Por que o lucro da Petrobras (PETR4) caiu 14,4% no 1º trimestre?
Um pouco acima das expectativas do mercado, a Petrobras (PETR4) soltou seus resultados do primeiro trimestre de 2023. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a receita teve queda de -2%, o Ebitda de -5% e o lucro de -14%.
Por que o lucro da Petrobras foi menor?
A Petrobras reportou um lucro líquido de R$ 38,2 bilhões no 1T23, com queda de -14,4% em relação a igual período do ano passado. O desempenho se deveu principalmente ao menor resultado financeiro e à desvalorização do preço do barril do Brent.
Em Exploração e Produção, segmento mais rentável e lucrativo, a companhia reportou uma queda de -20% da receita e de -22% do Ebitda. Além da leve queda na produção, o recuo do preço do petróleo refletiu no desempenho mais fraco do segmento.
No 1T23, o preço médio do barril Brent foi -20% menor na comparação anual, para US$ 81,00, e -8% versus o 4T22.
No segmento de Refino, Transporte e Comercialização, a receita ficou praticamente estável, mas o Ebitda recuou -22%, devido ao aumento das despesas.
Já em Gás e Energia, apesar da queda de -16% da receita, a forte redução dos custos de aquisição de gás natural pela estatal refletiu em um Ebitda de R$ 3,8 bilhões, revertendo o Ebitda negativo do 1T22.
Sem grandes surpresas no trimestre, tivemos variações pequenas da receita e do Ebitda. Já o lucro, foi pressionado pelo resultado financeiro negativo de R$ 3,2 bilhões devido à variação cambial.
Dividendos da Petrobras
A grande expectativa do trimestre estava para os dividendos da companhia e se teríamos alguma mudança na política vigente.
Em linha com o que a empresa vem distribuindo nos últimos trimestres, o conselho da Petrobras aprovou o pagamento de mais de R$ 24 bilhões em proventos, cerca de R$ 1,893577 por ação. A data de corte será no dia 12 de junho de 2023.
A companhia vai pagar os proventos em duas parcelas:
- 1ª parcela de R$ 0,946788 por ação será paga em 18 de agosto de 2023.
- 2ª parcela de R$ 0,946789 por ação, no dia 20 de setembro de 2023.
Representando um dividend yield de 7,5%, pelo fechamento de quinta-feira (11/05), a estatal mantém uma distribuição alta de proventos, mas isso pode acabar.
Mudança na política de remuneração
A grande dúvida agora é em relação à política de remuneração dos acionistas. O conselho de administração determinou à diretoria a elaboração de uma proposta de aprimoramento da sua política.
As sinalizações de expansão em investimentos nas áreas de refino, gás e no plano de transição energética e energias renováveis da nova diretoria devem colocar um fim aos dividendos robustos da companhia.
Seja como for, a distribuição de proventos é reflexo dos resultados. Como um aumento significativo da produção nos próximos anos é improvável, os resultados da Petrobras dependem do preço do petróleo.
Motivo pelo qual preferimos no setor Prio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e Petrorecôncavo (RECV3). São empresas que crescem sua produção reduzindo o impacto da volatilidade da commodity nos resultados e não possuem os riscos de uma estatal.