O que é beta de uma ação e por que ele importa na sua carteira
O beta é um dos indicadores mais importantes para investidores que desejam entender e gerenciar o risco de suas carteiras.
Neste artigo, você aprenderá o que é, como calculá-lo, interpretá-lo e utilizá-lo para tomar decisões de investimento mais informadas.
Sumário
- O que é beta de uma ação?
- Como calcular o beta de uma ação?
- Como interpretar o beta?
- Qual a importância do beta na análise de investimentos?
- Aplicação do beta no Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM)
- Perguntas frequentes sobre o cálculo do beta
O que é beta de uma ação?
O beta de uma ação é um indicador que mede a volatilidade do ativo em relação ao mercado de referência, como o Ibovespa no Brasil ou o S&P 500 nos Estados Unidos.
Em outras palavras, ele indica como o preço de uma ação tende a variar em comparação com o mercado geral.
Como calcular o beta de uma ação?
O cálculo do beta utiliza a fórmula:
β = Covariância (retorno do ativo, retorno do mercado) / Variância (retorno do mercado)
Para aplicar esta fórmula, é necessário:
- coletar o histórico de retornos do ativo e do mercado de referência;
- calcular a covariância entre esses retornos;
- dividir a covariância pela variância do retorno do mercado.
Exemplo prático
Se a covariância entre uma ação e o mercado for 0,6, e a variância do mercado for 2%, o cálculo do beta será:
β = 0,6 / 2 = 3
Isso significa que o ativo é três vezes mais volátil que o mercado.
Como interpretar o beta?
Os valores do beta ajudam a identificar o perfil de risco de uma ação:
- beta maior que 1: a ação é mais arriscada, mas pode oferecer retornos maiores;
- beta igual a 1: o comportamento da ação acompanha o mercado;
- beta menor que 1: a ação é mais conservadora, com menor risco e menor volatilidade.
Por exemplo, um beta de 1,5 indica que, se o mercado subir 10%, a ação pode subir 15%. Se o mercado cair 10%, a ação pode cair 15%.
Qual a importância do beta na análise de investimentos?
O beta é essencial para avaliar o risco de uma ação e seu papel na composição de uma carteira. Ele ajuda a:
- analisar o risco relativo: identificar ativos mais ou menos voláteis que o mercado;
- diversificar a carteira: combinar ações com betas altos e baixos para equilibrar riscos e retornos;
- planejar investimentos alinhados ao perfil do investidor: investidores conservadores podem optar por ações com beta menor que 1, enquanto investidores arrojados podem preferir ativos com beta maior.
Aplicação do beta no Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM)
O Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM) é uma ferramenta utilizada para calcular o retorno esperado de um ativo, considerando o risco que ele oferece em comparação com o mercado. É muito útil para avaliar se o investimento compensa o risco assumido.
Fórmula do CAPM:
Ke = Rf + β (Rm – Rf)
Onde:
- Ke é retorno esperado do ativo (também chamado de custo do capital próprio);
- Rf é o retorno de um ativo livre de risco (como o
- Rm é o retorno médio do mercado.
- β é beta da ação, que mede o risco sistemático do ativo em relação ao mercado.
Como funciona na prática?
O CAPM usa o beta para calcular quanto você deve esperar ganhar em um ativo, dado o nível de risco que ele apresenta. Por exemplo:
- Retorno de um ativo livre de risco (Rf): digamos que o Tesouro Selic ofereça 5% ao ano.
- Retorno esperado do mercado (Rm): o Ibovespa, como referência, tem um retorno esperado de 10% ao ano.
- Beta do ativo (β): Imagine que o beta da ação é 1,5.
Substituímos esses valores na fórmula:
Ke = 5% + 1,5 (10% - 5%)
Ke = 5% + 1,5 × 5%
Ke = 5% + 7,5% = 12,5%
Isso significa que o retorno esperado dessa ação seria de 12,5% ao ano, considerando seu risco maior que o mercado.
Compreender o beta de uma ação é indispensável para uma análise de investimentos eficiente.
Ele permite medir o risco relativo de um ativo, avaliar seu comportamento em diferentes cenários e alinhar estratégias de investimento ao seu perfil.
Utilize essa métrica ao lado de outros indicadores, como volatilidade, P/L e dividend yield, para montar uma carteira diversificada e equilibrada.
Perguntas frequentes sobre o cálculo do beta
Como obter o histórico de retornos do ativo e do mercado de referência?
Os retornos históricos podem ser encontrados em plataformas financeiras, como Bloomberg, Yahoo Finance, ou mesmo em sites das bolsas de valores. É necessário coletar dados consistentes para o mesmo período de tempo, como retornos diários, semanais ou mensais.
O que é covariância e como calculá-la?
A covariância mede como os retornos de uma ação e do mercado se movimentam juntos.Como calcular:
- Colete os retornos históricos da ação e do mercado.
- Subtraia a média de cada retorno individual (ação e mercado) para obter os desvios.
- Multiplique os desvios correspondentes (desvio da ação × desvio do mercado).
- Calcule a média dos resultados do passo 3.
Como calcular a variância do mercado?
A variância mede como os retornos do mercado variam em relação à sua média.Como calcular:
- Colete os retornos históricos do mercado.
- Subtraia a média de cada retorno individual para encontrar os desvios.
- Eleve cada desvio ao quadrado.
- Calcule a média dos valores obtidos no passo 3.