O que é previdência privada e como começar a investir
Está em dúvida sobre o que é previdência privada? Ao contrário da previdência social, administrada pelo governo, ela permite contribuir com uma quantia mensal ou esporádica para formar uma reserva financeira que será utilizada após a aposentadoria.
Se você acredita que é jovem e não precisa se preocupar com o que é uma previdência privada, pois já contribui para o INSS, talvez seja bom considerar uma alternativa, visto que sempre está na pauta o debate acerca da crise da previdência social no Brasil.
Por conseguinte, tem havido reformas que buscam contornar o problema e resolver a questão: a expectativa de vida do brasileiro tem aumentado, não necessariamente no mesmo ritmo das contribuições.
Nesse cenário, considerar uma previdência privada é uma opção interessante, pois oferece a possibilidade de investir em planos personalizados de longo prazo, inclusive com benefícios adicionais.
Entre eles, maior rentabilidade, flexibilidade na escolha do tipo de plano e maior controle sobre o valor contribuído. Caso queira garantir segurança financeira na terceira idade, acompanhe a leitura!
Sumário
- O que é previdência privada?
- Como funciona?
- Quais são os planos de previdência privada?
- Como é a tributação da previdência privada?
- Quais são as taxas do fundo de previdência privada?
- Como é a composição da carteira nos fundos de previdência?
- Como utilizar a previdência privada para objetivos de longo prazo?
- Quais as vantagens de se ter uma previdência privada?
- Quais as desvantagens?
- Como funciona o resgate da previdência privada?
- Como escolher um plano de previdência privada?
O que é previdência privada?
A previdência privada é um tipo de investimento de longo prazo que tem como objetivo garantir uma renda complementar para a aposentadoria.
Ou seja, você faz aportes periódicos e, ao se aposentar, recebe uma renda passiva pelo dinheiro investido e acrescido de juros.
Com o passar dos anos, o dinheiro sofre correções monetárias, possibilitando a formação de uma reserva financeira que pode ser resgatada ou convertida em renda mensal.
É uma forma interessante de investir o dinheiro para ter uma vida mais tranquila e confortável na terceira idade. Além disso, o dinheiro pode ser utilizado para outros fins, como pagar estudo dos filhos ou comprar imóveis.
Como funciona?
As instituições financeiras oferecem planos de previdência personalizados para cada investidor. O cálculo é feito com base nesses fatores:
- idade atual;
- montante investido;
- valor necessário para obter a renda mensal;
- valor dos juros;
- período informado pelo investidor.
Para que você entenda melhor o que é previdência privada, um exemplo prático seria o seguinte: uma mulher de 30 anos quer se aposentar com uma renda mensal de R$ 5 mil aos 65 anos.
Ela escolhe um plano, faz um aporte inicial de R$ 1 mil e investe R$ 1 mil por mês durante 35 anos. Suponha que a rentabilidade média seja de 10% ao ano e inflação anual de 5%.
Ao final do período ela terá acumulado R$ 816.176,77. Esse valor é suficiente para que ela tenha uma renda mensal em torno de R$ 5 mil, a partir do momento em que se aposentar, até os 84 anos.
Porém, não necessariamente você precisa depositar todos os meses o mesmo valor. Pode ser de acordo com a sua disponibilidade financeira.Os valores a receber no futuro podem variar segundo a rentabilidade do investimento, as taxas cobradas, a incidência de impostos e as condições do mercado.
Quais são os planos de previdência privada?
Existem dois tipos de previdência privada: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), cada um com suas particularidades. Entenda cada um deles.
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)
O PGBL é indicado para pessoas que fazem a declaração completa do Imposto de Renda, pois permite que o valor investido seja deduzido da base de cálculo do imposto.
Com ele, é possível abater até 12% da renda bruta tributável. Por exemplo, se alguém ganha R$ 7 mil e aplica mensalmente R$ 1 mil em PGBL, o imposto incidirá somente sobre os R$ 6 mil restantes.
Porém, no momento do resgate dos recursos, a cobrança de IR é sobre todo o valor em que você investiu. Ou seja, não recai apenas sobre os rendimentos. Logo, entender o que é previdência privada exige uma análise sobre a questão.
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)
Ao contrário do PGBL, não é possível deduzir esse investimento no IR. Então, se você não declara o IR ou declara de forma simplificada (com desconto de 20%), o VGBL é o mais recomendado.
A vantagem é que, quando você for resgatar o dinheiro investido, o IR incidirá apenas sobre o lucro obtido e não sobre o valor total aplicado.
Como é a tributação da previdência privada?
Tanto no plano PGBL quanto no VGBL você pode optar pela tributação progressiva ou regressiva.
Tabela progressiva
A tabela progressiva do IR é a mesma aplicada aos salários. Em outras palavras, as taxas aumentam de acordo com o valor a ser resgatado. Por isso, essa opção vale a pena para valores de resgates mais baixos.
Funciona da seguinte forma:
Tabela regressiva
Por outro lado, a tabela regressiva é mais adequada para quem está pensando em resgatar em um prazo mais longo, de preferência maior que 10 anos. Quanto maior o tempo para o resgate, menor a taxa, que varia de 35% a 10%.
Confira:
Dessa forma, se você deseja liquidez para resgatar cedo (em menos de dois anos), essa não provavelmente não será a melhor opção em relação a outros investimentos, devido à alíquota de IR de 35% sobre os rendimentos.
Quais são as taxas do fundo de previdência privada?
Existem quatro taxas principais para entendermos mais a fundo o que é previdência privada. São elas: de administração, de carregamento, de performance e de saída.
Taxa de administração
A taxa de administração é uma cobrança feita pela gestora do fundo para remunerar os serviços prestados. Ela incide sobre o patrimônio do fundo, mas é cobrada diariamente na conta dos investidores.
Essa taxa é calculada como uma porcentagem do valor total do investimento e pode variar conforme o tipo de fundo e a instituição financeira escolhida.
Lembre-se: quanto maior a taxa de administração, menor será o retorno do investimento. Portanto, é fundamental avaliar os custos envolvidos antes de escolher um fundo de previdência privada.
Taxa de carregamento
A taxa de carregamento é uma taxa cobrada pelos fundos de previdência privada sobre as aplicações do investidor. Ela pode incidir na entrada, na saída ou em ambos.
Além disso, pode variar de acordo com a instituição. Em alguns casos, pode ser bem elevada, principalmente em fundos mais antigos.
A taxa máxima permitida é 10%. No entanto, taxas maiores que 6%, por exemplo, acabam se tornando inviáveis para o investidor, pois há outras mais atrativas no mercado, algumas até mesmo isentas
Taxa de performance
A taxa de performance é uma taxa adicional cobrada por alguns fundos de previdência privada quando o gestor do fundo supera determinado benchmark de rentabilidade.
Para você entender melhor, o benchmark é um indicador de referência usado para avaliar o desempenho de um determinado ativo financeiro ou fundo.
Ou seja, se o fundo conseguiu um resultado melhor que o esperado, é cobrada uma taxa adicional sobre a rentabilidade excedente.
Logo, essa taxa é uma forma de incentivar a gestão profissional do fundo e premiar o gestor por resultados melhores que os previstos.
Taxa de saída
A taxa de saída nos fundos de previdência é cobrada quando o investidor solicita o resgate antecipado dos valores acumulados no plano de previdência.
Essa taxa pode estar presente ou não no contrato. Em geral, acontece apenas nos primeiros anos do investimento.
Vale ressaltar que ela pode impactar negativamente o rendimento final do investimento, principalmente se forem associadas a outras taxas, como a taxa de carregamento ou a taxa de administração.
Como é a a composição da carteira nos fundos de previdência privada?
Uma carteira de previdência privada pode ser distribuída tendo como parâmetro um índice de referência ou com base na escolha de diferentes ativos. Em geral, as aplicações são em renda fixa, renda variável ou ambos.
Segundo classificação da Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), existem 23 tipos de fundos de previdência distribuídos em quatro categorias. Sabendo disso, entenda a seguir o que é previdência privada na prática!
Renda fixa
Os fundos de renda fixa investem em títulos de dívida emitidos por empresas ou pelo governo, como CDBs, LCIs, LCAs, títulos públicos, entre outros. Esses fundos visam proporcionar uma rentabilidade previsível e constante.
Eles podem ser soberanos, de grau de investimento ou de crédito livre. No primeiro caso, a totalidade do fundo de previdência é aplicada em títulos públicos federais.
No segundo caso, a aplicação é de 80% em títulos de baixo risco de crédito. No terceiro caso, a aplicação é de mais de 20% em ativos de médio e alto risco.
Balanceados
Esses fundos aplicam em uma combinação de renda fixa e variável, buscando um equilíbrio entre segurança e rentabilidade.
Eles podem ter uma maior exposição a ações ou renda fixa, dependendo da estratégia do gestor. A composição de renda variável pode ser de 15% até mais de 50%.
Multimercados
Os fundos de previdência multimercados têm uma maior liberdade para investir em diferentes classes de ativos, como ações, renda fixa, moedas, commodities, entre outros.
Eles têm como objetivo obter retornos mais elevados, mas também apresentam um risco maior.
Ações
Esses fundos de previdência investem em ações de empresas listadas na Bolsa de Valores. Para que você saiba o que é previdência privada com este ativo, a composição precisa ser de pelo menos 67% em ações e outros ativos.
Eles podem ser indexados, de acordo com um índice ou sem tem um índice como parâmetro. O objetivo é proporcionar uma rentabilidade maior no longo prazo, mas também apresentam um risco maior devido à volatilidade do mercado.
Como utilizar a previdência privada para objetivos de longo prazo?
Ter uma previdência privada é possível segundo as necessidades individuais de diferentes perfis de pessoas. Assim, podemos crescer o patrimônio ao longo do tempo e planejar uma vida sem apertos financeiros no futuro.
Aposentadoria
A previdência privada é uma opção para quem busca uma renda mensal confortável na aposentadoria, sem precisar depender exclusivamente da previdência social.
É sempre bom lembrar que na terceira idade as pessoas se tornam mais vulneráveis, principalmente em termos de saúde.
Ao fazer contribuições regulares ao longo do tempo, é possível se planejar com antecedência, de modo que você possa tirar o máximo proveito de seus recursos.
Educação dos filhos
Investir em um plano de previdência privada pode ser uma forma de economizar dinheiro para o futuro educacional dos filhos.
Ou seja, para pagar uma universidade, os custos de estudar em outra cidade ou até mesmo fora do país. Além disso, os recursos podem ser utilizados para fazer uma pós-graduação ou mestrado.
Os custos da educação costumam subir a cada ano. Nesse contexto, a previdência privada pode ajudar a proteger o poder de compra dos investidores ao longo do tempo.
Outro benefício é que as famílias ficam menos propensas a gastar dinheiro em itens que consideram menos relevantes.
Com isso, os pais se sentem mais confiantes em relação ao futuro financeiro dos filhos. Sim, entender o que é previdência privada não se restringe à aposentadoria!
Compra de imóvel
A previdência privada não é uma opção direta para a compra de imóveis, já que é um plano voltado para a aposentadoria e proteção financeira futura. No entanto, pode ser utilizada para esse objetivo.
Enquanto algumas pessoas preferem adquirir um imóvel mais cedo a partir de empréstimos e financiamentos, pagando juros que encarecem a transação, utilizar a previdência privada vai no sentido oposto.
Ou seja, você se planeja para ter um imóvel no futuro, mas não paga juros. Pelo contrário, recebe rendimentos dos juros. É uma maneira de aumentar o patrimônio da família para as gerações presentes e futuras.
Um imóvel é visto tradicionalmente como um investimento sólido, pois tende a valorizar ao longo do tempo e pode gerar renda por meio do aluguel.
Quais são as vantagens de se ter uma previdência privada?
Para que você entenda melhor o que é previdência privada, confira nos próximos tópicos os principais benefícios de optar por esse investimento!
Vantagem fiscal
Com este investimento de longo prazo, o investidor pode deduzir até 12% da sua renda bruta anual da base de cálculo do Imposto de Renda, se ele optar pelo plano PGBL.
Isso significa que, ao fazer a declaração de IR, o investidor pagará menos impostos ou receberá uma restituição maior.
Ausência de come-cotas
Se você quer compreender o que é previdência privada, é bom saber que não há incidência de come-cotas. Esse é um imposto que incide sobre alguns tipos de investimento semestralmente.
Até 10% de imposto de renda
O imposto de renda na previdência privada pode ser de até 10% em períodos mais longos, enquanto em outros investimentos a alíquota é de 15% para investimentos com prazos maiores que 720 dias.
Planejamento de longo prazo
Você pode começar a planejar desde já o futuro financeiro da família. Portanto, é uma forma de garantir a segurança financeira.
Sucessão patrimonial
O investidor pode indicar os seus beneficiários e garantir que o dinheiro investido seja passado para a próxima geração. Isso pode ajudar a evitar conflitos familiares e garantir a continuidade do patrimônio.
Portabilidade
Devido à portabilidade, o investidor pode transferir o seu plano de previdência privada de uma instituição financeira para outra sem perder o dinheiro investido.
Incentivo para poupar
Ao investir em um plano de previdência privada, você está se comprometendo a guardar uma parte do seu dinheiro todos os meses e poupar para um objetivo maior na busca de uma vida financeira saudável.
Investimento democrático
A previdência privada está disponível para praticamente qualquer pessoa, independentemente da sua renda ou do patrimônio. É possível começar com valores abaixo de R$ 100.
Quais as desvantagens?
Quem deseja compreender o que é previdência privada precisa estar ciente também das desvantagens. Confira quais são!
Carência
Em geral, há períodos de carência, ou seja, um período mínimo em que o investidor precisa manter o dinheiro investido antes de fazer o resgate. Essa carência pode ser desfavorável para quem busca liquidez no curto prazo. Ela costuma ser de 90 dias.
Baixa rentabilidade
A baixa rentabilidade acontece porque grande parte dos planos de previdência privada investe em títulos de renda fixa, que têm uma rentabilidade menor do que outros tipos de investimento.
Falta de cobertura do FGC
A previdência privada não é coberta pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Isso significa que, em caso de falência da instituição financeira na qual o investidor fez o seu investimento, ele pode perder todo o dinheiro investido.
Taxas elevadas
Saber o que é previdência privada envolve outra questão importante. Além das taxas de administração e de carregamento, os planos de previdência privada também podem cobrar outras taxas, como taxa de saída de performance.
Essas taxas podem representar quantias consideráveis no longo prazo.
Como funciona o resgate da previdência privada?
Em geral, é especificado em contrato um período de carência. Após esse prazo, existem diferentes formas de resgate, que podem variar conforme o tipo de plano contratado e as condições estabelecidas pela instituição financeira responsável.
Resgate total ou parcial
O resgate total é o recebimento de todo o valor da reserva acumulada em uma única vez. Já o resgate parcial é a possibilidade de sacar apenas uma parte do valor da reserva acumulada. O valor dos impostos podem variar entre ambos.
Renda mensal por prazo determinado
É receber uma renda mensal por um período determinado, escolhido pelo próprio investidor no momento da contratação.
Se o titular falecer, os herdeiros poderão receber as parcelas. Além disso, é diferente do resgate atuarial, no qual quem cuida das parcelas é a seguradora.
Renda temporária
Vamos entender o que é previdência privada pela renda temporária. É semelhante ao resgate de renda mensal por prazo determinado.
No entanto, a diferença é que, em caso de morte do titular, os herdeiros não podem receber as parcelas, pois os valores ficam com a seguradora.
Renda vitalícia
A renda vitalícia permite ao titular receber as parcelas do plano enquanto estiver vivo. Faz-se um cálculo relativo à expectativa de vida média dos brasileiros.
Se o titular viver por mais tempo, receberá as parcelas. No entanto, se vier a óbito antes, em geral o valor fica com a seguradora.
Por sua vez, existe a renda vitalícia com prazo mínimo garantido, pelo qual os herdeiros podem receber as parcelas pelo restante do período, caso ocorra morte do titular.
Existe a possibilidade também de reverter o dinheiro para um beneficiário indicado ou parte do dinheiro a um cônjuge até a morte, passando depois para os filhos menores, quando alcançarem a maioridade.
Em suma, para entender o que é previdência privada, é importante conhecer essas quatro formas de resgate.
Como escolher um plano de previdência privada?
Para fazer esse investimento de longo prazo, é importante seguir esses passos:
- optar por PGBL ou VGBL - esses são os dois tipos de plano disponíveis e a escolha depende da sua forma de tributação;
- entender os riscos - todo investimento possui algum tipo de risco, e não é diferente para quem busca saber o que é previdência privada; a ideia é minimizá-los.
- escolher o regime de tributação - é possível optar pela tabela progressiva ou regressiva, o que demanda uma análise da renda e do prazo de aplicação;
- avaliar as taxas e rentabilidade - é importante comparar diferentes as taxas no mercado e a rentabilidade histórica dos fundos de previdência;
- optar pela melhor forma de resgate - essa escolha varia de pessoa para pessoa, de acordo com a presença ou não de herdeiros, entre outras questões;
- entender os tipos de ativos - é preciso fazer uma análise de quais tipos de ativos se encaixam melhor no seu plano, de acordo com o seu perfil de investidor;
- analisar a estratégia do fundo - outra etapa é avaliar qual é a estratégia do fundo e o regulamento;
- verificar a gestão do fundo - é essencial saber como é o histórico do gestor do fundo, principalmente se considerarmos que não há cobertura pelo FGC;
Agora você já sabe o que é previdência privada!
A ajuda de um profissional do mercado financeiro é muito válida para fazer todas essas análises, pois não é um tema tão simples. Assim, você pode escolher o melhor plano de forma segura. Conheça as soluções da Nord Research!
Resumindo
Qual a diferença da previdência privada para o INSS?
A principal diferença entre a previdência privada e o INSS é que na previdência privada há intermediação de instituições financeiras e você escolhe quanto contribuir. Já o INSS é administrado pelo governo, com limite mínimo de R$ 1.302,00 e máximo de R$ 7.507,49.
Qual a melhor idade para fazer uma previdência privada?
Não há uma idade certa ou ideal para começar a investir em previdência privada. Isso varia conforme os objetivos financeiros e as necessidades de cada pessoa. Quanto mais cedo você começar a investir, maior será o tempo disponível para acumular recursos.