Governo suspende financiamentos do Plano Safra 2024/2025 por falta de orçamento
Governo suspende novos financiamentos do Plano Safra 2024/2025 devido ao aumento da Selic e à ausência de orçamento aprovado
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O governo federal anunciou a suspensão temporária de novas contratações de financiamentos rurais subsidiados pelo Plano Safra 2024/2025, com exceção das operações de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A decisão, que entrou em vigor nesta sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025, foi motivada pelo aumento dos gastos, decorrente da elevação da taxa Selic para 13,25% ao ano, e pela não aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso Nacional.
A alta da taxa Selic, desde o lançamento do Plano Safra, refletiu em um maior custo de captação das instituições financeiras e consequentemente no aumento do montante que o Tesouro Nacional tem para equalizar a diferença (subsídio).
A suspensão dos financiamentos rurais subsidiados foi comunicada pelo Tesouro Nacional.
Impactos para os produtores rurais no curto prazo
A suspensão das linhas de financiamento do Plano Safra 2024/2025 afeta principalmente médios e grandes produtores rurais que dependem de empréstimos com taxas de juros subsidiadas para custeio e investimentos. Sem acesso a essas linhas de crédito, esses produtores podem enfrentar dificuldades para financiar suas atividades com juros reduzidos, o que pode impactar a produção agrícola e a economia do setor.
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Pronaf Custeio permanece ativo
Apesar da suspensão geral, as operações de custeio do Pronaf continuam disponíveis. O Pronaf é destinado a agricultores familiares e oferece condições diferenciadas de financiamento para esse público. A manutenção dessas linhas visa assegurar o apoio aos pequenos produtores, considerados essenciais para a segurança alimentar e o desenvolvimento rural.
Quais são as ações do agronegócio afetadas pela suspensão do Plano Safra 2024/2025?
Apesar das empresas do agro da bolsa não sofrerem diretamente com a suspensão das linhas de crédito do Plano Safra, entre as nossas preferências no setor a Kepler Weber (KEPL3) pode sofrer indiretamente.
A divisão Fazendas da companhia atua com a médio e grandes produtores agrícolas, no qual parte utilizam o Plano Safra por meio da linha do PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns).
Nossa estimativa é que cerca de 15% da receita total da companhia advém dos créditos do PCA. Sendo assim, dependendo do prolongamento da suspensão, podemos observar algum impacto.
Entretanto, pela resiliência que a Kepler apresentou nos últimos anos com a maior diversificação da sua receita, pode compensar eventuais impactos.
Sendo assim, mantemos a nossa visão positiva para a Kepler e na série Nord Deep Value estamos acompanhando os detalhes sobre a suspensão do Plano Safra.
Perspectivas futuras para o Plano Safra
O governo aguarda a aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso Nacional para reavaliar a situação e possivelmente retomar as linhas de financiamento suspensas.
Enquanto isso, representantes do setor agropecuário e autoridades governamentais devem buscar alternativas para minimizar os impactos da suspensão e garantir o suporte necessário aos produtores rurais.
O que sabemos sobre o próximo Plano Safra 2025/2026?
O Plano Safra 2024/2025 foi lançado prevendo recursos recordes de R$ 400,6 bilhões para a agricultura empresarial.
Já para o Plano Safra 2025/2026, que deve ser anunciado em meados do mês de julho, ainda não tivemos sinalizações sobre o montante de recursos. Por outro lado, não faltam incertezas, principalmente devido ao momento fiscal delicado do país e da taxa de juros elevada.
Observando essas adversidades, o governo busca alternativas para o mercado de crédito agrícola, principalmente por meio de mudanças para o crédito privado.