Onde os melhores gestores de fundos multimercados estão investindo?
Os gestores de fundos multimercados ainda não estão otimistas com as ações brasileiras, conforme mostra um estudo da XP Inc.
Com base nas movimentações das cotas, a XP aponta que os multimercados ainda estão com posições neutras na bolsa (reduzindo o short) considerando os dados de inflação recentes, a manutenção da meta de inflação e a aprovação da reforma tributária.
Em tempos de bolsa barata, manter-se vendido é perigoso. A seguir, explico alguns dos principais pontos a serem destacados.
Cautela com o cenário internacional
O primeiro ponto que a XP revela é que a maioria da indústria não vinha posicionada no mercado local e focava muito mais no internacional (teses vendidas no S&P500, compradas no petróleo e tomadas em taxas curtas nos Estados Unidos).
Nesse estudo, a interpretação que temos é que o tema da desaceleração americana segue nos portfólios. Posições vendidas no S&P500, bem como uma ampliação da inversão das curvas americanas (apostando aplicada no longo e tomado no curto), reforçam esse sentimento.
Essas são posições que tipicamente estão mais relacionadas ao tema da recessão americana. A grande mudança é a redução drástica das alocações em petróleo, que parecem ter sido relativamente substituídas por ouro.
Neutros com ativos brasileiros
No Brasil, com o mercado precificando Selic em 9% em 2024, o mercado parece estar migrando as apostas para os temas de juro real (maior assimetria e um “hedge” para o tema da mudança do BC à frente).
Em moedas, são posições mais ligadas à venda de dólar (compra de real). Na bolsa, há uma redução da parcela vendida, mas não vemos grandes compras.
O papel dos fundos multimercados nas carteiras
Os Multimercados Macro são produtos agnósticos e sem direcional definido, ou seja, eles não precisam estar comprados ou vendidos em nenhuma classe de ativo.
Essa flexibilidade que dá o “charme” à classe, podendo buscar somente as oportunidades que são mais assimétricas naquele momento. Podemos dizer que são os camaleões do nosso mercado.
Além disso, como sempre reafirmo, é um produto que possui um retorno que tem como base o CDI. Em um país como o nosso, isso é uma enorme vantagem. Com os nossos níveis de gasto, é difícil pensar que teremos juros baixos estruturalmente.
Vale dizer que bons multimercados, em janelas longas, têm conseguido gerar retornos bem acima do CDI. É uma estratégia que eu busco carregar no portfólio do Nord Fundos.
Como escolher um fundo multimercado?
Há uma série de critérios que buscamos olhar. Para citar alguns do lado quantitativo, temos os retornos totais, retornos em janelas de três anos, excesso de retorno gerado, alfa gerado, sharp, drawdown versus volatilidade, retornos por mercado ou estratégia.
No entanto, como sempre, o investidor precisa ter em mente que ele compra a “cota do futuro”, e não do passado. Saber a cota passada nem sempre nos ajuda, afinal o processo de investimento pode ter mudado ou mesmo o time pode ter se alterado.
O que interessa é a “cota do futuro”. Então, como saber qual será a cota do futuro? Não sabemos, mas buscamos olhar critérios mais qualitativos para aumentar nossas chances de que estamos nos cavalos vencedores.
É aqui que olhamos para o time (quantas pessoas estão no time, grau de experiência, entre outros fatores), estrutura de incentivos (remuneração e sociedade), processo de investimento, capacity, estilo de gestão, retenção de time, gestão de risco etc.
Essa é a parte mais complexa, porém diria que é a mais importante para o sucesso (ou fracasso) do nosso investimento.
Como investir em fundos multimercados?
Caso você decida que vale a pena investir em um fundo multimercado, o momento é propício para entrar, principalmente considerando o maior apetite ao risco com o início do ciclo de corte de juros em agosto.
No Nord Fundos, você encontrará uma grande diversidade de fundos que, de tempos em tempos, nos contemplam com performances interessantes. Saiba mais.