Petrobras (PETR4) tem prejuízo bilionário no 4º tri, mas propõe dividendos
R$ 9,1 bilhões podem ser distribuídos aos acionistas, mas resultados fracos acendem sinal de alerta

A Petrobras (PETR4) reportou resultados abaixo do consenso de mercado, com uma receita líquida de US$ 20,8 bilhões no 4T24, recuo de -23,2%, um Ebitda ajustado recorrente de US$ 9,9 bilhões, -34,1% de queda e um prejuízo líquido de US$ 2,3 bilhões, contra um lucro de US$ 6,2 bilhões, com todos os resultados comparados ao mesmo período do ano anterior.

Menor produção e Brent em queda pressionam receita
No 4T24, a produção da Petrobras recuou -10,5% na comparação com o 4T23. Já o volume de vendas subiu +1,3% no quarto trimestre de 2024.
A redução na produção da Petrobras no quarto trimestre de 2024 foi reflexo das manutenções programadas e do declínio natural dos campos maduros.
A redução na produção e nas vendas, aliada ao recuo de -11% no preço do barril de petróleo Brent, resultou em uma queda de -28% na receita líquida do segmento de Exploração e Produção.

No entanto, o desempenho abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024 não se limitou ao principal segmento de atuação da Petrobras.
Baixa rentabilidade
Já no segmento de Refino, Transporte e Comercialização o destaque ficou para o crescimento de +6,1% a/a do volume de vendas de gasolina. Entretanto, o volume de vendas do diesel apresentou uma queda de -2,3% a/a devido ao aumento do teor da mistura de biodiesel no diesel e ao aumento das exportações da Rússia.

Com margens pressionadas, os resultados do segmento foram mais uma vez ruins, evidenciando a baixa rentabilidade do negócio.

Custos maiores reduzem margem
Diante dos resultados fracos nos dois segmentos, a Petrobras entregou uma receita líquida de US$ 20,8 bilhões, recuo de -23,2% na comparação anual.
Paralelamente, o aumento de 8,5% nas despesas impactou diretamente a rentabilidade da companhia, resultando em um Ebitda ajustado de US$ 9,9 bilhões, queda de -34,1% versus o 4T23. Consequentemente, a margem Ebitda encerrou o trimestre em 47,5% (-14,7 p.p.).
Prejuízo da Petrobras fora do consenso
Um dos destaques negativos ficou para o resultado financeiro negativo que somou US$ 6 bilhões no 4T24, revertendo o resultado positivo de US$ 295 milhões no 4T23. Esse resultado foi, principalmente, reflexo dos efeitos da variação cambial das dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior e maiores despesas financeiras.
Diante de todos esses fatores, a Petrobras encerrou o 4T24 com um prejuízo de US$ 2,3 bilhões, ante um lucro líquido de US$ 6,2 bilhões no mesmo período de 2023. Desconsiderando os efeitos, o lucro líquido seria de US$ 3 bilhões no 4T24 (-59,6% a/a).
Alavancagem sobe e geração de caixa recua
A dívida líquida da petroleira totalizou US$ 52 bilhões no 4T24, um aumento de +16% no período. A alavancagem encerrou em 1,3x Ebitda no 4T24, ante 0,8x reportado no 4T23.
Com um resultado operacional mais fraco, a estatal encerrou o ano com uma geração de caixa livre de US$ 23,3 bilhões, uma redução de -25% frente a 2023.
Mais dívida, menos caixa e apostas duvidosas acendem sinal de alerta
Além do prejuízo, decorrente de um efeito não contábil, da desvalorização do petróleo e das maiores despesas, a Petrobras apresentou resultados fracos.
Esse desempenho reflete em uma redução da geração de caixa da petroleira, o que pode pressionar a distribuição de dividendos no futuro, caso esse cenário permaneça.
Em relação ao capex (investimentos), mesmo com o foco na Exploração e Produção, continuamos observando um maior ritmo nos investimentos em segmentos pouco rentáveis, como Refino e Renováveis.
Como mencionado por Warren Buffett em uma de suas cartas, a retenção dos lucros de uma empresa só faz sentido quando há capacidade de investi-los de forma rentável.
Ou seja, se for para investir mal em negócios com baixa rentabilidade, vamos sempre preferir o lucro no nosso bolso.
Petrobras anuncia R$ 9,1 bilhões em dividendos
A estatal anunciou o envio da proposta de distribuição de dividendos, no montante de R$ 9,1 bilhões, à Assembleia Geral Ordinária (AGO), agendada para o dia 16 de abril de 2025.
Caso aprovado, o valor a ser pago será de R$ 0,7095 por ação, em duas parcelas nos meses de maio e junho de 2025, da seguinte forma:
A 1ª parcela, no valor de R$ 0,3547 por ação, será paga em 20 de maio de 2025, integralmente sob a forma de dividendos.
A 2ª parcela, no valor de R$ 0,3547 por ação, será paga em 20 de junho de 2025, sob a forma de dividendos.
A data de corte será no dia 16 de abril de 2025 e as ações serão negociadas ex-direitos na B3 a partir de 17 de abril de 2025.
Petrobras: ações baratas, mas e o futuro?
Olhando para a capacidade de geração de caixa da Petrobras, é inegável seu potencial para distribuir dividendos. No entanto, em um cenário mais desafiador, eventuais erros na gestão da estatal podem comprometer essa capacidade.
Ainda temos mais dúvidas do que certezas na tese de investimentos na Petrobras.

Entre as principais incertezas, destacamos a má alocação de capital, interferências no seu plano estratégico de longo prazo, ingerências na sua autonomia de política de preço dos combustíveis e na sua governança.
Negociando a 4x lucros e 3x Ebitda histórico, os múltiplos da Petrobras são baixos, mas sem crescimento para os resultados nos próximos dois anos, entendemos que a compra de PETR não é tão atrativa.
Além disso, o dividend yield projetado é de cerca de 12% para 2025 e 2026, abaixo do que foi entregue nos últimos anos.
Assim, diante das grandes oportunidades que temos observado em nossas carteiras atualmente, preferimos ficar de fora das ações da Petrobras.
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