Relatório de Produção e Vendas da Petrobras do 4T23: bons resultados

Apesar dos números do relatório operacional, a Petrobras deve fechar o ano de 2023 com queda de receita, Ebitda e lucro. Veja nossos comentários

Fabiano Vaz 09/02/2024 10:08 3 min Atualizado em: 09/02/2024 11:39
Relatório de Produção e Vendas da Petrobras do 4T23: bons resultados

Na quinta-feira, dia 8, à noite, a Petrobras (PETR4) divulgou seu relatório de Produção e Vendas do 4T23, com números em linha com as expectativas de mercado.  

Exploração & Produção (E&P)

Em linha com as expectativas, a Petrobras encerrou o 4T23 com uma produção de óleo e LGN no Brasil de 2,361 MMboed (milhões de barris de óleo equivalente por dia), um aumento de +11,8% ante o mesmo período de 2022.

No acumulado de 2023, a produção média ficou em 2,231 MMboed, um incremento de +4,2% versus 2022.

O pré-sal foi novamente o destaque positivo, alcançando uma produção no 4T23 de 1,2 MMboed, alta de +18,3% na comparação anual.

Em 2023, a produção média do pré-sal foi de 1,806 MMboed, crescimento de +10,5%.

Dados da produção do 4T23.
Fonte: Petrobras

Com isso, a produção total da petroleira no 4T23 foi de 2,935 MMboed, expansão de +10,9% versus o 4T22.

No acumulado do ano, a produção média foi de 2,782 MMboed, +3,7% maior que em 2022.

O destaque negativo ficou para a menor produção em terras e águas rasas, impactada pelas paradas e manutenções dos campos.

Refino, Transporte e Comercialização

O desempenho das vendas do segmento ficou praticamente estável, reportando uma queda de -3,5% na comparação com o 4T22 e de -0,5% versus 2022.

Dados das vendas e produção de Refino, Transporte e Comercialização.
Fonte: Petrobras

Por outro lado, a produção no 4T23 apresentou uma alta de +4,3% na comparação com o 4T22 e, no acumulado de 2023, um leve aumento de +1,7%.

E agora? Vale a pena comprar as ações?

Refletindo os preços mais baixos do petróleo e as vendas mais fracas, para o balanço do 4T23, a expectativa é uma queda de cerca de -10% da receita, Ebitda com leve alta de +4% e um recuo de -12% do lucro.

Com isso, a estatal deve fechar o ano de 2023 totalizando uma queda de -16% da receita, -18% do Ebitda e -25% do lucro na comparação com 2022.

Na contramão dos resultados, as ações da Petrobras praticamente dobraram de valor nos últimos 12 meses.

A lucratividade, rentabilidade e consequentemente a forte geração de caixa da petroleira impulsionaram as ações para os níveis atuais.

Ebitda 12 meses (linha amarela) e PETR4 (branca) em dólares.
Fonte: Bloomberg

Após a forte valorização, PETR parece bem precificada pelo mercado. E, ao contrário da maioria do mercado, nossa percepção de risco associada à estatal ainda é elevada.

Além dos cenários macro e micro mais favoráveis nesses pouco mais de doze meses, não tivemos uma prova desta gestão ou deste governo em um cenário mais extremo e prolongado. Parece pouco tempo para a nossa percepção de risco de ingerências reduzir. 

Como diria o maior investidor de todos os tempos: “Leva-se 20 anos para construir uma reputação e cinco minutos para destruí-la” — Warren Buffett.

Sendo assim, e com uma perspectiva de resultados mais para 2024, ficamos mais confortáveis com as nossas pequenas petroleiras, como PRIO (PRIO3), 3R Petroleum  (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3), que proporcionam visibilidade e uma melhor margem de segurança.

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