Onde investir com Selic a 10,75%?

Redução de 0,5 ponto percentual é unânime no mercado, que projeta taxa Selic a 9% no fim do ano

Nord Research 20/03/2024 10:43 4 min Atualizado em: 20/03/2024 13:05
Onde investir com Selic a 10,75%?

O Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, deve reduzir a Selic de 11,25% para 10,75% ao ano, dando continuidade no ritmo de cortes em 0,50 ponto percentual. 

O comitê havia anunciado na ata da reunião de 30 e 31 de janeiro que a redução prevista para os juros nas próximas reuniões seria de 0,50 ponto percentual.

Com isso em mente, a expectativa do mercado é de, pelo menos, um corte de 0,50 p.p hoje e outro de igual magnitude na reunião de maio, o que levaria a Selic a 10,25% ao ano. 

BC deve manter a cautela e seguir plano anunciado

Visto essa antecipação, as atenções de hoje devem se voltar para o texto do comunicado, visando identificar se será mantida a manutenção do ritmo de cortes para as próximas reuniões (0,50 p.p até pelo menos a reunião de junho).

Há uma expectativa de que a ata possa trazer um tom mais cauteloso por conta de dados que vieram mais pressionados desde a última reunião.

Dados de início de ano [inflação de janeiro e fevereiro] apontam para uma atividade econômica ainda bastante aquecida e dados do mercado de trabalho também surpreenderam para cima, com massa de renda real em níveis recordes da série histórica. 

Fed deve manter juros altos nos EUA

Além disso, as expectativas para o início de corte de juros nos Estados Unidos foram postergadas.

As projeções consensuais indicam que o Federal Reserve, banco central norte-americano, mantenha nesta quarta, 20, os juros americanos na faixa entre 5,25% e 5,50%

Na nossa visão, o início do ciclo de corte de juros nos EUA pode contribuir para uma possível aceleração de cortes na Selic, além de impulsionar a bolsa brasileira.

Todos esses pontos acenderam uma luz amarela para o Banco Central brasileiro. 

Selic no fim de 2024 segue em 9%

Apesar da cautela, a expectativa segue de redução da Selic ao longo de 2024.

O relatório Focus, que reúne as expectativas do mercado sobre a economia, aponta para uma Selic de 9% ao final do ano.  

Ainda que tenhamos a atual perspectiva de corte, há espaço para entrar em bons investimentos de renda fixa, tendo em vista que o atual nível dos juros no Brasil ainda é elevado.

Além disso, as pressões desse início de ano abriram uma janela de oportunidade que vamos te contar ainda nesta newsletter. 

Onde investir com a Selic a 10,75%

Em momento de quedas de juros, preferimos os ativos atrelados à inflação. Gostamos dos títulos IPCA+ porque além de proteger o investidor da inflação, eles também possuem um componente prefixado, que permite marcação a mercado. 

O cenário pressionado neste início de ano elevou as taxas de juros futuras e abriu uma janela de oportunidade para aqueles que não querem perder a chance de ganhar com a marcação a mercado, com a perspectiva de cortes da Selic. 

No primeiro gráfico, exemplificado pelas taxas do Tesouro IPCA + 2035, é possível ver um retorno das taxas, abrindo espaço para aqueles que ainda não entraram, conseguirem rentabilidades interessantes quando ela voltar a cair, conforme o ciclo de cortes evoluir. 

 Fonte: Tesouro Direto

Ver o gráfico acima, no recorte de 90 dias, pode assustar aqueles que estão posicionados. Mas fique tranquilo!

Olha abaixo onde estamos quando fazemos um recorte de 1 ano.

O título IPCA+ oscila conforme as pressões para os cortes de juros, mas a perspectiva de queda da Selic segue no plano de fundo, e, ainda que o movimento seja cauteloso, ele está ocorrendo.

A posição demanda paciência para podermos acompanhar o ciclo de juros.

Fonte: Tesouro Direto

Além disso, apesar da queda da Selic reduzir a rentabilidade, ainda vemos como importante para compor a carteira alguns ativos pós-fixados

No Renda Fixa PRO, os assinantes têm acesso à quais ativos e quais as proporções que avaliamos como interessante para o momento atual, bem como os vencimentos indicados para cada um para a montagem de suas carteiras. 

Estamos sempre acompanhando de perto o cenário macroeconômico para avaliar as posições da carteira. 

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