PIB dos EUA avança 2,3% no 4º trimestre de 2024, em linha com o esperado
A segunda leitura do PIB do 4° trimestre de 2024 mostra uma atividade econômica aquecida nos EUA, o que leva as atenções para a inflação

A segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) anualizado dos Estados Unidos referente ao quarto trimestre de 2024 mostrou uma alta de 2,3%, em linha com as expectativas, repetindo a primeira leitura, ante +3,10% no trimestre anterior e +3,20% no quarto trimestre de 2023.

O destaque positivo ficou para consumo das famílias, que possui o maior peso no cálculo do índice e apresentou uma alta de 4,20%, ante +3,70% no trimestre anterior e +3,50% no quarto trimestre de 2023 (série dessazonalizada).
Com isso, o consumo das famílias contribuiu com 2,79 ponto percentual para o resultado do PIB.

Dentro de consumo das famílias, o destaque ficou para o setor de serviços, com alta de 3,30%, ante +2,80% no trimestre anterior e +3,50% no quarto trimestre de 2023.

Vale notar que os preços de bens também mostraram uma alta relevante de 6,10%, ante +5,60% no trimestre anterior e +3,40% no quarto trimestre de 2023.

O consumo do governo também registrou um impacto positivo no PIB, diante de uma alta de 2,90%, mais modesta do que o +5,10% do trimestre anterior e do que o +3,60% do quarto trimestre de 2023.

Do lado negativo, destaque para “fixed investment”, que se refere aos investimentos em bens de capital para produção, mostrou uma queda de 1,40%, ante +2,10% no trimestre anterior e +3,50% no quarto trimestre de 2023.

Apesar do número cheio ter vindo em linha com o esperado e abaixo do número do terceiro trimestre, observamos dados mais fortes de consumo, que refletem a dinâmica ainda aquecida da atividade americana.
Fed sem pressa para cortar os juros nos EUA
Quando olhamos para a atividade econômica aquecida e para a inflação ainda acima da meta, não vemos motivos para o Federal Reserve (Fed) acelerar os cortes de juros.
Sendo assim, podemos ver a taxa básica de juros dos EUA estável ao longo deste primeiro semestre, com cortes no segundo semestre estando condicionados à dinâmica dos próximos dados, considerando que o Fed está muito dependente dos dados correntes para as tomadas de decisão.
A mensagem que fica é que o Fed não tem necessidade de ter pressa nos cortes, considerando seu mandato duplo sob a inflação e atividade, apesar do mercado torcer para os cortes acontecerem.
