PCE: Inflação nos EUA fica abaixo do esperado em novembro
O núcleo do PCE (inflação ao consumidor dos EUA) apresentou uma alta de +0,115%, abaixo das expectativas de +0,20% e desacelerou em relação ao mês anterior (+0,26%).
Em 12 meses, o núcleo do PCE acumula uma alta de +2,82%.
Em relação ao mês anterior, os preços de serviços desaceleraram de +0,37% para +0,19% (menor resultado desde maio), motivado pela desaceleração em 6 dos seus 7 componentes, com destaque para a categoria de “outros serviços”, que mostrou deflação de -0,33% (impacto de -0,04 ponto percentual em serviços), devido a serviços de comunicação e serviços de assistência social.
Ainda em serviços, vale destacar a desaceleração de aluguéis (housing, habitação), que passou de +0,37% para +0,23%, sendo o seu menor resultado desde março de 2021 (+0,22%). Dessa forma, em 12 meses, aluguéis vêm desacelerando e acumulam uma alta de +4,78%.
A categoria de assistência médica, que, junto a habitação, possui o maior peso no cálculo do PCE, desacelerou de +0,24% para +0,17%. Em 12 meses, acumula uma alta de +2,52%.
A única categoria de serviços que mostrou acelerou foi a de serviços de alimentação e hospedagem, que passou de +0,34% para +0,70%, devido às maiores pressões de hotéis.
Em geral, um dado com bons sinais no qualitativo, especialmente considerando o baixo número apresentado pelos preços de aluguéis.
Discussão cortes de juros nos EUA
Apesar de ter sido uma boa leitura, o Fed ainda deve manter a taxa básica de juros inalterada na reunião de janeiro.
Caso os dados dos próximos meses venham na mesma direção desse PCE, um corte em março pode ficar mais provável, mas ainda é cedo para afirmar que esse movimento irá ocorrer em março, uma vez que os dados de atividade estão resilientes e a própria inflação precisa apresentar uma maior consistência nessa desaceleração.
Esse processo de desaceleração vem acontecendo bem gradualmente. Por esse motivo, merece cautela do Fed nos próximos passos.