Oncoclínicas (ONCO3) sobe +138% em 2025. Oportunidade ou cilada?

Ação da Oncoclínicas (ONCO3) figura entre as maiores altas da Bolsa brasileira em 2025

Victor Bueno 28/03/2025 13:46 6 min Atualizado em: 30/03/2025 15:28
Oncoclínicas (ONCO3) sobe +138% em 2025. Oportunidade ou cilada?

As ações da Oncoclínicas (ONCO3) estão entre as maiores altas da Bolsa brasileira em 2025, acumulando valorização de +138% (até o pregão de ontem). No ano, o IBOV sobe +11%. 

Apesar de algumas notícias positivas recentes, não acreditamos que o movimento esteja ligado, especificamente, aos fundamentos e perspectivas futuras da companhia.

Saiba, abaixo, os motivos das altas e se vale a pena comprar ONCO3 hoje. 

Por que as ações da Oncoclínicas (ONCO3) estão subindo?

A Oncoclínicas foi uma das grandes promessas do setor de saúde da última janela de IPOs que tivemos na Bolsa brasileira, em 2021, tendo em vista a demanda crescente por atendimento especializado no tratamento de câncer no país.

A forte alta de três dígitos de suas ações foi impulsionada, principalmente, pela notícia de que sua fusão com os negócios de oncologia da Dasa e da Amil havia sido descartada.

A desistência poderia abrir caminho para que Nelson Tanure, conhecido por seus investimentos em empresas como a PRIO (PRIO3), voltasse a demonstrar interesse pela Oncoclínicas (o investidor já havia proposto uma fusão com sua empresa Alliança Saúde).

Além disso, tendo em vista o preço de suas ações no início do ano, a gestora Latache passou a realizar diversos aumentos de participação na companhia, chegando próximo de atingir 15% de seu capital após investimentos de cerca de R$ 500 milhões no último mês.

Como as ações possuíam, até pouco tempo, uma baixa liquidez, a entrada de um investidor institucional acabou resultando em uma forte oscilação e valorização de seu preço.

 Cotação das ações da Oncoclínicas em 2025. Fonte: Bloomberg

Contudo, as ações da empresa ainda estão (muito) distantes de retomar os patamares de seu IPO, tendo em vista que chegaram a acumular baixa de -91% desde 2021.

Vale lembrar que uma ação que cai -90% precisa subir +900% para recuperar o “tombo”.

 Cotação das ações da Oncoclínicas desde 2021. Fonte: Bloomberg

Oncoclínicas e Hapvida unem forças

Ajudando a acelerar ainda mais as altas de seus papéis, a Oncoclínicas divulgou, na manhã de ontem, 27, uma parceria comercial com a Hapvida (HAPV3) para oferecer atendimento ambulatorial em oncologia e serviços de radioterapia aos beneficiários da operadora.

Segundo o comunicado da empresa, a colaboração beneficiará mais de 600 mil usuários na região metropolitana de São Paulo, com potencial de expansão para outros estados.

A iniciativa combina a expertise da Oncoclínicas em oncologia com o modelo de cuidado integrado da Hapvida NotreDame, visando ampliar o acesso a tratamentos oncológicos de qualidade em diversas regiões do país.

Com a notícia, as ações de ONCO3 chegaram a subir cerca de +7% no último pregão.

Oncoclínicas sofre com impairment e tem prejuízo no 4° trimestre

Já no dia seguinte (no caso, hoje), a companhia divulgou seus resultados do 4T24 e consolidados de 2024, com algumas boas e outras más notícias.

Do lado positivo, a Oncoclínicas registrou alta de +9% em sua receita no trimestre (+14% no ano), impulsionada pelo crescimento de procedimentos realizados pela companhia e pelos repasses de preços realizados no último ano. 

A empresa ainda gerou R$ 423 milhões em caixa operacional em 2024, sendo R$ 292 milhões apenas no 4T24 (melhora de R$ 93 milhões). Vale destacar que a geração de caixa ajudou na redução de sua dívida líquida, que totalizou R$ 3,2 bilhões (R$ 112 milhões a menos).

Já do lado negativo, o resultado da companhia foi impactado por um impairment (efeito “não-caixa” que reduz o valor de um ativo), após revisão de suas operações adquiridas ter constatado resultados abaixo das expectativas projetadas inicialmente.

Ainda que não afete seu caixa, o impairment contribuiu para que a Oncoclínicas registrasse um Ebitda negativo em R$ -576 milhões e um prejuízo de R$ -759 milhões no 4T24. Sem esse efeito, o Ebitda teria sido de R$ 226 milhões (-12%) e o lucro de R$ 43 milhões (-57%).

 Manchete da matéria sobre os resultados da Oncoclínicas. Fonte: Brazil Journal

Em 2024, o Ebitda ajustado apresentou leve contração de -3%, enquanto o lucro líquido ajustado registrou queda de -70%. 

Ação da Oncoclínicas (ONCO3) vale a pena após subir três dígitos?

Ainda que tenha apresentado algumas melhoras em seu último resultado, os riscos e incertezas adiante afastam a atratividade do investimento em ONCO3 neste momento.

No setor de saúde, negociando pelo mesmo múltiplo EV/Ebitda de 7x (abaixo da média histórica da Bolsa), mantemos nossa preferência pelos papéis da Rede D’Or (RDOR3).

A companhia encerrou o último ano com 13 mil leitos totais, em função da inauguração de cinco novos hospitais, além de ter registrado uma taxa de ocupação recorde de 79,6%.

Vale destacar o crescimento em suas principais linhas financeiras em 2024, com sua receita consolidada (hospitalar + SulAmérica) subindo +9%, seu Ebitda +31% e seu lucro +29%. A empresa ainda registrou um ROIC (retorno sobre o capital investido) de 17%.

Para 2025, a companhia vai continuar investindo no seu plano de expansão orgânica (cerca de 900 novos leitos programados para 2025) e também está atenta às oportunidades de alocar o caixa em excesso que está gerando em novas aquisições.

Novamente, os resultados do último ano deixaram claro que a Rede D’Or possui uma posição (operacional e financeira) privilegiada para surfar a recuperação e consolidação do setor de saúde no Brasil.  

Com uma gestão exemplar, sólida posição financeira, excelente perspectiva de crescimento para os próximos anos (orgânico e inorgânico) e, mais uma vez, negociando por apenas 7x Ebitda, mantemos nossa visão bastante positiva para RDOR3 em 2025.

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