IGP-M de junho: entenda como a queda da inflação vai afetar os fundos imobiliários

Entenda a relação entre o IGP-M e os fundos imobiliários e veja como o índice pode impactar seus investimentos.

Nord Research 30/06/2023 11:00 9 min Atualizado em: 30/06/2023 15:05
IGP-M de junho: entenda como a queda da inflação vai afetar os fundos imobiliários

O IGP-M é um dos principais indicadores da economia do país e pode ter um impacto significativo no desempenho dos investimentos em fundos imobiliários. Por isso, é importante entender como o IGP-M funciona e como ele influencia os fundos imobiliários atualmente.

Entenda qual a relação entre o IGP-M e os fundos imobiliários e como a variação desse índice pode afetar os rendimentos desses investimentos. Veja também como acompanhar IGP- M e se proteger de sua volatilidade.

Sumário

IGP-M de junho: entenda como a queda da inflação vai afetar os fundos imobiliários

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), usado como o principal indicador do preço residencial e dos aluguéis, recuou -1,95% na primeira prévia de junho, após cair -1,13% na mesma leitura de maio, informou na manhã desta segunda-feira, 12, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com esse resultado, o índice apresenta variação negativa nos últimos 12 meses, de -4,47%.

A deflação do IGP-M foi puxada pela queda do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que responde por 60% do índice geral, e recuou 2,74%, ante retração de 1,74% no mesmo período de maio.

O IPA-M foi afetado pela queda dos preços dos combustíveis na refinaria, com o diesel cedendo 13,82% e a gasolina caindo 11,69%.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) também contraiu no período, 0,30%, ante alta de 0,64%.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou de 0,10% para 0,72%.

Deflação do IGP-M impacta os fundos imobiliários?

No caso dos FIIs de papel, a deflação do índice acaba impactando negativamente a distribuição dos fundos que possuem uma carteira de CRIs mais exposta ao indexador.

São poucos os casos de FIIs de papel com essa configuração na indústria, sendo a principal exceção o Barigui Rendimentos (BARI11), que possui aproximadamente 22,5% de sua carteira de CRIs atrelada ao IGP-M.

Já no caso dos FIIs de tijolo, a deflação do IGP-M acaba impactando negativamente as correções anuais dos aluguéis atrelados ao índice, afetando marginalmente as distribuições de rendimentos.

É importante comentar que esse impacto é mais limitado hoje em dia, uma vez que parte relevante dos contratos de locação da indústria deixaram de ser corrigidos pelo IGP-M desde a pandemia, passando a estar atrelados ao IPCA.

Portanto, não vemos um impacto generalizado nas correções dos aluguéis desses fundos, uma vez que o IPCA segue apresentando variação positiva nos últimos meses.

A exceção fica por conta daqueles FIIs de tijolo que não realizaram essa migração e ainda estão majoritariamente expostos a contratos de locação ainda expostos ao IGP-M. Nesses casos, é esperado um impacto, mesmo que limitado, em suas receitas de locação.

IGP-M: o que é e como ele influencia nos investimentos em imóveis?

O IGPM (ou IGP-M) é a sigla para Índice Geral de Preços do Mercado, um indicador que reflete a variação de preços no mercado brasileiro. Ele funciona como um termômetro da economia do país, permitindo entender as mudanças nos valores da moeda e nos preços ao longo do tempo.

O índice é usado para identificar se houve inflação ou deflação em determinado período, sendo medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) desde 1940, para acompanhar a evolução dos preços no Brasil.

Fatores que influenciam a variação do IGP-M

O IGP-M é calculado mensalmente, considerando os preços de diversos itens de consumo como vestuário e comida, produtos agrícolas e também do transporte, por exemplo. Para isso, o cálculo do IGP-M é feito por meio da média aritmética ponderada de outros três índices de preços:

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Dessa forma, diversos fatores podem influenciar a variação do IGP-M, como a oferta e demanda de determinado produto usado para calcular o índice.

A política monetária adotada pelo Banco Central também pode afetar a variação do IGP-M, assim como é preciso considerar o clima, que pode afetar a produção de alimentos e até crises políticas internas e externas. Tudo isso faz com que o IGP-M seja considerado um índice muito volátil.

Como acompanhar o IGP-M?

O IGP-M é divulgado mensalmente, com a coleta de dados realizada até o final de cada mês. A divulgação ocorre entre 8 a 10 dias após o término da coleta de informações. Para acompanhar, basta acessar o site da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Qual investimento é corrigido pelo IGPM?

Existem muitos investimentos corrigidos pelo IGPM, como:

  • Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs);
  • Tesouro Direto;
  • Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
  • Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
  • Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI);
  • Debêntures com remuneração híbrida.

Ainda, também é muito utilizado como índice de referência nos reajustes de contratos de aluguel de imóveis comerciais e residenciais. Por isso, é conhecido como “inflação do aluguel”. O IGP-M também serve como referência para correção de valores em outros contratos, como os de energia elétrica, telefone e planos de saúde.

Qual a importância do IGP-M na escolha de fundos imobiliários para investir?

O índice é usado como base para calcular o reajuste anual dos contratos de aluguel. Por isso, muitos fundos imobiliários utilizam o IGP-M como referência para atualização do valor de seus aluguéis.

Sendo assim, ao escolher os FIIs, é preciso ficar atento à variação do IGP-M, pois ela pode impactar diretamente na rentabilidade desses investimentos no curto e longo prazo.

Também é importante avaliar outros fatores, como a qualidade dos imóveis que compõem o fundo, a taxa de vaga e a gestão dos recursos pelo gestor do fundo.

Entenda a relação entre o IGP-M e a rentabilidade dos fundos imobiliários

Fundos imobiliários têm sua rentabilidade diretamente relacionada ao IGP-M

Dessa forma, quando o IGP-M apresenta uma variação positiva, o valor dos aluguéis também é corrigido e a rentabilidade poderá ser melhor para o investidor.

Por outro lado, se o índice apresentar uma variação negativa, o valor dos aluguéis também pode ser corrigido para baixo, o que pode impactar negativamente a rentabilidade do investimento.

Os fundos imobiliários são influenciados pelo índice IGP-M.

Porém, é importante lembrar que essa dinâmica nem sempre é direta e pode variar de acordo com a estratégia de cada fundo e o tipo de imóvel investido.

Os fundos imobiliários atrelados ao IGP-M são recomendados para investidores com perfil moderado a arrojado. Além disso, são considerados títulos de alta liquidez, sendo adequados mesmo para investidores que não possuem até grandes valores para investir.

IGP-M em alta: O que isso significa para o mercado imobiliário?

O IGP-M em alta indica um aumento nos custos de produção de bens e serviços, o que acaba refletindo no valor dos imóveis. Por isso, há um reajuste no preço de aluguel e compra dos imóveis.

No caso dos fundos imobiliários com rendimentos atrelados ao IGP-M, a valorização do índice pode significar um aumento nos rendimentos desses fundos.

Outro fator importante é que o IGP-M em alta também pode indicar pressão inflacionária na economia, levando o Banco Central a tomar medidas para conter a inflação, como aumentar a taxa de juros.

Dessa forma, os investimentos, como os FIIs, podem ser afetados, já que muitos deles possuem parte de suas carteiras em títulos públicos ou privados.

Como se proteger da volatilidade do IGP-M nos fundos imobiliários?

Como mencionamos, a queda ou aumento do IGP-M pode afetar diretamente os fundos imobiliários. Essa volatilidade pode ser uma preocupação para os investidores que desejam mais estabilidade nos investimentos.

Contudo, é possível se proteger da volatilidade do IGP-M diversificando a carteira. Por exemplo, alocando parte dos ativos em fundos que não estejam tão diretamente atrelados ao IGP-M ou que possuíam uma gestão ativa para lidar com as variações do índice.

Outra opção viável é optar por fundos que possuem contratos de locação atípicos, ou seja, que tenham prazos de duração maiores e reajustes anuais mais previsíveis. Assim, a rentabilidade será mais estável.

Ainda, é importante ficar atento à taxa de administração dos fundos. Isso porque, quanto mais alta, maior será o impacto das variações do IGP-M nos rendimentos.

A importância do gestor de fundos imobiliários na gestão do risco

Outra forma de lidar com a volatilidade do IGP-M é tendo um bom gestor de fundos imobiliários. Isso porque, ele deve tomar medidas para a diversificação dos ativos do fundo, investindo em imóveis que não estejam tão sujeitos à variação do índice ou em regiões com menor impacto.

Contrate um gestor de fundos imobiliários e faça investimentos de forma estratégica.

Esses gestores também podem adotar estratégias de negociação de contratos de aluguel que estabeleçam reajustes com base em outros índices de preços, como o IPCA ou o IGP-DI, que apresentam uma menor volatilidade do que o IGP-M.

O que esperar dos fundos imobiliários para 2023?

Apesar das incertezas na economia brasileira, os fundos imobiliários são boas opções de investimentos em 2023.

O investidor precisa ficar atento aos fatores que influenciam as operações e cotações dos FIIs. No entanto, mesmo diante deste cenário, há oportunidades de investimentos nos fundos imobiliários.

Em abril de 2023, o IGP-M caiu 0,95%, após uma pequena alta de 0,05% em março, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses (abril de 2022 e abril de 2023) é de -2,17%. Ou seja, o momento do IGP-M é de queda.

No entanto, há boas perspectivas para os fundos imobiliários de renda urbana, como fundos expostos a escolas, supermercados, clínicas de diagnóstico e outros. Além disso, os fundos de shoppings centers também vêm crescendo com a recuperação pós-pandemia e podem ser boas opções.

Ademais, é importante destacar que mesmo que uma eventual queda do IGP-M afete os rendimentos de alguns fundos imobiliários, tal impacto não é imediato. Por isso, é sempre necessário acompanhar o mercado e seus rendimentos.

Fique de olho no blog da Nord Research e no canal no YouTube para ficar por dentro de análises detalhadas de nossos especialistas.

Conclusão

Neste artigo entendemos o que é o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), um indicador que reflete a variação de preços no mercado brasileiro. Conhecido como “inflação do aluguel”, é utilizado como referência para correção de alguns investimentos, como os fundos imobiliários.

Dessa forma, quando o IGP-M sobe, a tendência é que o rendimento dos fundos imobiliários também subam. Já quando o índice indica queda, o rendimento também tende a cair.

Apesar das incertezas do mercado, os investimentos em fundos imobiliários são uma boa opção. Para isso, faça sempre uma análise atual do mercado, de seu perfil de investidor e seus objetivos.

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