NVDC34 dispara +220% em 2023! Vale a pena comprar as ações da Nvidia?
Apple, a maior de todas
A Apple foi fundada em 1976 por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne no Vale do Silício, com o objetivo de comercializar o Apple I, um computador pessoal projetado por Wozniak.
Nos anos seguintes, a empresa lançou produtos inovadores, como o Apple II e o Macintosh, que definiram novos padrões para a indústria de computadores pessoais.
No entanto, apesar desses sucessos iniciais, a Apple enfrentou desafios internos e externos, levando à saída de Steve Jobs, em 1985, após desentendimentos com a direção da empresa.
Durante a ausência de Jobs, a Apple enfrentou uma série de dificuldades.
A concorrência com a Microsoft e seu sistema operacional Windows, combinada com decisões internas questionáveis, levou a empresa à beira da falência nos anos 90.
No entanto, em uma reviravolta dramática, Steve Jobs retornou à Apple em 1997. Com seu fundador de volta ao leme, a Apple lançou uma série de produtos revolucionários, incluindo o iMac, iPod, iPhone e iPad, que não apenas salvaram a empresa da falência, mas também a posicionaram como uma líder global em tecnologia e inovação.
Hoje, a Apple é uma das empresas mais valiosas e influentes do mundo, conhecida por sua capacidade de inovar e definir tendências.
Negociada na bolsa de valores dos Estados Unidos, sob o ticker AAPL, a empresa é a mais valiosa no mundo, com um valor de mercado de US$ 2,8 trilhões, pouco mais do que o PIB do Brasil.
Como mostra a figura abaixo, atrás da Apple temos a Microsoft e a gigante Saudi Aramco, que atua no segmento petrolífero na Arábia.
A nova Apple
É papel de todo analista e desejo de todo investidor tentar encontrar casos de sucesso, como foi a Apple ao longo de décadas.
Talvez, mais difícil do que encontrar uma tese de investimento tão sólida, seja manter essa empresa na carteira por décadas, mas isso é assunto para outra newsletter.
Em meio a milhares de possibilidades, visto que atualmente temos cerca de 58 mil empresas listadas no mundo todo, sendo quase 6 mil nos Estados Unidos e pouco menos de 500 no Brasil, achar o novo pote de ouro é um trabalho árduo.
São diversos os critérios que uma empresa deve atender para entrar no seleto grupo de companhias mais valiosas do mundo, mas um fator comum a praticamente todas elas é a revolução que elas causaram em determinado momento.
A revolução atual com certeza tem a ver com a inteligência artificial (IA) e suas aplicações. Essa tecnologia, apesar de não ser nova, apenas no final do ano passado explodiu na mão dos usuários comuns de microcomputadores, por conta do lançamento do Chat GPT.
Temos milhares de empresas desenvolvendo tecnologias para os mais diversos campos fazendo uso da IA. Algumas são listadas no mercado, mas a maioria ainda não.
A questão é que a adoção, por parte dos usuários finais, desses aplicativos, sistemas ou qualquer outra forma de IA aplicável ao dia a dia, passa pela necessidade de uma infraestrutura de equipamentos para que a tecnologia possa existir e se desenvolver.
Na vanguarda dessa tecnologia, temos a Nvidia, que publicou seus resultados do trimestre passado nesta semana, esmagando as expectativas dos analistas de Wall Street diante de números muito acima do esperado.
Resultados da Nvidia
A Nvidia, de maneira muito resumida, fornece equipamentos (hardware) que são utilizados, entre outras aplicações, para a IA.
No trimestre passado, a empresa teve vendas de US$ 13,5 bilhões, uma alta de +49,9% em relação ao ano anterior. O mercado esperava vendas de US$ 11 bilhões, ou seja, a surpresa foi muito positiva, até mesmo para os mais otimistas com a empresa.
O lucro no trimestre passado chegou a US$ 6,7 bilhões, marcando uma alta de +79,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O mercado esperava um lucro perto de US$ 5,2 bilhões.
Além de excelentes números, a empresa comunicou que deve recomprar um total de US$ 25 bilhões em ações ao longo dos próximos trimestres, dado que o programa foi autorizado pelo conselho. Estamos falando de um dos maiores programas de recompra de ações da última década.
Não bastasse tudo isso, a Nvidia elevou o guidance (perspectiva) de vendas para o 3T23 para US$ 16 bilhões, que significa um crescimento de +18% em relação ao trimestre anterior e de +170% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O mercado trabalhava com uma estimativa de vendas de US$ 12 bilhões para o próximo trimestre até alguns dias atrás.
Em resumo, não houve sequer um ponto ruim nos resultados apresentados pela empresa, e o fato de as vendas futuras esperadas serem tão fortes mostra que a IA veio para ficar.
NVDC34 vale a pena?
As ações da Nvidia se valorizam nada menos do que +220% neste ano. Esse forte movimento de alta levou a empresa a se juntar a algumas outras, formando o que o mercado chama de “As 7 magníficas" (Meta Platforms, Apple, Amazon, Alphabet, Microsoft, Nvidia, Tesla).
Esse “novo grupo” toma o lugar das FAANG (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google), que fizeram muito sucesso anos atrás.
As magníficas têm suportado a expressiva valorização do índice Nasdaq e também do S&P500 este ano. Se excluirmos o retorno desse pequeno grupo de ações, o mercado de ações nos EUA provavelmente mostraria um retorno negativo.
A Nvidia também se juntou recentemente ao grupo do trilhão, visto que seu valor de mercado está em torno de US$ 1,1 trilhão.
A pergunta que todos querem saber a resposta é: devo comprar ações da Nvidia e segurar por muitos anos, para assim poder me aposentar com alguns milhões ou, quem sabe, bilhões na conta?
Hoje a empresa negocia a nada menos do que 35x as vendas dos últimos doze meses e algo como 46x lucros para este ano.
Em outra oportunidade, eu trouxe o texto abaixo em uma newsletter. Acredito que seja oportuno dividi-lo novamente com vocês.
Trata-se de um trecho da carta escrita pelo CEO da Sun Microsystems quando, durante a bolha da internet, a empresa chegou a ser negociada a 10x.
Tradução em português:
“Negociando a 10x receitas, para oferecer um retorno ao seu investimento (payback) em 10 anos, eu teria que pagar a vocês 100% das minhas vendas por 10 anos consecutivos em dividendos, assumindo que eu consiga fazer isso aos meus investidores.
Essa premissa assume que a empresa não tem custo dos produtos vendidos, o que é bem difícil para uma empresa de computadores.
Também assume que a Companhia não possui nenhuma despesa, o que é realmente difícil para uma empresa com 39 mil colaboradores.
Assume também que a Companhia não paga impostos, o que é muito difícil. Assume também que os investidores não pagam impostos nos dividendos, o que é muito difícil e ilegal.
Também considera que a empresa não investe em Pesquisa e Desenvolvimento (R&D) pelos próximos 10 anos e mesmo assim consegue manter a receita no mesmo nível atual.”
Se você conquistará milhões ou bilhões investindo nas ações da Nvidia, não consigo dizer. Creio que ninguém que realize um trabalho sério possa dizer que sim, mas a promessa de ganho fácil é o que não falta por aí.
A Nvidia, com certeza, terá um papel muito importante na evolução da Inteligência Artificial ao longo dos próximos anos. Suas vendas e lucros devem se beneficiar dessa megatendência.
Apesar disso, no patamar atual, as ações da empresa já consideram um crescimento absurdo nos resultados para os próximos anos. Qualquer marola pode se transformar em maremoto.
Negociando a 40x vendas, eu não compro.
Releia a carta acima para entender melhor o que isso significa.
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