Relatório de Produção e Vendas da Petrobras do 4T23: bons resultados
Na quinta-feira, dia 8, à noite, a Petrobras (PETR4) divulgou seu relatório de Produção e Vendas do 4T23, com números em linha com as expectativas de mercado.
Exploração & Produção (E&P)
Em linha com as expectativas, a Petrobras encerrou o 4T23 com uma produção de óleo e LGN no Brasil de 2,361 MMboed (milhões de barris de óleo equivalente por dia), um aumento de +11,8% ante o mesmo período de 2022.
No acumulado de 2023, a produção média ficou em 2,231 MMboed, um incremento de +4,2% versus 2022.
O pré-sal foi novamente o destaque positivo, alcançando uma produção no 4T23 de 1,2 MMboed, alta de +18,3% na comparação anual.
Em 2023, a produção média do pré-sal foi de 1,806 MMboed, crescimento de +10,5%.
Com isso, a produção total da petroleira no 4T23 foi de 2,935 MMboed, expansão de +10,9% versus o 4T22.
No acumulado do ano, a produção média foi de 2,782 MMboed, +3,7% maior que em 2022.
O destaque negativo ficou para a menor produção em terras e águas rasas, impactada pelas paradas e manutenções dos campos.
Refino, Transporte e Comercialização
O desempenho das vendas do segmento ficou praticamente estável, reportando uma queda de -3,5% na comparação com o 4T22 e de -0,5% versus 2022.
Por outro lado, a produção no 4T23 apresentou uma alta de +4,3% na comparação com o 4T22 e, no acumulado de 2023, um leve aumento de +1,7%.
E agora? Vale a pena comprar as ações?
Refletindo os preços mais baixos do petróleo e as vendas mais fracas, para o balanço do 4T23, a expectativa é uma queda de cerca de -10% da receita, Ebitda com leve alta de +4% e um recuo de -12% do lucro.
Com isso, a estatal deve fechar o ano de 2023 totalizando uma queda de -16% da receita, -18% do Ebitda e -25% do lucro na comparação com 2022.
Na contramão dos resultados, as ações da Petrobras praticamente dobraram de valor nos últimos 12 meses.
A lucratividade, rentabilidade e consequentemente a forte geração de caixa da petroleira impulsionaram as ações para os níveis atuais.
Após a forte valorização, PETR parece bem precificada pelo mercado. E, ao contrário da maioria do mercado, nossa percepção de risco associada à estatal ainda é elevada.
Além dos cenários macro e micro mais favoráveis nesses pouco mais de doze meses, não tivemos uma prova desta gestão ou deste governo em um cenário mais extremo e prolongado. Parece pouco tempo para a nossa percepção de risco de ingerências reduzir.
Como diria o maior investidor de todos os tempos: “Leva-se 20 anos para construir uma reputação e cinco minutos para destruí-la” — Warren Buffett.
Sendo assim, e com uma perspectiva de resultados mais para 2024, ficamos mais confortáveis com as nossas pequenas petroleiras, como PRIO (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3), que proporcionam visibilidade e uma melhor margem de segurança.