PETR4 sobe 44% no ano e descola dos preços do petróleo
As ações da Petrobras (PETR4) têm forte alta na bolsa em 2023. O papel já subiu +44,1% até o último fechamento, em 16 de junho. O índice Ibovespa avança +8,2% no mesmo período.
A título de comparação, o barril Brent, referência de preços da Petrobras, recua -6,8% no ano.
Nos últimos 12 meses, a Petrobras acumula alta de +81%, o índice de +19% e o Brent desvaloriza -36%.
Mas o que provocou a alta nas ações da Petrobras? Por que os papéis da estatal se descolam do preço do petróleo no mercado internacional?
Por que a Petrobras está subindo?
O papel da estatal sofreu bastante desde o início das eleições no ano passado. Os riscos de intervenções e mudanças bruscas na estratégia da estatal fizeram o mercado deixar um pouco de lado os fortes resultados dos últimos trimestres e colocar no preço os riscos da mudança de governo.
Neste ano, mesmo com algumas sinalizações negativas do novo governo, os papéis da petroleira começaram a se recuperar, voltando a acompanhar os bons resultados trimestrais.
Outro fator que pode explicar a forte valorização recente é a alta distribuição de dividendos. A Petrobras pagou mais de 50% do seu valor de mercado só em dividendos desde o ano passado.
Principais fatores que afetam as ações
Como leitor da Nord, você já sabe que as ações da estatal são afetadas pela cotação do petróleo, que segue em uma tendência de queda em 2023.
Diante de uma persistente queda nos preços do petróleo e de seus derivados, a Petrobras cortou, mais uma vez, o preço da gasolina, conforme esperado pelo mercado.
Mesmo com os últimos cortes anunciados às distribuidoras, esperamos que as margens do refino da Petrobras se mantenham saudáveis.
Ademais, a queda do dólar é um fator importante e contribui para as margens da estatal.
Dividendos da Petrobras
Mesmo com a queda do petróleo, os dividendos da empresa podem continuar atrativos.
Com um dividend yield de 16%, a Petrobras é a maior pagadora de dividendos quando comparamos um dividend yield médio de 6,5% das grandes petroleiras mundiais.
Apesar dos riscos de uma estatal, o pagamento de dividendos “gordos” é um grande atrativo para os investidores.
Comprar Petrobras ainda compensa?
Após a crise de 2014, a Petrobras focou no seu core business, exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas, e iniciou desinvestimentos em ativos que não faziam sentido.
O governo atual, além da mudança na política de preços, está sinalizando a retomada dos investimentos e o aumento da atuação nos mercados de refino, gás e energia. Essas mudanças relevantes na sua estratégia aumentam consideravelmente os riscos para os resultados da companhia e a sua distribuição de proventos.
Sendo assim, como um aumento significativo da produção nos próximos anos é improvável, os resultados da Petrobras são influenciados pelo preço do petróleo e pelas estratégias do governo.
Mesmo negociando a apenas 1,7x Ebitda e 2,1x lucro, os maiores riscos de uma estatal e sua dependência na commodity impactam a nossa visibilidade de resultados.
Preferimos empresas que crescem sua produção e, consequentemente, reduzem os impactos da volatilidade da commodity nos seus resultados.
Nesse sentido, recomendamos trocar as ações da Petrobras pelas ações das “junior oils” Prio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e Petroreconcavo (RECV3).