O que é Ebitda e por que é importante na hora de considerar um investimento

Entenda o que é Ebitda, um dos principais indicadores financeiros, e descubra por que ele é essencial para avaliar o desempenho operacional e tomar decisões de investimento.

Nord Research 08/08/2024 15:38 7 min Atualizado em: 08/08/2024 18:11
O que é Ebitda e por que é importante na hora de considerar um investimento

Quando se fala em investir em empresas, é comum se deparar com uma série de termos financeiros. Nesse cenário, é possível que surja a pergunta “o que é Ebitda”?

Esse indicador pode parecer complicado à primeira vista, mas entender seu significado e sua relevância pode facilitar a análise do potencial de uma companhia e ajudar a tomar decisões mais assertivas na hora do investimento. Continue no conteúdo para saber mais.

Afinal, o que é Ebitda?

Essa é uma sigla para “earnings before interest, taxes, depreciation and amortization” — ou, em português, “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização” que pode ser chamado também de Lajida.

Em termos simples, o Ebitda mostra o quanto uma empresa ganha com o seu trabalho do dia a dia, sem contar dinheiro de investimentos, empréstimos ou impostos.

Qual a diferença entre Ebitda e Ebit?

Enquanto o Ebitda exclui os efeitos da depreciação e amortização, o Ebit (Earnings Before Interest and Taxes) considera esses fatores. Em resumo, o segundo indicador reflete o lucro operacional antes dos juros e impostos, mas após a depreciação e amortização.

Compreender o que é Ebitda e como ele se diferencia do Ebit é essencial para uma análise mais detalhada da performance financeira de uma companhia.

Qual a importância do Ebitda na hora de investir?

O Ebitda é importante, pois ajuda a entender quanto vale uma empresa e se ela pode pagar o que deve.

Isso porque, o indicador permite avaliar a performance operacional de uma companhia sem considerar os efeitos de decisões fiscais e contábeis, oferecendo uma visão mais pura da capacidade de geração de caixa da empresa. 

Como é um método usado no mundo todo, ele é útil para comparar empresas de lugares diferentes, que têm regras de impostos singulares também.

Uma companhia está indo bem se o seu Ebitda for positivo e se esse valor for bom por muito tempo. Mas é normal que esse número mude em tempos difíceis, então é sempre bom olhar o histórico completo para entender melhor.

Além disso, é importante compará-lo com outros indicadores financeiros, como o fluxo de caixa livre e a dívida líquida, e analisar o contexto econômico em que a empresa está inserida. Isso proporciona uma visão mais abrangente e precisa do seu potencial de investimento.

Vale ressaltar que o Ebitda é especialmente relevante em setores onde o capital intensivo é grande, como indústrias, telecomunicações e energia, pois ajuda a entender a eficiência operacional de companhias nesses segmentos.

Como calcular o Ebitda de uma empresa?

Segundo as normas da Comissão de Valores Mobiliários, não é obrigatório que as companhias do Brasil informem o Ebitda em seus relatórios financeiros. No entanto, é possível calcular esse indicador por conta própria com a seguinte fórmula:Ebitda = resultado líquido + juros + impostos + depreciação +amortização. 

Entenda abaixo o que representa cada um:

  • resultado líquido: corresponde ao lucro real de uma empresa, calculado subtraindo todas as despesas da receita total;
  • juros: inclui os custos associados aos juros pagos sobre dívidas e empréstimos, além dos ganhos provenientes de aplicações financeiras, geralmente considerados como despesas;
  • impostos: abrange todas as despesas relacionadas ao pagamento de obrigações fiscais;
  • depreciações: refere-se à diminuição do valor de ativos físicos, como equipamentos e veículos, devido ao uso, obsolescência ou desgaste ao longo do tempo;
  • amortizações: envolve a redução do valor de ativos intangíveis, como marcas, patentes, softwares e direitos autorais, ao longo de seu período de vida útil.

Quais são as limitações desse indicador?

Apesar de sua utilidade, o Ebitda possui limitações, como a exclusão de despesas com juros, impostos e depreciação, que são relevantes para a avaliação completa da saúde financeira de uma empresa.

Além disso, empresas com alto nível de endividamento podem parecer mais saudáveis do que realmente são quando analisadas apenas pelo Ebitda.

Apesar de suas limitações, esse indicador é uma ferramenta prática e acessível, especialmente para quem está começando a investir.

Por isso, ao iniciar sua jornada de investimentos, considere o que é Ebitda para guiar suas análises. Com o tempo e experiência, você poderá combiná-lo com outros critérios para uma visão mais completa e estratégica.

Por que não usar Ebitda para avaliar bancos e seguradoras?

O Ebitda não é uma métrica adequada para avaliar bancos e seguradoras devido às particularidades do setor financeiro. Aqui estão os principais motivos:

  • estrutura de receitas e despesas: bancos e seguradoras geram receitas principalmente através de juros e investimentos financeiros. O Ebitda exclui despesas financeiras (juros), que são fundamentais para entender a performance desses negócios;
  • importância dos juros: para bancos, os juros pagos e recebidos são parte essencial das operações. Excluir esses elementos tornaria a análise do Ebitda irrelevante para avaliar sua performance;
  • regulamentação e requisitos de capital: bancos e seguradoras operam sob rigorosas regulamentações que influenciam diretamente suas despesas operacionais e necessidade de capital. Esses fatores não são capturados pelo Ebitda;
  • depreciação e amortização menos relevantes: bancos e seguradoras não possuem grandes investimentos em ativos físicos sujeitos a depreciação, como indústrias ou empresas de tecnologia. A depreciação e amortização, portanto, têm um impacto menor em suas demonstrações financeiras;
  • foco em indicadores específicos do setor: para avaliar a saúde financeira de bancos e seguradoras, analistas utilizam métricas específicas como o ROE (Retorno sobre o Patrimônio), índice de eficiência, índice de cobertura de sinistros, entre outros.

Ebitda é a mesma coisa que geração de caixa?

Ebitda não é a mesma coisa que geração de caixa, embora em alguns casos, no longo prazo, a geração de caixa operacional se aproxima bastante do histórico de Ebitda da companhia. 

É importante avaliar cada setor e o momento atual da empresa. Uma empresa mais volátil nos resultados pode apresentar distorções relevantes entre Ebitda e geração de caixa operacional.

Então, qual a diferença desses dois indicadores?

Enquanto o Ebitda foca no lucro operacional antes de descontar juros, impostos, depreciação e amortização, a geração de caixa refere-se ao fluxo de caixa operacional, que inclui essas despesas e ajustes. Esse segundo indicador é calculado da seguinte forma:

Fluxo de caixa operacional = lucro líquido + depreciação e amortização + (ajustes de caixa não monetários) + variações no capital de giro.

O fluxo de caixa operacional é um indicador essencial para avaliar a saúde financeira de uma empresa, pois mostra quanto dinheiro está realmente disponível para pagar dívidas, investir em novos projetos ou distribuir dividendos.

É importante ter muito cuidado em avaliar Ebitda e caixa, já que muitas empresas podem fazer ajustes no Ebitda, reportando “Ebitda ajustado” em seus resultados, e o número reportado pode se diferenciar completamente com a geração de caixa operacional. 

O que quer dizer negociar a “x Ebitda”?

Em uma expressão popular do mercado financeiro, o múltiplo Ebitda é utilizado para precificar uma empresa aberta em bolsa de valores.

Por exemplo, dizer que uma empresa negocia a 5x Ebitda, é o mesmo que dizer que hoje estamos pagando por ela 5x mais do que o valor do Ebitda que ela gerou nos últimos 12 meses.

O 5x Ebitda é uma forma reduzida de avaliar o indicador EV/Ebitda, também utilizado  avaliação de empresas considerando o Valor da empresa (Enterprise Value - EV) em relação ao Ebitda 

Quando um Ebitda é considerado bom?

Um Ebitda é considerado bom quando comparado a outros fatores, como o preço de uma companhia (EV).

Quando o EV/Ebitda é baixo, pode indicar que a empresa está subvalorizada ou que tem um potencial de crescimento significativo. Também pode sugerir que a empresa está operando de maneira eficiente.

Quando o EV/Ebitda é alto, pode sugerir que a empresa está sobrevalorizada ou que enfrenta desafios operacionais. Pode também indicar expectativas de alto crescimento futuro.

A referência de ser um EV/Ebitda alto ou baixo possui comparação com o mesmo múltiplo de outras empresas do mesmo setor (pares), ou até mesmo um índice de referência, como o Ibovespa.

Onde encontrar o Ebitda nas demonstrações financeiras?

O Ebitda é comumente reportado nos resultados trimestrais dentro da DRE - demonstração de resultados do exercício.

Para encontrar os resultados financeiros de uma companhia, pesquise o nome da empresa seguido de "relação com investidores". Isso dará acesso ao site e ao histórico completo de seus resultados.

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