PCE: Inflação dos EUA vem em linha com o esperado e dá um respiro para o Fed

Apesar do dado em linha com as expectativas, o Banco Central americano ainda deve ter cautela nos cortes de juros

Christopher Gomes Galvão 31/01/2025 13:27 2 min Atualizado em: 31/01/2025 14:44
PCE: Inflação dos EUA vem em linha com o esperado e dá um respiro para o Fed

O núcleo do PCE (inflação ao consumidor dos EUA) apresentou uma alta de 0,20%, em linha com as expectativas

Em 12 meses, o núcleo acumula alta de 2,80%.

Na leitura mensal, serviços registraram uma alta de 0,30%, após +0,16% em novembro e +0,39% em outubro. Vale lembrar que o resultado de novembro havia tido um impacto importante da categoria de “outros serviços”, especialmente em serviços de comunicação e serviços de assistência social, que voltaram à “normalidade” em dezembro.

O ponto que devemos acompanhar são os preços de aluguéis (representado por housing, habitação), que registraram uma inflação de 0,31%, acima dos +0,23% anotados em novembro, mas abaixo dos +0,37% de outubro.

Mesmo com a aceleração na margem (em relação ao mês anterior), vale notar a trajetória de desaceleração de aluguéis ao longo dos últimos trimestres, uma vez que, nos meses anteriores a junho de 2024, a inflação de aluguéis estava rodando na casa dos 0,40% mensais.

Em 12 meses, aluguéis ainda acumulam alta relevante de 4,67%, sendo necessária uma continuidade do processo de desaceleração.

Ainda dentro de serviços, a categoria de assistência médica, que possui o maior peso no cálculo do CPI ao lado de alugués, registrou uma inflação de 0,20%, acima dos +0,12% de novembro e abaixo dos +0,27% de outubro.

Em 12 meses, assistência médica acumula uma alta de 2,50%.

Ou seja, um dado relativamente ok, sem grandes pontos positivos ou negativos.

Discussão cortes de juros nos EUA

O grande ponto para o Federal Reserve nesse momento é o ritmo de desaceleração dos dados de inflação e atividade, que reduziu nos últimos meses (economia desacelerando de forma mais devagar).

Apesar dos dados resilientes na atividade, o que trouxe um certo respiro para a autoridade monetária dos EUA foram o CPI de dezembro, que mostrou melhoras qualitativas, e esse PCE de dezembro, que veio dentro do esperado (inclusive no qualitativo).

Mesmo assim, a meu ver, não são dados suficientes para sustentar um corte de juros em março. Vejo como mais provável um corte apenas em junho, mas vamos acompanhar as divulgações dos dados referentes a janeiro e fevereiro.

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