; ii) parte maior nas despesas financeiras, pela variação cambial sobre o saldo de fornecedores internacionais, sendo esse um efeito apenas contábil (não-caixa) em sua maior parte. Este efeito é revertido à medida que a cotação do dólar recua dentro do 3º trimestre.
A companhia finalizou o trimestre com 1,2x dívida líquida/Ebitda. Apesar de um bom controle de endividamento, e um resultado financeiro crescendo apenas 5,8%, a queda de margens prejudicou bastante o lucro líquido da companhia, que reduziu -77,2%.
O que esperar de Positivo (POSI3)?
No segundo trimestre, a empresa enfrentou desafios significativos, incluindo uma sazonalidade desfavorável nas vendas de computadores e a rápida valorização do dólar, que pressionou a precificação e impactou as margens.
A postergação de compras por instituições públicas e a forte concorrência também contribuíram para a queda nas receitas, especialmente em PCs. Apesar disso, a empresa mantém a expectativa de uma concentração de receitas no quarto trimestre, com o guidance anual inalterado.
O guidance engloba a manutenção da projeção de receita bruta para o ano de 2024 entre R$ 4,0 a R$ 4,5 bilhões. Com base no resultado do 2T24 e estimativas para o ano, a companhia está atualmente mais próxima do limite inferior, com um crescimento mais tímido, portanto.
A rentabilidade foi afetada, principalmente devido ao aumento dos custos de componentes e fretes internacionais. Embora o câmbio tenha impactado o custo dos produtos vendidos (CPV) e as despesas financeiras, espera-se que uma eventual queda do dólar no terceiro trimestre alivie parte dessas pressões, sem impacto significativo no caixa.
A integração da Algar Tech MSP foi concluída em junho, superando as expectativas e confirmando a estratégia de cross-sell, com a assinatura de um contrato de R$ 100 milhões ao longo de 5 anos com um grande varejista. O segmento de POS registrou forte crescimento, e a empresa continua expandindo sua receita em servidores e serviços de TI, além de compensar desafios no mercado de PCs com uma estratégia eficaz em smartphones e tablets.
Em resumo, a empresa enfrenta um ambiente desafiador, mas continua focada em sua estratégia de crescimento e otimização de margens, mantendo sua posição como um importante player no mercado de TI.
Apesar da possível visibilidade que a companhia apresenta, entendemos que é um crescimento bastante tímido para justificar os múltiplos atuais (4x lucros), com a possibilidade dos múltiplos se elevarem com o novo limite inferior de resultados. Por esses motivos, não recomendamos a compra para as ações de POSI3.
Dividendos e JCP de Positivo (POSI3)
A companhia não anunciou pagamento de proventos.
Qual o dividend yield de Positivo (POSI3)?
O dividend yield de Positivo (POSI3) dos últimos 12 meses é de 5,82%.
Quem é Positivo (POSI3)?
Positivo Tecnologia (POSI3) é uma empresa brasileira, com ações negociadas na B3, que atua principalmente no segmento de tecnologia da informação. Fundada em 1989, a Positivo é conhecida por fabricar computadores, notebooks, tablets, smartphones e outros dispositivos eletrônicos, tanto para o consumidor final quanto para o mercado corporativo e educacional.
A empresa também é reconhecida por fornecer soluções tecnológicas para o setor público, incluindo urnas eletrônicas para as eleições brasileiras. Além disso, a Positivo tem expandido sua atuação para novas áreas, como casas conectadas (smart homes), dispositivos de internet das coisas (IoT) e soluções para o mercado de saúde.
Vale a pena comprar Positivo (POSI3)?
No momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.
Como faço para comprar ações da Positivo (POSI3)?
Para investir nas ações da Positivo é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker POSI3.
Reiteramos que, no momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.